ATA DA SEXAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
13.08.1999.
Aos treze dias do mês de agosto do ano de mil
novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas foi efetuada a
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos
Alberto Garcia, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Gilberto Batista, Guilherme
Barbosa, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib e Juarez Pinheiro. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cláudio
Sebenelo, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia,
Helena Bonumá, Hélio Corbellini, João Bosco Vaz, João Motta, Lauro Hagemann,
Luiz Braz, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol,
Renato Guimarães, Sônia Santos, Sonia Saraí e Tereza Franco. Constatada a
existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da
Qüinquagésima Sétima Sessão Ordinária, que deixou de ser votada face à inexistência
de "quorum" deliberativo. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador
Carlos Alberto Garcia, o Projeto de Resolução nº 43/99 (Processo nº 2533/99) e
o Projeto de Lei do Legislativo nº 125/99 (Processo nº 2587/99); pelo Vereador
Cláudio Sebenelo, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 11/99
(Processo nº 2532/99); pelo Vereador João Carlos Nedel, 02 Pedidos de Providências;
pelo Vereador João Dib, 01 Pedido de Providências. Ainda, foram apregoados o
Ofício nº 433/99, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 02/99 (Processo nº 2595/99) e
Requerimento do Vereador Cyro Martini, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 173/97
(Processo nº 2962/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 425/99, do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre; 29/99, do Senhor Luiz Carlos Levenzon,
Presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do Rio Grande do Sul - CAA/RS;
67/99, do Senhor José Carlos Weber, Presidente da Associação dos Delegados de
Polícia do Rio Grande do Sul - ASDEP/RS. Em continuidade, o Senhor Presidente
concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Leandro Branchtein,
Presidente da Associação dos Médicos do Hospital Porto Alegre, que discorreu
acerca dos problemas estruturais enfrentados pelo Hospital Porto Alegre,
afirmando que a atual situação desse Hospital decorre da falta de repasse, pelo
Executivo Municipal, de verbas destinadas ao reembolso das despesas com
atendimento médico prestado aos municipários. Também, teceu críticas à proposta
do Governo Municipal, de implementação de um plano alternativo de saúde para
atender os funcionários públicos municipais. Na ocasião, o Senhor Presidente
registrou as seguintes presenças: dos Senhores Luiz Antônio Guaranha e Fernando
Meira de Sá, Vice-Presidentes da Associação dos Funcionários Municipais de
Porto Alegre - AFM; dos Senhores José Valentin Boynona e Luiz Carlos Toledo,
respectivamente Vice-Presidente e Coordenador do Corpo Clínico do Hospital
Porto Alegre; da Senhora Ana Maria Martins, Diretora do Sindicato Médico do Rio
Grande do Sul; do Senhor Mário Henrique Filho, Chefe do Departamento Médico do
Hospital Porto Alegre; do Senhor Arthur Pacheco Seabra, Presidente da Comissão
de Ética Médica; do Senhor Cézar Alvarez, Secretário Municipal da
Administração. Também, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Hélio
Matos Vargas, Presidente da Associação dos Funcionários Municipais de Porto
Alegre - AFM, convidando Sua Senhoria a integrar a Mesa dos trabalhos. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn, reportando-se ao tema da
Tribuna Popular, externou sua preocupação com os problemas relatados pelo
Senhor Leandro Branchtein, defendendo a adoção de medidas que viabilizem a
manutenção e a qualificação dos serviços prestados pelo Hospital Porto Alegre,
de modo a garantir um atendimento adequado aos usuários desse estabelecimento.
O Vereador João Dib historiou dados relativos à fundação e às atividades
realizadas pela Associação dos Funcionários Municipais de Porto Alegre - AFM e
analisou proposta desenvolvida por essa instituição no sentido de implantar um
sistema de co-gestão entre a AFM e o Executivo Municipal para o trato de
questões relativas aos serviços médicos prestados pelo Município aos seus
funcionários. O Vereador Luiz Braz manifestou seu apoio às reivindicações
feitas pela AFM, no sentido de buscar um aporte maior de recursos destinados ao
financiamento das atividades do Hospital Porto Alegre, sugerindo a revisão nos
valores estabelecidos para os repasses de verbas públicas e a ampliação dos
prazos de duração dos convênios firmados entre o Executivo Municipal e essa
instituição. Na ocasião, constatada a existência de “quorum”, foi aprovado
Requerimento da Vereadora Maristela Maffei, solicitando Licença para Tratar de
Interesses Particulares no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado
na vereança o Suplente Giovani Gregol, informando que Sua Excelência integrará
a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a
Vereadora Clênia Maranhão, ao tecer considerações acerca do processo de
municipalização dos serviços de saúde pública em Porto Alegre, criticou a
Prefeitura Municipal por não promover reajustes nos valores dos repasses
referentes aos pagamento pelos serviços prestados pelo Hospital Porto Alegre,
destacando a necessidade de uma revisão imediata desses valores. O Vereador
Carlos Alberto Garcia comentou a situação enfrentada pelo Hospital Porto
Alegre, relatando encontro havido entre funcionários desse Hospital e
Vereadores, para discussão e busca de soluções para os problemas verificados
nessa instituição. Também, ressaltou a importância da realização de um amplo
debate a respeito das dificuldades enfrentadas pelo Hospital Porto Alegre, a
fim de que seja encontrada a melhor solução para essas questões. O Vereador
Guilherme Barbosa teceu considerações a respeito de mudanças promovidas na
legislação federal que estabelece critérios para a implementação de fundos de
previdência social por parte dos municípios brasileiros. Ainda, manifestou-se a
respeito dos valores pagos pela Prefeitura Municipal ao Hospital Porto Alegre a
título de reembolso de despesas efetuadas para o atendimento de seus pacientes.
O Vereador Lauro Hagemann, ao ressaltar a importância das atividades exercidas
pelo Hospital Porto Alegre no atendimento médico prestado aos funcionários
públicos do Município, destacou a necessidade de que seja estabelecido um canal
de diálogo entre o funcionalismo público, a diretoria da AFM e o Executivo
Municipal, de modo a buscar soluções viáveis para os problemas verificados
nesse Hospital. Durante os debates relativos ao tema tratado na Tribuna
Popular, o Senhor Presidente, face Questões de Ordem e manifestações dos
Vereadores João Dib, Isaac Ainhorn e Elói Guimarães, prestou esclarecimentos a
respeito das disposições regimentais que vedam a realização de manifestações
nas galerias do Plenário e sobre a condução dos trabalhos da presente Sessão.
Também, os Vereadores João Dib, Clênia Maranhão, Gilberto Batista, Elói
Guimarães, Guilherme Barbosa e Antonio Hohlfeldt, nos termos do artigo 206 do
Regimento, manifestaram-se a respeito do assunto abordado durante a Tribuna
Popular; o Vereador João Carlos Nedel formulou Requerimento verbal, solicitando
fossem enviadas cópias dos pronunciamentos efetuados com relação ao tema da
Tribuna Popular às Comissões de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos e de
Saúde e Meio Ambiente; os Vereadores Adeli Sell, Guilherme Barbosa e Sônia
Santos formularam Requerimentos verbais, solicitando fossem enviadas cópias dos
pronunciamentos relativos à Tribuna Popular, respectivamente, à Comissão de
Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, à Comissão de Constituição e
Justiça e à Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Às dez horas e vinte e três
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dez
horas e vinte e sete minutos, constatada a existência de "quorum".,
Após, o Vereador Luiz Braz formulou Requerimento verbal, solicitando alteração
na ordem dos trabalhos da presente Sessão, tendo o Vereador Cyro Martini
manifestado-se a respeito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cláudio Sebenelo
registrou visita feita por Sua Excelência ao Aterro Sanitário da Extrema, a fim
de constatar as condições de funcionamento do local, afirmando que a área
escolhida para a instalação desse aterro sanitário não é adequada à sua finalidade
e mencionando que a utilização do local está ocasionando prejuízos ao
equilíbrio ecológico da região. A seguir, face Questões de Ordem formuladas
pela Vereadora Sônia Santos, o Senhor Presidente prestou informações a respeito
das disposições regimentais atinentes à concessão de Tempo Especial para
manifestação dos Senhores Vereadores, e o Vereador Adeli Sell formulou
Requerimento verbal, solicitando fosse retomada iniciativa que estabelece a
coleta seletiva de lixo na Câmara Municipal de Porto Alegre. Em continuidade,
nos termos do artigo 94, § 1º, alínea "f" do Regimento, o Senhor
Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL à Vereadora Sônia Santos, que relatou visita
feita pelos Vereadores integrantes da Comissão de Saúde e Meio Ambiente ao
Aterro Sanitário da Extrema, denunciando constrangimentos sofridos por Suas
Excelências em função de atitudes tomadas por funcionários desse Aterro e
informando ter ingressado com ação judicial visando a suspender as atividades
do Aterro Sanitário da Extrema. Após, os Vereadores Guilherme Barbosa e Antonio
Hohlfeldt manifestaram-se a respeito da ordem dos trabalhos da presente Sessão.
Às dez horas e quarenta e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às dez horas e cinqüenta minutos, constatada a
existência de "quorum". Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Gilberto
Batista manifestou-se contrariamente à proposta da Superintendência dos
Serviços Penitenciários - SUSEPE, de instalação de um albergue para
presidiários no Bairro Intercap, questionando a viabilidade desse projeto e
defendendo a realização de consulta junto à população local, de maneira a não gerar
prejuízos à segurança dos moradores da região. A seguir, constatada a existência
de “quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento do
Vereador José Valdir, solicitando Licença para Tratar de Interesses
Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossada na
Vereança a Suplente Lenora Ulrich, informando que Sua Excelência integrará a
Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Também, face Questões de Ordem
formuladas pelos Vereadores Décio Schauren e Isaac Ainhorn, o Senhor Presidente
prestou esclarecimentos sobre aspectos regimentais atinentes à ordem de
apreciação das matérias constantes na Ordem do Dia e sobre a condução dos
trabalhos da presente Sessão. Às onze horas e quatro minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às onze horas e onze minutos,
constatada a existência de “quorum”. Em continuidade, os Vereadores Clênia Maranhão
e Guilherme Barbosa formularam Requerimentos verbais, solicitando fossem
fornecidos aos Senhores Vereadores os meios necessários para realizar visitas a
obras aprovadas pelo Programa de Orçamento Participativo de Porto Alegre, face
convite neste sentido enviado pelo Senhor Prefeito Municipal, tendo o Senhor
Presidente prestado informações sobre a tramitação e a viabilidade do
provimento destes Requerimentos. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda
nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 09/99, por treze votos SIM e
dezessete votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores João Dib,
Luiz Braz, Elói Guimarães, Antonio Hohlfeldt e Reginaldo Pujol, em votação
nominal solicitada pelo Vereador João Dib, tendo votado Sim os Vereadores
Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Fernando
Záchia, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal,
Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco e Não os Vereadores Adeli Sell,
Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói
Guimarães, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Hélio Corbellini, João Bosco Vaz,
João Motta, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Renato Guimarães, Sonia Saraí,
Giovani Gregol e Lenora Ulrich. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda
nº 03 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 09/99, por treze votos SIM e
dezesseis votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores João Dib,
Renato Guimarães, Clênia Maranhão, Elói Guimarães e Antônio Losada, em votação
nominal solicitada pelo Vereador João Dib, tendo votado Sim os Vereadores
Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Elói
Guimarães, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Paulo Brum,
Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Tereza Franco e Não os Vereadores Adeli
Sell, Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Cyro Martini, Décio Schauren,
Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Hélio Corbellini, João Bosco Vaz, João Motta,
Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Renato Guimarães, Sonia Saraí, Giovani Gregol
e Lenora Ulrich. Na ocasião, o Vereador Reginaldo Pujol formulou Requerimento
verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando prorrogação do prazo de
funcionamento da Comissão Especial constituída para análise do II Plano Diretor
de Desenvolvimento Urbano Ambiental - PDDUA. Foi votada destacadamente e
aprovada a Emenda nº 05 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 09/99, por
dezesseis votos SIM e doze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos
Vereadores João Dib, Juarez Pinheiro e Elói Guimarães, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Nereu D’Ávila, tendo votado Sim os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu
Sabino, Elói Guimarães, Hélio Corbellini, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
João Dib, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia
Santos e Tereza Franco e Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro
Martini, Décio Schauren, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Motta, Juarez
Pinheiro, Renato Guimarães, Sonia Saraí, Giovani Gregol e Lenora Ulrich. Foi
votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 09 aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 09/99, por onze votos SIM e treze votos NÃO, após ser encaminhada
à votação pelo Vereador João Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador
João Motta, tendo votado Sim os Vereadores Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Elói
Guimarães, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo
Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco e Não os Vereadores Adeli
Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Guilherme Barbosa, Helena
Bonumá, João Bosco Vaz, João Motta, Juarez Pinheiro, Renato Guimarães, Sônia
Saraí, Giovani Gregol e Lenora Ulrich. Foi votada destacadamente e rejeitada a
Emenda nº 10 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 09/99, por quatorze votos
SIM e quinze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores João
Dib, Juarez Pinheiro, Adeli Sell e Luiz Braz, em votação nominal solicitada
pelo Vereador Renato Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia,
Gilberto Batista, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro
Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco e Não os Vereadores
Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Hélio Corbellini, João Bosco Vaz, João Motta, Juarez Pinheiro,
Lauro Hagemann, Renato Guimarães, Sonia Saraí, Giovani Gregol e Lenora Ulrich.
Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 11 aposta ao Projeto de Lei
do Executivo nº 09/99, por quinze votos SIM e dezesseis votos NÃO, tendo votado
o Senhor Presidente, após ser encaminhada à votação pelo Vereador João Dib, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu D’Ávila, tendo votado Sim os
Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino,
Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gilberto Batista, João Carlos Nedel, João Dib,
Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e
Tereza Franco e Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Alberto
Garcia, Cyro Martini, Décio Schauren, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João
Bosco Vaz, João Motta, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila, Renato
Guimarães, Sonia Saraí, Giovani Gregol e Lenora Ulrich. Foi votada
destacadamente e aprovada a Emenda nº 14 aposta ao Projeto de Lei do Executivo
nº 09/99, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Eliseu Sabino, Helena
Bonumá e Elói Guimarães. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 16
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 09/99, considerando-se prejudicada a
Subemenda nº 01 a ela aposta, por quatorze votos SIM e dezesseis votos NÃO,
após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Reginaldo
Pujol, João Dib e João Motta, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Renato Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Gilberto Batista, Isaac Ainhorn, João
Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo
Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco e Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio
Losada, Carlos Alberto Garcia, Cyro Martini, Décio Schauren, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Hélio Corbellini, João Bosco Vaz, João Motta, Juarez Pinheiro,
Lauro Hagemann, Renato Guimarães, Sônia Santos, Giovani Gregol e Lenora Ulrich,
tendo o Vereador Luiz Braz manifestado-se a respeito da votação desta Emenda.
Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 17 aposta ao Projeto de Lei
do Executivo nº 09/99, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Clênia Maranhão e Leonora Ulrich. Na ocasião, o Senhor Presidente
registrou a assinatura, por Vereadores deste Legislativo, de documento a ser encaminhado
ao Congresso Nacional elaborado pela Cooperativa de Trabalho dos Trabalhadores
Autônomos das Vilas de Porto Alegre Ltda. - COOTRAVIPA, relativo à legislação
que regula as questões atinentes ao contrato de trabalho de integrantes de
cooperativas. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 25 aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 09/99, por dezesseis votos SIM e treze votos
NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores João Carlos Nedel, João
Dib e Carlos Alberto Garcia, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Antonio Hohlfeldt, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos
Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Elói
Guimarães, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Sônia Santos e
Tereza Franco e Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini,
Décio Schauren, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Motta, Juarez Pinheiro,
Lauro Hagemann, Renato Guimarães, Sonia Saraí, Giovani Gregol e Lenora Ulrich.
Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 46 aposta ao Projeto de Lei
do Executivo nº 09/99, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores João Dib,
Elói Guimarães, João Carlos Nedel e Luiz Braz. Na oportunidade, foi aprovada a
prorrogação dos trabalhos, nos termos regimentais. Foi votada destacadamente e
aprovada a Emenda nº 54 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 09/99, após
ser encaminhada à votação pelo Vereador Carlos Alberto Garcia. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 55 aposta ao Projeto de Lei do Executivo
nº 09/99, por onze votos SIM e quinze votos NÃO, após ser encaminhada à votação
pelos Vereadores Clênia Maranhão, Renato Guimarães, Antonio Hohlfeldt e
Guilherme Barbosa, em votação nominal solicitada pelo Vereador Guilherme
Barbosa, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão,
Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib,
Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Sônia Santos e Tereza Franco e Não os Vereadores
Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Cyro Martini, Décio
Schauren, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Bosco Vaz, João Motta, Juarez
Pinheiro, Lauro Hagemann, Renato Guimarães, Sonia Saraí, Giovani Gregol e
Lenora Ulrich. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 56 aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 09/99, após ser encaminhada à votação pelos
Vereadores Clênia Maranhão, Adeli Sell e João Dib. Na ocasião, o Vereador
Guilherme Barbosa requereu fossem apreciadas conjuntamente as Emendas nºs 57 e
58 apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 09/99, o que foi deferido pelo
Senhor Presidente, tendo a Vereadora Clênia Maranhão manifestado sua
concordância com esta proposta. Foram votadas destacadamente e rejeitadas as
Emendas nºs 57 e 58 apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 09/99, após serem
encaminhadas à votação pela Vereadora Clênia Maranhão. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 59 aposta ao Projeto de Lei do Executivo
nº 09/99, após ser encaminhada à votação pelo Vereador João Dib. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 60 aposta ao Projeto de Lei do Executivo
nº 09/99, após ser encaminhada à votação pela Vereadora Clênia Maranhão. Foi
votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 61 aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 09/99. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nºs 62
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 09/99. Foi votada destacadamente e
rejeitada a Emenda nº 63 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 09/99, por
dez votos SIM e dezesseis votos NÃO, após ser encaminhada à votação pela
Vereadora Clênia Maranhão, em votação nominal solicitada pelo Vereador Antonio
Hohlfeldt, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão,
Eliseu Sabino, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Pedro
Américo Leal, Sônia Santos e Tereza Franco e Não os Vereadores Adeli Sell,
Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói
Guimarães, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Bosco Vaz, João Motta, Juarez
Pinheiro, Lauro Hagemann, Renato Guimarães, Sonia Saraí, Giovani Gregol e
Lenora Ulrich. A seguir, a Vereadora Clênia Maranhão procedeu à entrega, ao
Senhor Presidente, de Requerimento solicitando fossem colocados à disposição
dos Senhores Vereadores meios de transporte, bem como cobertura pela Assessoria
de Imprensa da Casa, para viabilizar a realização de visitas a obras elencadas
pelo Programa de Orçamento Participativo de Porto Alegre, tendo o Vereador
Adeli Sell manifestado-se a respeito. Às quinze horas e onze minutos,
constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Nereu D'Ávila e Juarez Pinheiro e secretariados
pelo Vereador Adeli Sell. Do que eu, Adeli Sell, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
O
Dr. Leandro Branchtein, Presidente da Associação dos Médicos do Hospital Porto
Alegre, representando a Associação dos Funcionários Municipais de Porto Alegre,
AFM, está com a palavra e tratará do assunto sobre a possibilidade de
fechamento do Hospital Porto Alegre.
O SR. LEANDRO BRANCHTEIN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e demais
presentes: a quem interessa acabar com a AFM? A Associação dos Funcionários
Municipais foi fundada há 76 pelos próprios funcionários de Porto Alegre, com a
principal finalidade de atender à saúde dos servidores e seus familiares.
No
início da década de 70 foi construído o Hospital Porto Alegre, atualmente
responsável por mais de treze mil e quinhentas consultas e mais de vinte mil
exames por mês, além de mais de três mil e quinhentas internações e duas mil
cirurgias a cada ano. O Hospital possui cento e trinta leitos, internação clínica,
cirúrgica e psiquiátrica; bloco cirúrgico, centro de tratamento intensivo,
laboratório de análises clínicas; serviços de radiologia, ecografia e
eletrocardiografia; consultórios médicos e emergência 24 horas, dentre outros.
De
acordo com a Lei Orgânica, compete à Prefeitura garantir o atendimento à saúde
dos Municipários. Nas três últimas décadas os Governos Municipais restituíam à
AFM os valores gastos com atendimento médico e odontológico. A partir de 1993,
a Prefeitura decidiu deixar de cobrir os gastos ambulatoriais, inclusive
emergências. Além disso, os valores pagos pelos serviços hospitalares não
tiveram qualquer reajuste nos últimos cinco anos. A inflação acumulada desde
então é de 72%. No setor de saúde o aumento de custos, nesse período, ficou
acima de 100%. Atualmente, os valores pagos pela Prefeitura cobrem apenas 74%
do custo das internações no Hospital Porto Alegre. E apenas 60% das internações
em outros hospitais conveniados. A diferença vem sendo assumida pela própria
AFM, que assim vem acumulando prejuízos crescentes a cada mês. Ou seja, os
associados da AFM estão subsidiando o atendimento médico-hospitalar dos
municipários, seus sócios ou não, o que é atribuição da Prefeitura,
Diante
desse quadro, o atual Governo vem insistindo em vender a idéia de um plano de
saúde para os municipários. O
discurso oficial é de que o Governo está concedendo um benefício, enquanto, na
realidade, está retirando um direito há muito consolidado e destruindo uma
instituição construída pelos próprios funcionários municipais, que nunca se
desviou de sua finalidade e que é patrimônio desses trabalhadores.
Por
que a proposta da Prefeitura é lesiva aos servidores? Basta comparar as
informações fornecidas pelo próprio Governo com a situação atual.
A
contribuição dos municipários para a AFM é totalmente voluntária. Pelo plano do
governo, todos os funcionários terão de pagar obrigatoriamente, ou não haverá
plano para ninguém.
Os
gastos serão no mínimo o dobro do atual e os servidores passarão a pagar quatro
vezes mais do que contribuem atualmente.
Na
opção por um plano privado, os reajustes serão anuais, ou mesmo semestrais. Com
o IPE, a cada dois meses. Enquanto isso, a AFM permanece há cinco anos sem
reajuste. Mesmo pagando muito mais, os municipários receberão consideravelmente
menos: com a AFM, os servidores podem incluir pai, mãe, filhos, mesmo que
maiores de idade, e outros familiares como dependentes. Com as opções da
Prefeitura, isso seria muito difícil sem onerar ainda mais os funcionários.
No
IPE, alternativa defendida pela Prefeitura, os pacientes têm de pagar de três a
nove reais por consulta, têm de pedir autorização prévia para uma segunda
consulta e não têm direito a mais do que duas consultas no mês com um médico.
Com a AFM, não há limite na quantidade e os pacientes não pagam nenhuma taxa
por consulta.
Com
o IPE, os pacientes têm de pagar 40% do custo dos exames laboratoriais e
radiológicos, além de 50% do custo da internação hospitalar clínica ou
pediátrica após sete dias. No caso da AFM, não é cobrada nenhuma taxa por esses
exames. Não é cobrada porcentagem da internação, independente da sua duração.
Não há restrição a qualquer doença, pré-existente ou adquirida. Não há cobrança
por fora para procedimentos anestésicos e cirúrgicos. Não há conflito com os
anestesistas, nem falta deles no momento das cirurgias.
A
AFM fornece atendimento odontológico e psiquiátrico, incluindo internação em
unidade psiquiátrica, o que não ocorre com o IPE.
A
AFM tem a peculiaridade de que os pacientes são os seus próprios proprietários.
Assim, se não houver vaga no Hospital Porto Alegre, não são os familiares que
terão de sair à procura de um hospital que receba o doente. É responsabilidade
da Associação conseguir a vaga em outro hospital, arcando com a diferença no
custo.
Através
da AFM são realizados quaisquer procedimentos diagnósticos ou terapêuticos
disponíveis em nosso meio, uma vez que aquele que não puder ser realizado no
próprio Hospital é realizado em outra instituição, mesmo não sendo pago pela
Prefeitura.
O
Governo Municipal quer que acreditemos que o motivo para acabar com a AFM é
meramente jurídico, mas ele é eminentemente político. Nos parece que a decisão
já está tomada. E a lei está sendo interpretada com o propósito de
justificá-la. Se houvesse real interesse em preservar a AFM, não seria difícil
encontrar uma forma juridicamente perfeita de fazê-lo.
Qual
será o resultado prático do plano do atual Governo? Um hospital de 130 leitos,
que atende a uma população de baixa renda, em pleno funcionamento de todos os
seus serviços, irá simplesmente fechar. O déficit de leitos no Estado aumentará
ainda mais, piorando a situação da saúde no nosso meio. Quase 500 funcionários
serão desempregados. A Prefeitura não reduzirá seus gastos. Os servidores irão
pagar 4 vezes mais do que agora e receberão menos serviços em troca disso.
Diante
dessa perspectiva, o que solicitamos é muito simples. Primeiro: que se permita
que os municipários possam de fato decidir sobre o seu futuro, através da
inclusão da AFM ente as opções do plebiscito a ser promovido pela Prefeitura. A
decisão democrática será soberana. Segundo: enquanto se busca uma solução
definitiva para essa questão, que se corrijam os valores dos serviços
hospitalares da AFM. Isso fará com que o Governo Municipal cumpra com a sua
obrigação de custear ao menos as despesas hospitalares de seus funcionários.
Esse
manifesto foi aprovado por unanimidade na Assembléia do Corpo Clínico do
Hospital Porto Alegre, em 26 de julho último.
Com
esse pronunciamento, nós manifestamos a convicção de contar com o apoio de
todos os Vereadores presentes. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Convido, para fazer parte da Mesa, o Sr.
Leandro Branchtein, Presidente da Associação dos Médicos de Porto Alegre.
Registro a presença do Sr. Luiz Carlos Toledo, Coordenador do Corpo Clínico do
Hospital Porto Alegre; Dr. Mário Henrique Filho, Chefe do Departamento Médico
do Hospital Porto Alegre; Luiz Antônio Guaranha, Vice-Presidente da AFM; Dra.
Ana Maria Martins, Diretora do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul; Dr.
Arthur Pacheco Seabra, Presidente da Comissão de Ética Médica; e Dr. José
Valentin Boynona, Vice-Presidente do Corpo Clínico do Hospital Porto Alegre e o
Sr. Fernando Meira de Sá, Vice-Presidente da AFM .
O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
interpreto a nossa posição, especialmente do meu colega de Bancada, que aqui se
encontra, Ver. Elói Guimarães, igualmente o sentimento dos meus demais
companheiros de Bancada: Ver. João Bosco Vaz, Ver. Nereu D Ávila, Presidente
desta Casa - que se encontra num compromisso inadiável neste momento - para
reafirmar que a Bancada Trabalhista que tem assento nesta Casa desde o ano de
1947, talvez juntamente com a Bancada do Partido Comunista, hoje, o Partido
Popular Socialista, seja uma das Bancadas mais antigas com assento nesta Casa.
Quando houve o processo de redemocratização no País, já havia a Associação dos
Funcionários Municipais, e nós não conseguimos, depois desse depoimento que
descreve fatos que conhecemos, nessa manifestação do Dr. Leandro Branchtein,
expressando o sentimento dos funcionários e do corpo clínico daquela
instituição, dos profissionais da área médica, não podemos deixar de manifestar
a nossa grande preocupação em relação a esse tema.
Entendemos
que as instituições dos municipários não podem ficar fora do debate que envolva
a questão da saúde ou a questão previdenciária dos municipários da Cidade de
Porto Alegre. Nós temos duas instituições que, a nosso juízo, vêm cumprindo com
todas as suas finalidades, e a AFM é uma expressão disso, porque as informações
trazidas - que são do nosso conhecimento - a respeito dos custos congelados há
muitos anos nessa instituição e da impossibilidade de ela promover a sua
ampliação, por uma relação que não é saudável, infelizmente, entre as
instituições representativas dos municipários, na área da saúde e na área da
previdência com o Executivo Municipal. Temos conhecimento de que essas
instituições há muito tempo, infelizmente, não conseguem sequer uma audiência
com o Sr. Prefeito Municipal para levar as suas preocupações e angústias na
busca da melhoria da qualidade dos serviços médicos ou previdenciários.
Gostaria
de deixar expresso neste momento, Dr. Leandro, Dr. Luiz Antônio Guaranha, Dr.
Mário Sérgio, à representação do Montepio dos Funcionários Municipais: os Srs.
Mendelski e Ferraz que estão presentes neste momento, nesta Tribuna Popular,
que esta Casa, nesse processo, neste debate, vai ser extremamente preocupada -
como tem sido na sua história - e criteriosa em relação ao futuro dessas
instituições que pertencem ao conjunto dos municipários da Cidade de Porto
Alegre. Temos uma grande responsabilidade, e não abriremos mão das nossas
responsabilidades e das nossas prerrogativas legais porque vamos dialogar,
conversar com o Executivo Municipal. Mas o nosso ponto de partida é que as
soluções devem ser buscadas em conjunto numa política de diálogo participativa
e que o discurso da democracia participativa seja efetivamente um discurso
presente e eficaz porque também se faz democracia participativa debatendo com
essas entidades e com o conjunto dessas representações da sociedade dos
municipários, mesmo que elas não tenham a mesma identidade de pensamentos
políticos. Mas, neste momento, algo mais alto se levanta, que é o interesse da
classe municipária como um todo, o futuro dela, seja em relação à prestação de
serviços na saúde, seja em relação à questão previdenciária dos municipários.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos solicitar aos presentes que hoje
engalanam esta Casa, participando da Sessão Plenária, a colaboração tendo em
vista disposições do Regimento que impedem que haja manifestação das galerias.
Convidamos
o Dr. Hélio Matos Vargas, Presidente da AFM, para que participe da Mesa
Diretora dos trabalhos.
Registramos
a presença do Secretário da Administração do Município, Cézar Alvarez.
O
Ver. João Dib está com a palavra para Comunicação de Líder e pelo art. 206 do
Regimento.
O SR. JOÃO DIB: (Saúda os presentes.) Senhor Presidente e
Srs. Vereadores, tenho pela AFM um carinho muito grande. Tenho um
acompanhamento de mais de quatro décadas do excelente serviço que aquela
Associação já prestou ao Município, aos seus servidores e que hoje enfrenta
enormes dificuldades. Tenho profundo carinho pelo convênio que a Prefeitura
Municipal tem com a AFM, e esse carinho profundo também é parte do atendimento
que tive quando fui baleado.
A
Prefeitura, tendo à frente o Prefeito Telmo Thompson Flores, verificou que
alguém, tendo as condições de Diretor-Geral do DMAE e Assessor-Engenheiro ao
mesmo tempo, não tinha recursos para enfrentar o grande risco, e a
sensibilidade do Prefeito Telmo Thompson Flores estabeleceu um convênio da
Prefeitura com a AFM para atendimento dos servidores e seus dependentes para o
grande risco. Esse convênio funcionou sempre muito bem até que saímos da
Prefeitura. A Prefeitura esteve sempre atenta às necessidades da AFM, porque
entendeu que os seus servidores tinham menos problemas quando bem-atendidos.
Aquele hospital que lá funciona, foi com a preocupação do Prefeito Telmo
Thompson Flores, Prefeito Guilherme Socias Villela que deram os recursos para
que eu, Presidente da Comissão de Obras, pudesse construir aquele hospital e a
AFM pudesse equipá-lo. A Prefeitura sempre assistiu à Associação dos
Funcionários Municipais, porque entendia, e entendia muito bem, que havia
necessidade de dar tranqüilidade aos seus servidores, e essa era a fórmula. Não
estava escrito na Lei Orgânica que a Prefeitura deveria atender a saúde e a
previdência, agora, está no art. 49, mas, agora, estranhamente, é alegada a lei
das licitações. A lei das licitações, gostaria que fosse aplicada correta e
eficientemente em muitas outras coisas da Prefeitura, como por exemplo
cartas-contrato ou o convênio com a própria Companhia CARRIS Porto-Alegrense.
Custa mais caro para a Prefeitura o convênio com a CARRIS do que o convênio com
a AFM, que é para todos os servidores, o da CARRIS, talvez uma centena. É
chegado o momento de uma definição da Prefeitura, precisa atender à saúde dos
municipários.
Agora,
a Associação dos Municipários tem as melhores condições; ela tem uma área, um
terreno, onde já está estaqueada a construção de um prédio de doze andares para
um hospital. Não existe um lugar melhor na Cidade para fazer um hospital do que
aquele! Mas parece que não há preocupação em conhecer as coisas. É verdade que
a AFM não tem recursos para fazer esse hospital; mas eu gostaria de lembrar que
o Governador Leonel Brizola também encontrou a Associação dos Funcionários do
Estado sem condições de concluir o Hospital Ernesto Dorneles e o Governo do
Estado deu os recursos. Hoje a Associação dos Funcionários do Estado é uma
potência, porque tem um hospital que pode atender não só os servidores, mas
outras pessoas. A Prefeitura tinha que se preocupar em fazer isso, porque o que
lá está, inclusive a Fundação, foi a Prefeitura quem ajudou a fazer. Foi a
Prefeitura quem deu o terreno, na Administração Célio Marques Fernandes, e eu
não vejo agora, nas três últimas administrações, auxílio à AFM; eu vejo
restrições à AFM e isso me preocupa seriamente.
Eu
já disse desta tribuna, a S. Exa. o Sr. Prefeito e ao Secretário da
Administração que não pode e nem deve ser feito nada sem que haja audiência dos
servidores municipais, como foi feito no passado.
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores; meu Presidente Hélio Matos Vargas, que foi meu
companheiro de serviço na Secretaria Municipal de Transportes; meu querido Fernando
Sá, que foi Secretário junto comigo na Administração Loureiro, eu tenho quatro
décadas de acompanhamento dos trabalhos da AFM e faço votos que uma solução de
co-gestão, talvez, seja encontrada para a AFM e a Prefeitura Municipal, que tem
obrigação de atender seus servidores. Encontrem essa solução. Acho que num
plano de co-gestão, que a própria AFM está propondo, poderemos encontrar essa
solução que a Prefeitura procura, porque sei que tem preocupação com seus
servidores, que não estão abandonados e nem esquecidos.
Talvez,
a solução mais simples é que esteja, por simples, colocada ao longe. Eu espero
que haja sensibilidade e que nós encontremos essa solução para a tranqüilidade
de toda a “família municipária”. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nós queremos, mais uma vez, renovar a
solicitação aos Senhores que nos honram
com as suas presenças - certamente não estão habituados às nossas
Sessões- que não se manifestem sequer por palmas, porque isso não é possível.
Temos certeza de que, a partir de agora, os senhores colaborarão com a Mesa
Diretora dos trabalhos, não mais se manifestando. A atitude de solicitar aos
senhores que se portem assim não é muito agradável para mim, mas eu tenho a
obrigatoriedade de o fazer, pelo que dispõe o Regimento. Então, eu solicito
que, nas próximas intervenções, não haja mais manifestações.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra, para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Juarez Pinheiro, na Presidência
dos trabalhos; Ver. Adeli Sell, 1º Secretário; meus amigos da Associação dos
Funcionários Municipais, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras.
Eu
fico muito contente em ver, hoje, aqui, o nosso Plenário lotado para
reivindicar algo que é extremamente justo para os funcionários públicos
municipais. Nós não podemos perder o Hospital Porto Alegre, nós não podemos
perder a AFM. Eu tenho certeza absoluta de que esta Administração tem todas as
armas nas mãos para preservar essa assistência e melhorar essa assistência,
hoje, do funcionário público municipal.
Não
é justo o que vem acontecendo nos últimos tempos. Não é justo que se mantenha
um convênio com prazos renovados de um ano, de seis meses, impossibilitando que
a Associação dos Funcionários Públicos Municipais possa fazer qualquer tipo de
investimento para melhorar os seus serviços. É injusta com os funcionários
públicos municipais essa tentativa da Administração Pública do Município de
liquidar com a AFM, de tentar mostrar que a AFM não tem condições, apenas para
trazer um outro instituto que lhe favorece ou que a Administração Municipal
quer favorecer. Não é justo o tratamento que a AFM tem recebido nos últimos
tempos.
Tenho
certeza absoluta que se os convênios com a AFM pudessem ter sido feitos com
prazos mais elásticos, se a AFM tivesse os mesmos prazos que querem dar, por
exemplo, para o IPE, que se a AFM pudesse ter o prazo de cinco anos para o
convênio, daria a oportunidade para que eles fizessem investimentos para
melhorar o Hospital Porto Alegre e para fazer com que a assistência ao
municipário pudesse ser bem melhor. Mas o que tem acontecido nos últimos
tempos? Um convênio diminuto, um convênio pequeno, repasses de verbas
diminutas, fazendo com que a AFM vá morrendo aos poucos. E agora essa grande
ameaça que paira sobre todos os funcionários públicos municipais, de serem
condenados a pagar a conta do IPE. Acredito que isso não seria justo para com
os funcionários públicos municipais.
O
que têm que ver os funcionários públicos municipais com a história do IPE não
estar “bem das pernas”? E agora, para justificar essa possibilidade de convênio
com o IPE, essa tentativa de levar a assistência para o IPE, liquida-se com a
Associação dos Funcionários do Município, liquida-se com o Hospital Porto
Alegre. Imaginem, todos os avanços que foram conquistados até aqui, tudo o que
aconteceu até aqui em matéria de assistência no Município, não podemos
retroagir.
Inclusive
vejo aqui meus amigos do Montepio e pediria que houvesse, neste momento em que
existe tanta ameaça pairando sobre os funcionários públicos municipais, que
houvesse uma grande união entre a Associação dos Funcionários Públicos
Municipais e o Montepio; que estes dois Institutos pudessem estar unidos, que
não dêem oportunidade, que não briguem um com o outro, se enfraquecendo e, com
isso, dêem oportunidade para que um grande inimigo seja o vencedor. Que haja
entendimento! Sei que os homens que estão à frente desses dois Institutos têm
todas as condições de fazer isso acontecer. Tenho certeza de que esta união,
este fortalecimento será muito benéfico para todos os funcionários públicos do
Município de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto perlo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Pela última vez, solicito aos senhores e
senhoras presentes que não se manifestem. É o terceiro apelo que faço e, a
partir de agora, numa nova manifestação, terei que suspender a Sessão.
Entendo
que os senhores não conhecem o Regimento da Casa, mas é a terceira vez que
alerto sobre a impossibilidade de manifestação. Peço a todos que colaborem para
que a nossa Sessão transcorra com tranqüilidade, a fim de que possamos escutar
as manifestações de todos os Srs. Vereadores.
Requerimento
de autoria da Vera. Maristela Maffei, que solicita licença para tratamento de
assuntos particulares no dia de hoje.
(Obs.:
Foi aprovado o Requerimento de licença da Vera. Maristela Maffei e dada a posse
ao Suplente, conforme consta da Ata.)
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, respeito muito o zelo
profundo de V. Exa. pelo cumprimento do Regimento, no entanto, os Vereadores
podem aplaudir e há uma manifestação de consenso das Bancadas de que o aplauso
deve ser permitido por parte da assistência no Plenário. E como é um aplauso
tranqüilo, tenho a impressão de que V. Exa. ficaria também mais tranqüilo, se
esquecesse um pouquinho o Regimento, neste momento. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: Respondo à Questão de Ordem de V. Exa. Em
primeiro lugar, não há consenso entre as Bancadas. Em segundo lugar, Ver. João
Antônio Dib, se subscrita uma alteração no Regimento, quero dizer a V. Exa. que
contará com o meu apoio para que, por palmas, o Plenário possa-se manifestar.
Mas, antes disso, Ver. João Dib, é preciso que o Regimento seja alterado. Eu
não tenho, e V. Exa. me acena concordando, poderes para alterá-lo por minha
subjetividade, é preciso que o Plenário vote. Portanto, permanecem, não havendo
consenso, as disposições do Regimento.
Com
a palavra a Vera. Clênia Maranhão, para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
queríamos saudar a presença do Dr. Leandro e todos os Diretores do Hospital
Porto Alegre, saudar os profissionais de saúde que se encontram conosco na
justa e legítima reivindicação da defesa da saúde dos municipários de Porto
Alegre.
Eu
acredito que esta Casa cumprirá as disposições da Lei Orgânica, no sentido de
fiscalizar o Executivo e sugerir alternativas concretas para que a Prefeitura
de Porto Alegre possa cumprir a sua responsabilidade no atendimento a saúde dos
municipários da nossa Capital.
Temos
recebido muitos profissionais do Hospital, pessoas ligadas à área da saúde, que
têm municiado todas as Bancadas desta Casa com dados que têm preocupado
enormemente a todos os Vereadores de Porto Alegre. Muitas vezes, escutamos
denúncias dos Vereadores da Bancada do PT, que cobram do Governo Federal a
não-atualização dos valores do serviço da saúde. Acho isso extremamente justo,
a situação da saúde, em nível nacional, é extremamente grave, assim também como
a saúde do Estado, fundamentalmente depois do atraso dos repasses dos recursos
aos hospitais e municípios pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
Em
Porto Alegre, nesses cinco anos, temos acompanhado, depois do processo de
municipalização, a deterioração do serviço de saúde em nossa Capital. Portanto,
a preocupação da manutenção de um bom serviço de saúde em todos os níveis do
Governo e em todas as instituições é uma preocupação daqueles que querem o
cumprimento das conquistas do Sistema Único de Saúde. Porém, o que me
surpreendeu foram os dados apresentados, que demonstraram que nesses cinco
últimos anos a Prefeitura Municipal de Porto Alegre não fez um reajuste sequer
nos valores dos pagamentos dos serviços prestados pelo Hospital Porto Alegre.
Nesse período, nós temos uma inflação acumulada de 72%. Os serviços de saúde
sofreram um aumento de, aproximadamente, 100%, portanto há uma defasagem enorme
no pagamento dos serviços da Prefeitura em relação à área de saúde, no que diz
respeito ao atendimento de saúde dos municipários.
É
legítima e justa essa pressão política para que o reajuste aconteça. É
obrigação desta Câmara, como órgão fiscalizador do Executivo, a pressão para
que isso se efetive com a maior urgência possível.
Eu
presidi a Comissão de Saúde desta Casa e tive a oportunidade de visitar, com
outros Vereadores, o Hospital. Conhecemos as dificuldades, agravadas nesses
últimos anos.
Essa
decisão, que vai levar, seguramente, se for efetivada, ao fechamento do
Hospital, agrava não apenas o atendimento da saúde dos municipários, mas piora
a situação do atendimento da saúde em Porto Alegre, que já é extremamente
grave. Se nós temos acompanhado a extrema dificuldade das emergências dos
hospitais de Porto Alegre, imaginem quando for fechado - que nós esperemos que
não o seja - o Hospital Porto Alegre, com 130 leitos; que tem serviço de
laboratório, atendimento médico, emergência, serviço psiquiátrico. É, portanto,
fundamental que busquemos uma solução urgente e que seja decidida essa questão,
mas não de forma unilateral e autoritária. Se há uma proposta de plebiscito,
plebiscito não pode ser decidido em cima de uma proposta única!
O SR. PRESIDENTE: Vereadora, V. Exa. pode usar, se desejar
para concluir, mais dois minutos, de acordo com o art. 206 do Regimento.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Usarei os dois minutos. Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
plebiscito, que coloca uma única alternativa, na verdade, não pode, sequer, ser
considerado um plebiscito.
O
que temos que construir, através desta Casa, é uma alternativa de negociação,
cujos critérios utilizados sejam os técnicos, e onde a questão da luta pela
qualidade e pela manutenção dos serviços de saúde para os municipários seja a
base para essa negociação. Não podem ser as questões políticas e os interesses
de outras instituições de saúde, quer seja em nível estadual ou em nível
privado que têm que reger a negociação do Governo da Prefeitura Municipal de
Porto Alegre nesta questão.
Portanto,
Sr. Presidente, esta Casa tem a responsabilidade de se colocar como
interlocutora entre os anseios dos municipários, junto à posição pública,
política, do Executivo Municipal de Porto Alegre. Assim daremos a nossa
contribuição para o cumprimento da Lei Orgânica, que exige que a Prefeitura
Municipal de Porto Alegre desenvolva uma política de atendimento à saúde dos
municipários. Porque, se nós não fizermos isso, não teremos mais moral de
denunciar a situação da saúde, de denunciar a crise da saúde e de falar dos
outros serviços, porque a nossa primeira responsabilidade, como Vereadores, é
com Porto Alegre e com os munícipes desta Cidade que nos colocaram aqui como
seus legítimos representantes. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Agradeço penhoradamente aos presentes
que, educadamente, atendendo ao apelo desta Presidência, entenderam de não se
manifestar. As manifestações foram apenas dos Srs. Vereadores e quero, de
plano, agradecer aos senhores e senhoras pela compreensão.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Antes de mais nada cumprimento V. Exa.
pelo equilíbrio com que conduz esta questão. Mas, V. Exa. é homem ligado às
ciências jurídicas, é um jurista. Há o princípio da igualdade de todos perante
a lei. Portanto, se os Vereadores podem aplaudir o orador, os demais também
podem. Esse dispositivo regimental é inconstitucional, retrógrado, conservador,
autoritário e atrasado.
O SR. PRESIDENTE: Agradeço novamente aos senhores e
senhoras presentes que querem continuar discutindo a questão da AFM. Os
senhores não estão aqui preocupados com questiúnculas do Regimento e querem, na
verdade, abordar essa questão. Mais uma vez deram provas do seu equilíbrio. É
desnecessário que a Presidência responda ao Ver. Isaac Ainhorn, porque, como um
dos Vereadores mais antigos desta Casa, sabe que se está em desconformidade com
o Regimento, poderá propor um Projeto de Resolução para a alteração do
Regimento.
Tem
a palavra o Ver. Gilberto Batista, por dois minutos, para tratar do assunto
abordado na Tribuna Popular, de acordo com o art. 206 do Regimento
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhores
funcionários municipais que aqui se encontram.
Quero
dizer que é lamentável que isso esteja acontecendo com este Hospital da nossa
Cidade de Porto Alegre. Já não bastasse a pendência judicial que os
funcionários da nossa Capital enfrentam nos tribunais, em Brasília, sobre os
27%, agora paira sobre a cabeça de cada funcionário do Município de Porto
Alegre a possibilidade do fechamento do Hospital Porto Alegre, Hospital que tem
um corpo técnico digno, qualificado e respeitado não só pelos funcionários como
também por seus familiares e por toda a Cidade de Porto Alegre.
Neste
momento, em nome do meu Líder, Ver. Reginaldo Pujol, em nome do PFL, convoco
todos os partidos, inclusive o da Administração Popular, para que possamos,
aqui nesta Casa, realmente, como diz a Administração Popular, travar um debate
sincero sobre esta questão. Tenho certeza de que os partidos de oposição desta
Casa vão fiscalizar com muita propriedade este assunto que é a possibilidade do
fechamento do Hospital Porto Alegre.
É
lamentável, Sr. Presidente, que hoje, sexta-feira, dia treze, varias coisas
aconteçam, justamente com a possibilidade do fechamento do Hospital Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra em Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Dr.
Leandro; Sr. Hélio Marcos Vargas, Presidente da AFM; municipários em geral,
hoje um dos assuntos que mais preocupa a sociedade brasileira como um todo é a
saúde, saúde esta sucatada em todos os níveis. E nós temos o entendimento claro
de que a saúde deve ser um direito de todos, embora cada vez mais a população
tenha dificuldades de ter acesso à saúde. E todos os Senhores e Senhoras sabem
da dificuldade de se conseguir um leito em nosso Município. A pessoa que hoje
necessitar de um leito tem que fazer uma verdadeira romaria nos hospitais de
Porto Alegre e, certamente, não encontrará. Mas, felizmente, os municipários,
embora com todas as dificuldades, têm ainda o seu hospital.
Na
semana passada, não só eu, mas os demais Vereadores, recebemos a visita do
Corpo Clínico do hospital que colocaram as suas dificuldades, dificuldades do
dia-a-dia no trato com a saúde dos funcionários municipais, mas, ao mesmo
tempo, também mostraram a eficiência dos seus atendimentos, treze mil e
quinhentas consultas por mês é algo significativo. Qual o município do nosso
País que não sente orgulho de ter um hospital próprio? E nós temos um Hospital
com cento e trinta leitos.
O
não repasse dos cinco anos é uma questão que tem que ser bastante discutida,
porque também faz quatro anos que o SUS não repassa. E é uma bola de neve,
porque o assunto da saúde tem que ser discutido em todos os níveis.
Notamos
também que nos últimos anos houve um processo de esvaziamento da Associação dos
Funcionários, e esse é o grande perigo.
Hoje
não se admite, em lugar nenhum do nosso País, pensar na possibilidade de fechar
um hospital, porque isso é um crime de responsabilidade pública. E nós, como
representantes desta Cidade, temos a certeza de que nenhum Vereador quer, e que
isso não vai ocorrer.
O
que tem que ser feito o quanto antes, e esta Casa é o fórum apropriado, é que
toda a classe dos municipários venha, discuta e decida o que é melhor para si.
Pelo menos esta é a grande questão da própria liberdade, de cada um poder
escolher. Essas discussões têm de ser feitas. E eu tenho a certeza de que nada
será decidido sem antes os municipários serem ouvidos. Portanto, prezados
municipários aqui presentes, podem ter certeza de que o Partido Socialista
Brasileiro é partícipe desse evento de propor uma ampla discussão nesta Casa,
para que possamos, o quanto antes - porque o tempo está se afunilando -, quem
sabe até o final do ano, sair com um bom encaminhamento e que a resolução possa
expressar o anseio da grande maioria dos funcionários públicos municipais de
Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra,
de acordo com o art. 206 do Regimento.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, eu penso que o Secretário
da Administração deveria estar à Mesa, embora V. Exa. tenha registrado a sua
presença. Nós queremos cumprimentar, saudar a família municipária que se faz
presente e, em especial, o Dr. Leandro Branchtein pela incisiva e brilhante
exposição que fez e dizer que a AFM, o Hospital Porto Alegre e o Montepio são
patrimônios da família municipária e que as próprias siglas fazem parte do
acervo e do patrimônio do funcionalismo municipal. Mudar-se essa situação e não
buscar uma alternativa para manter esses verdadeiros ícones, afigura-se, Sr.
Presidente e Srs.Vereadores, a uma decisão pouco elaborada. A Câmara, nesse
sentido, está atenta. Está havendo toda uma mobilização e nós temos que dar a
nossa contribuição.
Vejam
o caos da saúde, e exigir-se mais do que faz a Associação dos Funcionários
Municipais, o Hospital Porto Alegre, é exigir que se faça milagre, e milagre
ninguém faz. Então, nós haveremos de encontrar uma solução que mantenha
intactas essas instituições que são instituições da Cidade e do funcionalismo.
Nesse
sentido, queremos dizer, e o Ver. Isaac Ainhorn, em nome da nossa Bancada, já
manifestou, que estaremos atentos sobre essa questão. E aqui ficou um repto do
diretor-técnico do Hospital de Porto Alegre: que se faça um plebiscito e se
inclua a AFM. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Obrigado pela colaboração de V. Exa. e
queremos dizer que não houve nenhum ato de deselegância com o nosso Secretário
da Administração, pois esta Tribuna Popular foi requerida pela AFM e, nesse
caso, as pessoas que se assentam à Mesa são as pessoas que requerem a Tribuna
Popular.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a Questão de Ordem se refere
ao Parágrafo Único do art. 142 do Regimento .
É
que este Vereador havia afirmado que houve consenso entre as Bancadas de que o
aplauso seria permitido, mas o Parágrafo Único foi modificado, de acordo com a
Resolução 1396, de 02 de dezembro de 1998. Diz:
“É
permitido a qualquer pessoa assistir às Sessões da Câmara, sendo vedadas
manifestações, bem como atitudes que atentem contra a honra e a dignidade do
Poder Legislativo, da Mesa condutora dos trabalhos ou de qualquer Vereador”.
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, V. Exa., além de ser o
Vereador mais antigo desta Casa, para minha honra, é uma das pessoas com quem
tenho a melhor relação de ordem pessoal.
Quero
responder à Questão de Ordem de V. Exa. dizendo que o que está hoje vigente,
apesar de que quem aqui está presente hoje preocupa-se realmente em discutir a
questão da saúde e da previdência, mas já que V. Exa. levanta uma questão
regimental, eu tenho obrigação de respondê-la. O que está vigente hoje é o
Parágrafo Único do art. 142, que dispõe o seguinte:
“É
permitido a qualquer pessoa assistir às Sessões da Câmara, sendo vedadas
manifestações, bem como atitudes que atentem contra a honra e a dignidade do
Poder Legislativo”.
Existe
em tramitação um Projeto de Resolução alterando o Regimento. Daí sim, será
possível modificá-lo. Mas, hoje, o que está vigente é isso. Além disso, a
possibilidade de manifestação será apenas em casos de homenagens e não em
Sessões Ordinárias.
Eu,
desde já, agradeço a colaboração de V. Exa., sempre atento às questões
regimentais.
O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
dirigentes da AFM, funcionários aqui presentes, nós vimos a esta tribuna com
muita tranqüilidade. Não nos preocupa a presença, ao contrário, nos alegra, eu
penso que esta Casa cumpre com a sua função, quando a população de Porto
Alegre, quando setores do funcionalismo, quando setores que representam os
trabalhadores vêm a esta Casa, pois ela está, de fato, ligada à sua população.
Os
partidos que dão sustentação ao Governo Federal têm produzido leis que colocam
a Prefeitura em situação de encaminhar coisas que não são, muitas vezes, do seu
agrado. O partido do Vereador João Dib, o da Vereadora Clênia Maranhão, o do
Vereador Luiz Braz, produzem leis que nos fazem correr, depois, para resolver o
que fazer com elas. É o caso da Previdência, em que nós vamos ter duas
alternativas: ou se constrói um instituto próprio, ou vão todos para o SUS. É
uma situação que nós vamos ter que resolver daqui a pouco.
Tempos
atrás, nós tivemos uma nova lei de licitação - a Lei nº 8.666 -, que determina
que, diante desse tipo de situação, se faça uma licitação.
Nós
temos um convênio antigo - um convênio, como se sabe, é um instrumento jurídico
frágil, - que vem sendo renovado, mas não há suficiente sustentação jurídica,
Dr. Leandro, para que ele seja renovado. O estudo é da Procuradoria do
Município, não é nem da Secretaria Municipal de Administração, está-me dizendo
o Secretário Cézar Alvarez, que nós dá a honra da sua presença. Portanto, não
foi uma decisão da Secretaria de Administração, da Secretaria que cuida do
pessoal, mas uma visão jurídica sobre o convênio.
De
qualquer forma, preocupada com o assunto, a Prefeitura, por intermédio do
Secretário, Ver. Isaac Ainhorn, mantendo a sua tradição de transparência e
participação, tem percorrido as secretarias, conversando com os funcionários,
falando das várias alternativas - o IPE é apenas uma alternativa -, porque, se
chegarmos a esse ponto, terá de haver uma licitação. E não há como a Prefeitura
dirigir para o IPE uma licitação. Ela está apresentando as várias alternativas
para os funcionários.
Desde
o início o Secretário tem dito, porque é posição do Prefeito, determinada, que
só virá uma lei para a Câmara depois de um plebiscito, se houver uma
manifestação inequívoca da maioria dos funcionários públicos municipais. Só
assim haverá mudança, mesmo com a preocupação jurídica que tem a Prefeitura com
relação a esse convênio. Só virá para a Câmara um Projeto se a maioria dos
municipários assim se manifestar.
Mantendo
a tradição da transparência, a Secretaria, junto com quinze entidades de
funcionários públicos municipais está promovendo um seminário - já há um
convite para todos os Vereadores e funcionários da Câmara - sobre este tema nos
dias 2 e 3 de setembro, onde se espera em torno de seiscentos delegados no
auditório da Caixa Econômica Federal. Estamos todos convidados, exatamente para
discutir o tema.
Portanto,
nenhuma decisão tomada, Dr. Leandro, isto é um equívoco, há uma discussão e uma
preocupação, uma discussão absolutamente aberta com todos os funcionários
públicos municipais e uma preocupação grande.
Recebi
várias pessoas, que estão fazendo um trabalho bem-feito, e conversamos sobre a
preocupação da Prefeitura com relação ao Hospital. Pode ser uma conseqüência da
modificação que se faz. Não há nenhuma intenção da Prefeitura de acabar com a
AFM. Existe a preocupação, sim, em estar dentro da legalidade, que pode ter,
como conseqüência, um baque muito forte no Hospital.
E
procuram-se alternativas. Uma delas seria passar para o SUS - que talvez não
resolva, não sei, não tenho conhecimento suficiente para isso, mas é uma
alternativa -, SUS este que não reajusta os valores; são os partidos da
situação do Governo Federal, e querem que a Prefeitura reajuste sozinha. É uma
situação gozada.
O
Ver. Gilberto Batista fala que os funcionários públicos municipais ficam
preocupados. Nós não temos PDV.
Sr.
Presidente, solicito mais dois minutos de tempo.
O SR. PRESIDENTE: Concedo dois minutos de tempo a V. Exa.,
de acordo com o art. 206 do Regimento.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Agora, estão preparando novo PDV. Eles,
que não concedem reajuste há cinco anos para os funcionários públicos federais,
vêm aqui fazer crítica com relação aos salários do Município, que não tem
salários maravilhosos, sabemos disto, mas concede reajuste a cada dois meses;
não tem demissões.
(Manifestação
nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE: Solicitamos que não haja manifestações,
nem prós, nem contrárias, às manifestações dos Srs. Vereadores.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Não há problema, aceito democraticamente,
diferente de muitos aqui, que, quando há manifestações contra, são os primeiros
a pedir que a Mesa reprima as manifestações. Aliás, acho que vou propor
modificação no Regimento.
(Aparte
anti-regimental.)
Não,
Ver. Isaac Ainhorn, pois quando V. Exa. era Presidente, exigia que as pessoas
não falassem, e fazia bem, pois quem está na Presidência tem que manter o
Regimento. Agora, eles fazem igual: quando tem gente aqui, modificam a posição.
Quero dizer que serei o autor de um Projeto de modificação para que possa haver
palmas ou até apupos, mas não se pode é mudar de posição quando a manifestação
é contra ou a favor. Tem que ser uma manifestação única, e é preciso que as
pessoas saibam que, dependendo da presença, eles mudam de posição. Eu não mudo!
Aceito críticas, aceito aplausos e vaias. Mas é isso que tem que ser dito.
Há
cinco anos não há reajuste, estão preparando outro PDV, colocando gente na rua.
Nós estamos abertos à discussão. O Secretário Cézar Alvarez, por meu
intermédio, solicita à Presidenta da Comissão de Saúde e Meio Ambiente Vera.
Sônia Santos, e o convite pode ser extensivo à Comissão de Constituição e
Justiça, já que há esse aspecto legal, para que ampliemos o debate também aqui
na Câmara, além do seminário que será feito nos dias 02 e 03 de setembro, em
que todos estão convidados, e que a Câmara também faça o debate, convidando as
partes envolvidas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
especialmente Srs. funcionários, serei bastante objetivo já que os demais Vereadores
já abordaram as questões de mérito.
Quero
registrar que o que me preocupa, é o comportamento sempre diverso da Bancada de
situação. Sintetizando, diria que usam a expressão: “façam o que eu digo, mas
não façam o que eu faço”. Acabamos de ouvir o Ver. Guilherme Barbosa, tentando
colocar a culpa no Governo Federal. Pergunto: o que fez a Prefeitura entre 1989
e hoje, quando não se tinha votado essas leis? Não há desculpa! Não fez! Pior:
quando fez, foi contra. Vamos deixar isso bem claro. Podemos fazer críticas ao
Governo Federal, mas não vamos passar ao Governo Federal responsabilidades que
são exclusivamente do Governo Municipal, porque entre 1989, quando votamos essa
Lei Orgânica, e o ano passado, quando, em última análise, se teria votado, no Congresso, as leis que hoje
impediriam a Prefeitura de continuar essa situação ou a obrigam a encaminhar
outra situação, não se fez nada! Portanto, não foi cumprida, sequer, a Lei
Orgânica, que os próprios Vereadores do PT votaram em 1989.
Preocupa-me,
também, que não se faça, com a questão da previdência e com a questão da saúde,
o que já se fez com a EPATUR: como não se aprovou aqui o que a Prefeitura
queria, a Prefeitura fez por fora, fez informalmente. Informalmente, acabou com
a EPATUR e criou escritório, no caso, sem lei. O meu temor, doutor, é que se
possa acabar com o Hospital, com a AFM, mesmo sem lei. Então, vamos deixar
gizado isso também, aqui, para que fiquemos acompanhando muito de perto a
situação.
No
mais, eu quero saudar o Secretário Cézar Alvarez, que é meu amigo, meu
conhecido de muitos anos, esperando que, realmente, a presença do Secretário
signifique isto que o Ver. Guilherme Barbosa disse: a disponibilidade do
diálogo. Nesse sentido, eu quero comunicar, formalmente, às demais Bancadas, aos
companheiros da AFM, do Hospital, ao Secretário Alvarez, que, pelo PSDB, a
representação nessa questão será feita pelo Ver. Cláudio Sebenelo, que é
médico, ex-administrador do Grupo Hospitalar Conceição, e ninguém melhor do que
ele para poder representar o PSDB, e não eu, que não é essa a minha
especialidade. Evidentemente que estaremos na frente da luta, do debate, em
relação a este tema.
A
minha saudação a todos vocês e a expectativa de que realmente possamos resolver
essa questão com respeito ao interesse público, mas com respeito aos
funcionários, que dedicaram e vêm dedicando a sua vida ao interesse do
Município de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu não
poderia deixar de vir à tribuna manifestar o meu apoio a esta necessidade de
diálogo com a categoria municipária e, sobretudo, com suas entidades. Eu penso
que aí reside o ponto principal do tema profundamente sensível que se está
tratando. Não se brinca com a previdência nem com a saúde de uma vasta
categoria impunemente, tem que haver seriedade nisso. Acredito que a intenção
da Prefeitura, neste momento, é séria, deve ser séria, pelo menos eu entendo
assim.
Eu
estou devendo uma visita ao Hospital, ao Dr. Mário, meu amigo, para me inteirar
das reais condições do Hospital. Acho que ninguém, em sã consciência, vai
permitir que o Hospital dos Municipários mude de posição e se transfira para
outra entidade ou que deixe de prestar o atendimento que presta ao corpo
funcional desta Prefeitura. É obrigação nossa manter esse Hospital aberto,
funcionando com toda a sua plenitude, porque ele garante, minimamente, a saúde
do funcionalismo.
O
campo da previdência é outra história, aí vamos ter que conversar com muita
seriedade, porque hoje, no Brasil todo, a previdência é o calcanhar-de-aquiles
dos governantes.
Não
vamos sair dessa embretada sem muito engenho e arte, por isso essa discussão é
extremamente necessária. E tomara que no seminário de 02 e 03 de setembro se
possa chegar a alguma conclusão. Estarei presente, sem dúvida.
E,
ao Dr. Mário, a minha promessa reiterada de visitá-lo para tomar conhecimento,
particularmente, das condições do Hospital. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Questiono se mais alguma Bancada
deseja-se manifestar sobre esse assunto tão relevante para os municipários,
hoje tratado nesta Tribuna Popular, por certo uma Tribuna Popular em que mais inscrições
houve dos Srs. Vereadores, tanto para uma Comunicação de Líder, como no período
dos nossos trabalhos legislativos. A Casa cumpre com o seu dever de discutir
aqui os principais temas da Cidade, do interesse dos munícipes e por
conseqüência, também dos senhores trabalhadores municipais.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que as cópias
taquigráficas deste assunto sejam enviadas às Comissões de Direitos Humanos e
de Saúde desta Casa, para que ambas interfiram no assunto, evitando que
direitos dos funcionários sejam diminuídos. Ao que consta, o Ver. Adeli Sell
gostaria que fosse incluída a CEFOR também.
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Carlos Nedel, V. Exa. está
preocupado com o assunto tratado, mas as notas taquigráficas já estão no nosso
sistema da Intranet. E V. Exa., com a sua intervenção, faz um apelo aos
Presidentes dessas Comissões, que já possuem essas notas em seus gabinetes,
para que tomem as providências. V. Exa. faz um apelo e está registrado.
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sr. Presidente, creio que o assunto,
além de ser atinente à Comissão de Saúde, é muito mais atinente à Comissão de
Economia, Finanças e Orçamento, por tratar, inclusive, de orçamento da
municipalidade.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr. Presidente, na minha fala, da
tribuna, já havia também solicitado que a Comissão de Constituição e Justiça,
como tem uma interferência legal, participasse. Gostaria que o Ver. João Carlos
Nedel também incluísse no seu Requerimento a participação da CCJ.
A SRA. SÔNIA SANTOS (Requerimento): Sr. Presidente, como Presidente da
Comissão de Saúde e Meio Ambiente, entendemos procedente e importante a
participação desta Comissão da Casa, e estamos abertos a participar de todo o
debate e contribuir para que seja encontrada uma solução o quanto antes.
Obrigada.
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos a todos pela presença, além
dos senhores e senhoras funcionárias, que honraram essa Tribuna Popular; de
todo o Corpo Clínico do Hospital, do Presidente do Hospital, que acompanha toda
essa discussão; do Diretor do Corpo Clínico e das demais pessoas do quadro
diretivo do Hospital. Esta Casa sente-se extremamente honrada com a presença de
V. Exas. Suspendemos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 10h23min.)
O SR. PRESIDENTE (às 10h27min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sei que é muito importante votarmos a Lei
de Diretrizes Orçamentárias, hoje. Como temos diversos projetos na Pauta,
solicito aos Vereadores inscritos que estabeleçam um acordo de não se
pronunciarem para a Pauta correr sem prejudicar os Projetos e para que entremos
imediatamente na Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE: Essa questão é importante, hoje é o
último dia possível para a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. É
preciso remetê-la, ainda hoje, ao Poder Executivo. É preciso a concordância dos
Vereadores inscritos na Pauta: Ver. Gilberto Batista, Ver. Adeli Sell, Ver.
Cyro Martini, Ver. Isaac Ainhorn e Ver. João Dib. A solicitação do Ver. Luiz
Braz é no sentido de a Pauta correr sem a manifestação dos Vereadores. O Ver.
João Dib concorda com o Requerimento do Ver. Luiz Braz.
O SR. CYRO MARTINI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, lamento por não poder
concordar, porque nós ficamos aqui esperando, por largo tempo, para nos
inscrever e agora temos que ceder espaço! Sei que há questões de importância
capital, mas espero que V. Exa. considere as minhas ponderações.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Cyro Martini, sou obrigado a
considerar as suas considerações. Não vou dialogar com V. Exa. Não havendo
concordância de V. Exa., que se inscreveu, eu não tenho poderes para fazer com
que os Vereadores não se manifestem no período de Pauta. A Pauta, portanto,
está mantida, porque V. Exa. deseja manifestar-se.
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
terça-feira passada nós fomos até o Aterro do Lami, onde, mais uma vez,
constatamos a loucura que foi feita na Cidade de Porto Alegre, no aterro
sanitário do Morro da Extrema, no Lami. Convido os Srs. Vereadores da situação
para verificar in loco o que está
acontecendo. Quando nós insistimos em falar nesse assunto, as autoridades do
DMLU foram às rádios, aos jornais e à televisão dizer que era mentira deste
Vereador, e que não havia nenhum problema técnico com relação ao aterro
sanitário do Morro da Extrema. Há problemas técnicos naquele local, e convido a
população de Porto Alegre para avaliar e ver mais essa trapalhada da
Administração Popular. É impressionante o aprendizado que a população está
obtendo de como não fazer as coisas. Pois conseguiram construir um aterro
sanitário no lugar mais lindo de Porto Alegre, onde teria que ter um belvedere,
onde deveria ter um hotel cinco estrelas, onde houvesse toda a possibilidade de
desenvolvimento de turismo.
Sabemos
dos problemas do lixo das grandes cidades, que hoje é um problema mundial, mas
sabemos também onde não depositar o lixo. Por exemplo, na Av. Borges de
Medeiros, em Porto Alegre, não pode ter uma lixeira; no Parque Marinha do
Brasil não pode ter lixo, não pode ser depósito de lixo.
Saúdo
a ilustre presença do jornalista Roberto Villar, um homem comprometido com o
meio ambiente. Sabemos que foi uma insanidade administrativa essa escolha numa
reserva biológica da maior importância, num local onde ainda existem restos de
mata atlântica intactos, num local onde existem restos de flora e fauna, que
estão em extinção.
Terça-feira,
verificamos que: na cava que está sendo feita para colocar o lixão, estão
colocando todo o lixo de Porto Alegre, quando queriam apenas uma válvula de
escape para outros lixões. A cava já está atingindo a mata nativa, destruindo,
inclusive, as últimas espécies de bugio ruivo.
Essa
loucura administrativa chega ao ponto de não prever os efeitos desse lixão.
O
Arroio Manecão polui a Praia do Lami, que a duras penas conseguiu ser
balneável, e agora está contaminada. Está havendo extravasamento de chorume.
Hoje,
no jornal Zero Hora, o próprio Diretor do DMLU, Dr. Rosalino Mello, declara
que, pelo excesso de lixo há vazamento de chorume. Um aterro sanitário que
previa cinqüenta a cem toneladas de lixo está recebendo oitocentas toneladas
diariamente. Inclusive, os caminhões não são pesados, a balança não é usada.
Nós permanecemos mais de duas horas fiscalizando, e todos os caminhões passam
apenas “no olho”, dizendo que o caminhão tem tantos quilos de capacidade. Na
verdade, houve a perda do controle.
A
Universidade Federal do Rio Grande do Sul já denunciou e tem laudo dizendo que
o índice de manganês e ferro já ultrapassa trinta, quarenta vezes o normal de
potabilidade. Isso é um indicador formal de que está havendo um extravasamento,
está indo para as águas das sangas, das cacimbas, dos arroios, que são
utilizados por uma população ainda rural, que usa água natural, e esta água
está contaminada pelo aterro sanitário da Extrema.
Foi
uma infelicidade a escolha do local, o local mais bonito de Porto Alegre, que
merecia um tratamento para turismo. Pois há uma depredação, uma contaminação
completa da fauna, da flora e, principalmente, das três enseadas mais bonitas
de Porto Alegre, que são a praia do Cego, a praia do Lami e a praia de Itapuã,
que estão contaminadas, porque o Arroio Manecão, que lá desemboca, está
contaminado. É isso que nós estamos denunciando há mais de seis meses. E há
mais de seis meses, nós temos a resposta do DMLU dizendo que não é verdade, que
isso o Vereador fala apenas por falar, apenas no olho.
Eu
quero saber quem foi o gênio, a capacidade, que escolheu o aterro da Extrema
para ser uma das mais infectas e contagiosas lixeiras que vai contaminar, para
daqui a cinqüenta, cem anos, indelevelmente, o santuário biológico de Porto
Alegre. Isso foi um crime contra o meio ambiente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. SÔNIA SANTOS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, solicito um Tempo
Especial, como Presidente da Comissão de Saúde, para que eu possa me manifestar
a respeito de eventos que aconteceram, nesta semana, com relação ao aterro do
Lami e matéria de hoje, na “Zero Hora”, e notícias que saíram nas rádios
também.
O SR. PRESIDENTE: Vera. Sônia Santos, qual o tema que V.
Exa. requer, especificamente, para Tempo Especial?
A SRA. SÔNIA SANTOS (Questão de Ordem): Especificamente sobre a Ação Popular que
está sendo movida com relação ao aterro do Lami, que está sendo noticiado como
sendo feita pela Câmara Municipal de Porto Alegre e está sendo feita em nome
desta Vereadora, bem como a nossa visita que houve, na terça-feira, àquele
local com alguns problemas que enfrentamos naquele dia.
O SR. PRESIDENTE: Vereadora, esse Tempo Especial, por ora
requerido, perde a sua eficácia e a sua consistência se não for realizado hoje?
O Tempo Especial é um tempo absolutamente excepcional, como que uma ação cautelar,
se não realizado naquela data perde o seu sentido, a sua eficácia. O
entendimento de V. Exa. é neste sentido?
A SRA. SÔNIA SANTOS: Exatamente. Por causa das matérias
publicadas nos jornais, entendemos que seja extremamente importante que o
usemos hoje.
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Requeiro que seja retomado o projeto de
coleta seletiva do lixo na Câmara Municipal de Porto Alegre, à medida que, há
nove anos, temos a coleta seletiva na nossa Cidade.
O SR. PRESIDENTE: Vamos levar à consideração da Mesa
Diretora.
A
Vera. Sônia Santos está com a palavra em Tempo Especial.
A SRA. SÔNIA SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
agradeço a cessão do período de Tempo Especial para que possamos nos
manifestar.
Na
terça-feira, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, composta pelos Vereadores
Clênia Maranhão, Sonia Saraí, Sônia Santos, Pedro Américo Leal e Luiz Braz
estivemos em visita ao aterro sanitário do Morro da Extrema, no Lami. Mais uma
vez, tivemos dificuldades ao chegar lá, pois o Engenheiro responsável Sr.
Sérgio Luiz Cotrin disse-nos que tinha orientações, que tinha recebido ordens
no sentido de que tínhamos que aguardar fora do aterro até a chegada do Diretor
do DMLU. Ponderamos que não poderíamos atender, iríamos entrar e fazer todas
aquelas investigações, pois estávamos ali para investigar as denúncias que
haviam sido feitas desta tribuna, ainda no mês de junho, com o compromisso de
que em agosto nós iríamos àquele local para constatar todas as denúncias. Ele
nos acompanhou por um período e vimos o chorume vertendo da terra, sentimos o
odor insuportável, conversamos com os moradores daquela região, que nos
relataram casos de diarréia, manchas na pele e nos apresentaram uma série de
documentos que comprovam a contaminação das águas com metais pesados, com altos
índices de ferro, manganês, mercúrio e outros. Eles nos mostraram também autos
de multa imposta ao DMLU por desmatar sem autorização, por ter excedido em
vários pontos onde o relatório de impacto ambiental havia colocado limites que
não foram respeitados.
Após
uma hora e dez minutos, chegou o responsável pelo DMLU e, de uma forma
grosseira, nos agradeceu o convite, que deveríamos ter feito, no entendimento
do Sr. Rosalindo Mello, para participar daquela visita. Quando dissemos que
estávamos de acordo com a Lei Orgânica do Município, no seu artigo 70, que diz
que é permitido a qualquer Vereador entrar em órgão da Administração Direta ou
Indireta sem aviso prévio, ele, de uma forma ríspida, disse que aquela era uma
atitude legalista e, em forma de ameaça, disse que a partir daquele momento as
relações do DMLU para com a Câmara seriam formais.
Mais
uma vez nós enfrentamos a truculência, mais uma vez nós enfrentamos as
orientações da Administração Popular para impedir o trabalho dos Vereadores no
cumprimento das nossas atribuições. Somos pagos para legislar, fiscalizar e,
quando vamos cumprir a nossa função, aquela para a qual fomos eleitos e
recebemos os votos, nós somos impedidos. Quando isso aconteceu na Vila Safira
Velha, quando a Comissão de Saúde foi lá, fomos barrados num Posto de Saúde e a
imprensa também. Na terça-feira, houve outra tentativa de barrar a Comissão de
Saúde.
Diante
de toda a documentação que nos foi apresentada pela Associação de Moradores,
esta Vereadora, que é Presidenta da Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta
Casa, entrou com uma Ação Popular, com um pedido de liminar para a suspensão
dos trabalhos, até que a situação seja regularizada, porque estão operando sem
licença da FEPAM. Quem entrou com a ação foi a Vera. Sônia Santos e o motivo do
registro que faço, aqui desta tribuna, é porque durante toda a manhã de hoje e
do dia de ontem saíram notícias de que a Câmara Municipal de Porto Alegre, a
Comissão de Saúde tinha entrado com uma Ação Popular. Não, quem entrou com a Ação
Popular contra o DMLU, contra a Administração Popular foi a Vera. Sônia Santos,
porque nós não podemos permitir. Temos cópia do ofício enviado pela FEPAM que
diz: “...o empreendimento não detém licenciamento, estando esta FEPAM
aguardando a solicitação de renovação”. Existe uma infinidade de
irregularidades. As multas que o DMLU está sofrendo, por incompetência, as
quais são pagas pela população, com essas não concordamos. Por isso entramos
com uma Ação Popular pedindo que pare aquele empreendimento, que seja sanado e
que as pessoas daquela região parem de pagar o alto custo que é aquele aterro
sanitário, que é um grande lixão, sim. As pessoas vão lá e sentem o odor, as
pessoas que vivem no entorno estão bebendo água contaminada, porque o chorume,
que verte, desce e vai contaminar as águas lá embaixo. Diga-se de passagem que
isso já estava previsto no Relatório de Impacto Ambiental, onde diz que havia
um grave risco de contaminação por metais pesados e uma grande probabilidade de
contaminação do lençol freático. Isso faz parte do Relatório de Impacto
Ambiental, isso não é ignorado pelo Município. Quando o Município lá colocou o
aterro sabia de todos os riscos e agora esses problemas estão acontecendo e
quem está sofrendo é a população. Por isso esta Vereadora não concorda com esse
tipo de atitude, por isso a Vera. Sônia Santos entrou com uma Ação Popular para
que as obras sejam paradas e todos os problemas sejam resolvidos. Muito
obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Passaremos ao período de Pauta. Havendo
a desistência de todos os Vereadores inscritos, está correto Ver. Guilherme
Barbosa?
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, quero dizer que a nossa
Bancada concorda com essa proposição, para que os Projetos avancem. É preciso
que os Vereadores abram mão de falar para que se passe, imediatamente, à Ordem
do Dia.
O SR. PRESIDENTE: Obrigado, Ver. Guilherme Barbosa. Antes
de passar a Presidência ao Ver. Nereu D’Ávila, informo que havíamos conversado
com os Vereadores.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
quero registrar que o que foi pedido é que não houvesse a discussão de Pauta,
não que a Pauta valeria. Não concordo que a Pauta valha. Se houver Pauta eu
quero discutir. Concordo com a inversão, sem problema nenhum, mas não que se
passe a Pauta sem discussão.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Se for essa a vontade, eu estava
apoiando a proposta do Ver. Luiz Braz, concordamos também.
O SR. PRESIDENTE: Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 10h48min.)
O SR. PRESIDENTE (às
10h50min): Estão reabertos os trabalhos.
O
Ver. Gilberto Batista está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje
temos uma Pauta muito pesada, em função da votação do Projeto que trata da Lei
de Diretrizes Orçamentárias, mas sentimo-nos na obrigação de vir à tribuna para
alertar a Casa acerca do problema que está acontecendo no Bairro Intercap.
Tanto os moradores daquele Bairro como este Vereador, e acredito que a população
de Porto Alegre, e também os demais Vereadores, Ver. João Dib, ficaram
surpresos com a notícia de que a Secretaria de Segurança do Estado pretende
instalar, lá, um albergue para os presidiários.
É
lamentável essa proposta da Secretaria de Segurança, ou da SUSEPE, de pretender
colocar esse albergue no Bairro Intercap. Não por ser o Bairro Intercap, mas em
qualquer bairro de Porto Alegre essa medida é lamentável.
Acreditamos
que a idéia da SUSEPE seja válida no sentido de existirem prédios específicos
para os presos em regime semi-aberto, ou seja, aqueles que trabalham durante o
dia e dormem no presídio, mas devem ser instalados fora da área central e fora
dos bairros da Cidade de Porto Alegre. O Ver. Hélio Corbellini, que é
Presidente da Comissão de Direitos Humanos desta Casa, já foi informado pela
comunidade daquele Bairro, e sou sabedor de que S. Exa. está providenciando uma
audiência pública para debater esse assunto.
Considero
importante que esse assunto seja levado à Assembléia Legislativa do Estado do
Rio Grande do Sul, porque é inadmissível que o órgão que cuida da segurança de
nosso Estado e da Cidade de Porto Alegre queira construir, no Bairro Intercap,
um albergue para os presidiários. Acreditamos que o Plano Diretor já
inviabiliza a instalação desse albergue naquele Bairro. E o mais grave é que o
Governo do Estado, que usa o refrão “Democrático, Participativo e Popular”, não
escutou a comunidade. Em visita recente àqueles moradores, o Superintendente da
SUSEPE foi categórico e disse que iria instalar o albergue para os presidiários
naquele local. Isso é uma atitude que vem de encontro àquela comunidade.
Então,
eu acredito que aquela comunidade, juntamente com a Câmara de Vereadores, a
Assembléia Legislativa, possam lá, naquela comunidade, fazer um fórum de
segurança para saber realmente se toda a comunidade está de acordo, se vai
ficar satisfeita ou não com essa iniciativa da SUSEPE.
Acredito
que é uma idéia lamentável, não sei se partiu do Secretário de Segurança, mas o
Superintendente da SUSEPE está com este Projeto. Trata-se de um prédio que
realmente está desocupado e entendo que tenha que ser ocupado para outros tipos
de atividades que, talvez, possam gerar empregos, fazer com que as pessoas
possam aprender algumas coisas para poderem trabalhar na Cidade de Porto
Alegre. Mas, não é possível colocar um albergue de presidiários naquela região.
A comunidade está assustada, Sr. Presidente Nereu D’Ávila, e é um problema
sério.
Acredito
que, através da audiência pública que vamos ter com o Presidente da Comissão de
Direitos Humanos desta Casa, deveremos nos alertar e fiscalizar para não
deixar, não permitir, que isso possa ser instalado lá.
Quero
deixar claro que sou favorável a esse tipo de iniciativa, mas fora da nossa
região de Porto Alegre. Esse tipo de albergue deve ser colocado num lugar que
permita segurança para os moradores poderem tocar a sua vida rotineira, sem o
percalço de poderem ser assaltados nas suas residências, terem invadidas as
suas casas, serem abordados, de repente, por um elemento que está lá, preso. Às
vezes os que estão em recuperação podem ter um desvio na sua conduta, que já
não é muito boa, por isso está lá, e, de repente, podem ocorrer coisas,
tragédias, não só naquela comunidade mas perto daquela região. Então, deixo aqui
o meu alerta a esta Câmara, Ver. João Dib, para a necessidade de debatermos
esse assunto com maior profundidade. De antemão registro que este Vereador, o
Ver. Reginaldo Pujol e muitos daquela comunidade são contrários à instalação do
albergue para presidiários no Bairro Intercap. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O
Ver. José Valdir solicita licença para tratamento de assuntos particulares, no
dia de hoje.
(Obs.:
Foi aprovado o Requerimento de licença do Ver. José Valdir e dada posse ao
Suplente, conforme consta da Ata.)
O SR. DÉCIO SCHAUREN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, nós conversamos com as
Lideranças dos Partidos aqui desta Casa para que, logo após a LDO, possamos
votar uma Moção de Apoio à COOTRAVIPA, nessa questão da relação com o
Ministério da Previdência, que como já temos conhecimento, há uma interpretação
de legislação e para evitar que possamos ter aproximadamente dois mil
desempregados aqui em Porto Alegre. Infelizmente, parece que o Regimento não
nos permite votar antes.
O SR. PRESIDENTE: Embora, Vereador, pelo desenvolvimento
da Sessão até agora, eu reconheça que não seja certo que aconteça isso. Nós
temos 22 destaques a Emendas da LDO.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, embora veja com simpatia
a causa de mérito, em relação a questão da COOTRAVIPA, nós gostaríamos de
manifestar a nossa preocupação de que a matéria que se encontram há seis meses
na Ordem do Dia, como a questão da demolição do Mercado do Bom Fim, que até
hoje não foram examinadas. Sabemos que a Sessão de hoje dificilmente vai
avançar além da LDO, mas estamos conversando com as Lideranças para que essas
matérias sejam votadas o mais rápido possível. Sou grato a essa Presidência
pela atenção.
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, vamos fazer três Sessões
Extraordinárias, a seguir, para vencermos duas matérias que temos que votar
hoje, dada a urgência. A primeira, diz respeito ao Plano Diretor, porque estamos
alterando a Resolução que dita as regras para a votação do Plano Diretor, que
deverá ter votação privilegiada às segundas e quartas-feiras, reservando-se a
sexta-feira para a votação das demais matérias. Excepcionalmente, às segundas e
quartas-feiras será admitida a apreciação de matérias que, em virtude de prazo,
possam ficar prejudicadas.
A
segunda matéria também é um Projeto de Resolução da Mesa, e diz respeito a um
Requerimento aprovado pelo Plenário, de autoria da Vera. Tereza Franco, sobre a
colocação de uma placa para os cassados no âmbito municipal, e como se trata de
ordenamento de despesa deve ser feito através de Projeto de Resolução.
Então,
esses dois Projetos vão correr Pauta, extraordinariamente, logo a seguir.
Estão
suspensos os trabalhos da presente Sessão.
(Suspendem-se
os trabalhos às 11h04min.)
O SR. PRESIDENTE (às11h11min): Estão reabertos os trabalhos da 61ª
Sessão Ordinária.
Vamos
reiniciar o que paralisamos na quarta-feira passada. Na quarta-feira, nós
havíamos iniciado a votação de Destaques. Votamos cinco Destaques ao Projeto,
já aprovado, com as Emendas com Parecer favorável, da LDO - Lei de Diretrizes
Orçamentárias. Então, o Projeto está aprovado, com as Emendas aprovadas. O que
estamos votando, então, são os Destaques que ainda não foram votados. Os cinco
Destaques ao Projeto já foram votados. Agora nós vamos votar os Destaques às
Emendas.
Quero
lembrar os Srs. Vereadores e as Sras. Vereadoras que nessa matéria, por
proposição do Ver. João Dib, aceita pelo Plenário, diminuímos o tempo dos
encaminhamentos de cinco para três minutos. Ainda, por proposição do Ver. João
Motta, aprovada pelo Plenário, em vez de encaminharem, que é um direito
regimental, as nove Bancadas, nós consensualizamos que ficasse dois contra e
dois a favor; além do autor da Emenda, o autor do Destaque. Essa é uma
emergência, porque nós temos, aqui, Srs. Vereadores, vinte e uma Emendas
destacadas. Esse direito de os Vereadores fazerem o encaminhamento vai-nos
tomar um determinado tempo e nós temos um prazo que é determinativo, até o dia
quinze de agosto, que é domingo, para encerrar a votação da LDO, por isso que
nós diminuímos esse tempo para encaminhamentos, somente para que vençamos o
prazo, que é até domingo. Eu entendo que deveríamos encerrar hoje as Emendas,
vamos fazer o possível.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr. Presidente, antes de entrarmos na
discussão do Projeto da LDO, quero fazer um Requerimento à Mesa, tendo em vista
a relevância de um tema e a urgência. É que todos os gabinetes dos Vereadores
receberam ontem uma carta do Excelentíssimo Sr. Prefeito Municipal, convidando
a Câmara Municipal para visitar as obras que foram construídas como demanda do
Orçamento Participativo. Considerando que a construção das obras é uma
obrigação do Executivo, eu solicito a V. Exa. que esta Casa propicie aos
Vereadores uma estrutura para que nós possamos, o conjunto da Casa, visitar as
obras que não foram executadas pelo Orçamento Participativo, porque essa sim é
a função da Câmara, observando as denúncias da sociedade, exercer a sua
responsabilidade de fiscalização. Nesse sentido estou encaminhando este
Requerimento à Mesa.
O SR. PRESIDENTE: Duas coisas Vereadora, a primeira: um
convite do Executivo, é um convite, portanto, vai quem quer, e não podemos impedir
que o Executivo convide-nos, é optativo. A segunda: o último entendimento de V.
Exa. eu acho perfeito, acho correto, que incumbiria a esta Casa, se assim o
desejar e o Requerimento de V. Exa. for aprovado, que a Câmara visite as obras.
Só que como é uma questão política delicada, eu no momento oportuno acolherei o
Requerimento de V. Exa. e o colocarei em discussão no Plenário. Evidentemente,
em princípio, V. Exa. tem razão, só que eu chamo atenção que o convite não
torna obrigatório que se vá, eu mesmo por agenda anterior, não poderei
comparecer.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Esclarecimento): Só um esclarecimento para V. Exa., eu
concordo plenamente com o Presidente, é um convite. Mas eu estou colocando uma
contraproposta para que nós possamos cumprir a nossa função fiscalizadora.
O SR. PRESIDENTE: Eu entendi que V. Exa. fez a
contraproposta na presunção de que todos iriam com o Executivo. Não é uma
presunção válida; há o convite, vai quem quer. E eu acho que na segunda parte
V. Exa. tem razão. A Câmara deve, e pode, mediante Requerimento de um Vereador,
com a legitimidade absoluta que detém, colocar e, se for aprovado, esta
Presidência fará todo o empenho para dar os meios necessários para essa visita,
que é legítima.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr. Presidente, é evidente que a visita
com o Sr. Prefeito abrangerá um número restrito de obras. Então, eu solicito
que a Mesa propicie estrutura para que nós visitemos outras obras - que não vai
ser possível com a vinda do Prefeito - daquelas que foram realizadas pela
Prefeitura. Aí nós veremos as que foram realizadas e as que não foram
realizadas. Aí nós ficamos equânimes, como iniciativa da Câmara de Vereadores.
O SR. PRESIDENTE: Além de aceitar os Requerimentos, esta
Presidência vai querer a aprovação dos Vereadores. Depois, vamos fazer um
roteiro que o ônibus seguirá. Mas enquanto o roteiro não estiver estabelecido,
eu não fornecerei ônibus, porque senão ele sairá com roteiro incerto e
indeterminado.
O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, vamos trabalhar?
O SR. PRESIDENTE: Vamos trabalhar.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1837/99 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/99, que dispõe sobre as Diretrizes
Orçamentárias para 2000 e dá outras providências. Com Emendas nºs 01 a 03; 05 a 11; 13 a 67. Com Subemenda nº 01 à Emenda
nº 07. Com Subemenda nº 01 à Emenda nº 16. Com Subemenda nº 01 à Emenda nº 26.
Com Subemenda nº 01 à Emenda nº 30. Com Subemenda nº 01 à Emenda nº 32. Com
Subemenda nº 01 à Emenda nº 38. Com Subemenda nº 01 à Emenda nº 44. Com
Subemenda nº 01 à Emenda nº 49. Com Subemenda nº 01 à Emenda nº 52.
Parecer:
-
da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e das
Emendas nºs 01; 06; 07, com Subemenda nº 01; 08; 13; 15; 18 a 20; 22 a 24; 26,
com Subemenda nº 01; 27 a 29; 30, com Subemenda nº 01; 31; 32, com
Subemenda nº 01; 33 a 35; 37; 38, com
Subemenda nº 01; 39; 41 a 43; 44, Com Subemenda nº 01; 45; 47; 48; 49, com a
Subemenda nº 01; 50; 51; 52, com a Subemenda nº 01, 53; 64 a 67; e pela
rejeição das Emendas nºs 02; 03; 05; 09 a 11; 14; 16; 17; 21; 25; 36; 40; 46;
54 a 63 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 16.
Observações:
-
“quorum” para aprovação: maioria simples de votos, presente a maioria absoluta
dos Vereadores – art. 53, “caput”, c/c art. 82, “caput”, da LOM;
-
retiradas as Emendas nºs 04 e 12;
-
na Sessão do dia 09 de agosto, foram aprovados o Projeto com as Emendas nºs 01,
06; 07, com Subemenda n º 01; 08, 13, 15, 18 a 20, 22 a 24; 26, com Subemenda
nº 01; 27 a 29; 30, com Subemenda nº 01; 31; 32, com Subemenda nº 01; 33 a 35;
37; 38, com Subemenda nº 01; 39; 41 a 43; 44, com Subemenda nº 01; 45, 47, 48;
49, com Subemenda nº 01; 50, 51; 52, com Subemenda nº 01; 53, e 64 a 67;
-
na Sessão do dia 11 de agosto, foram apreciados os seguintes destaques: § 1º do
Art. 11; expressão “organizada ou não” do art. 3º; expressão “e participativa”
do item II – Educação (7ª Meta); expressão “radicalmente”do item II –
Educação(2ª Meta) e art. 12.
O SR. PRESIDENTE: Damos início à votação dos Destaques.
Em
votação a Emenda nº 2 ao PLE nº 09/99. O Ver. João Dib está com a palavra para
encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, a Comissão de Finanças e
Orçamento, agora pomposamente chamada de Comissão de Finanças e Orçamento do
MERCOSUL, não fez uma análise como deveria do Projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentárias e das Emendas a ele apostas. Na verdade, fez um julgamento
político o nobre Relator, Vereador Adeli Sell, politicamente analisou. E como
politicamente foi analisado, das sete Emendas analisadas por mim, apenas uma
foi aprovada, aquela que dizia que, ao invés da autorização de 10% para
créditos suplementares, se reduziria para 5%. Na verdade, eu coloquei 5% e a
Prefeitura queria 5%, porque ela não cumpre nem esse preceito. Eu tenho, aqui,
documentos do Tribunal de Contas que atestam a abertura de créditos com
recursos não-realizados, mas esse não é o caso. Essa Emenda nº 2 é que limita
as despesas com publicidade em 0,5% do orçamento da Prefeitura.
Ora,
nós sabemos que a Prefeitura tem gastos tão elevados que forçou, neste ano, no
dia 05 de março, a edição do Diário Oficial com data do dia 31 de dezembro do
ano passado, para que pudessem ser pagos os gastos publicitários do ano de
1998, que só no “Cidade Viva” gastaram mais de R$ 6 milhões para não falar a
verdade como eu consigo, quase diariamente, verificar.
Então,
estou pedindo que seja aprovado o 0,5%, proposto por este Vereador, para gastos
publicitários. Saúde e paz.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
apenas lembrar um fato extremamente importante, Ver. Pedro Américo Leal: o ano
que vem - porque nós vamos votar o orçamento para o ano que vem - é um ano
eleitoral e a propaganda só poderá ser utilizada até o mês de julho, porque,
após essa data, é vedada a utilização de propaganda dentro do Município. Então,
tudo que nós aprovarmos em matéria de propaganda terá validade até o mês de
julho. Imagine só, Ver. Pedro Américo Leal!
A
proposta do Ver. João Dib é de 0,5%. O 0,5% é aplicado, na verdade, sobre um
bilhão e duzentos milhões, mais ou menos, que é o orçamento da Prefeitura
Municipal. Sabe quanto significa isso? Seis milhões de reais de propaganda para
se gastar até o mês de julho. Eu acho dinheiro demais. Sendo ano eleitoral,
acredito que, como a propaganda do Município só faz alusão ao Orçamento
Participativo, que é uma máquina do PT, penso que vamos realmente entrar num
brete, onde estaremos dando para o partido que está administrando a Cidade um
poder de fogo exuberante, muito grande.
Então,
eu penso que até mesmo o 0,5% do Ver. João Dib já é demasiado, no entender
deste Vereador. Mas como é a única Emenda que existe, temos que concordar com
ela. Eu estou acreditando que é uma quantia elevada demais os seis milhões de
reais, mais ou menos, para serem gastos até o mês de julho. Seis meses apenas,
sem contar que pode acontecer aquilo que já ocorreu em outros anos eleitorais,
quando a Administração deixa de gastar determinados valores em propaganda neste
ano, para poder gastá-los no ano que vem. Isso é possível, Ver. Elói Guimarães.
Então,
nós poderíamos ter, para os seis primeiros meses do ano que vem, poderíamos ter
valores acima de seis milhões de reais para serem gastos com propaganda, quando
nós sabemos que a nossa Cidade precisa de tantas coisas e vemos que a própria
rede de esgoto pluvial é extremamente carente. Agora vamos ter alguns dias de
chuva, em que notaremos esta carência que temos, mais uma vez, com a rede de
esgoto pluvial.
Eu
acredito que 0,5% é demais, mas se é a Emenda que temos, oferecida pelo Ver.
João Dib, vamos votá-la. Se não votarmos essa Emenda, fica 1,2 % do orçamento,
resultando em 13 ou 14 milhões de reais para propaganda, virando, no meu modo
de entender, numa coisa indecente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Elói Guimarães para
encaminhar a Emenda nº 02 ao PLE nº 09/99.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, num
primeiro momento ia acompanhar a Emenda do Ver. João Dib, mas passei a fazer
uma análise com informações que me trouxeram. Esse dinheiro de uma forma ou de
outra é levado para o sistema de comunicação social da nossa Cidade, em nosso
Estado, para as emissoras de rádio, os jornais.
Então,
são instituições nossas, instrumentos nossos, pois o Município é um consumidor
de serviços, é bom que se diga, é um consumidor de obras: são serviços de
comunicação.
Gostaria
de fazer uma apelo, aqui, para que haja uma democratização nas aplicações
desses recursos, que não haja nada carimbado, que haja uma distribuição dentro
de critérios absolutamente democráticos, buscando fazer com que os recursos
sejam distribuídos em favor de esclarecimentos à população, e que não se
ideologize a canalização desses recursos.
É
com essa ótica, essa visão que acho que, se tivermos mais recursos, esse
dinheiro será alocado ao nosso sistema de comunicação. São rádios, televisões,
jornais, claro que há a parte institucional do Município, que é obrigatória. E
critiquei, quando discutimos a LDO, durante a Pauta, que via de regra o
processo é vazio, mas deveria trazer uma série de dados à Casa, dizendo: “Nós
temos a necessidade do gasto institucional de ‘x’ por cento e mais a parte que
ficaria a critério da Administração informar à população e a esse ou àquele
setor sobre as suas políticas para educação, etc.
Então,
Ver. João Dib, eu que, num primeiro momento, acompanharia a Emenda de V. Exa.,
refleti. Considerando que esse recurso é alocado aos meios de comunicação, à
imprensa, etc., é dinheiro que vai para a nossa economia, e são instrumentos
importantes que veiculam a notícia. Faço um apelo para que haja uma visão democrática,
“desideologizada” na distribuição dos recursos. Por isso eu me coloco contra a
Emenda do Ver. João Dib. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra para encaminhar a Emenda nº 02 ao PLE nº 09/99.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, estamos
encaminhando favoravelmente a Emenda e queremos chamar a atenção do Ver. Elói,
porque os jornais, ainda nessa semana, trouxeram uma informação bastante
interessante, dizendo que a Prefeitura Municipal vai pegar uma boa parcela da
verba de publicidade para jogar na TV Educativa, que já vale para este ano, e
no programa do Ver. Bosco também. Então, na TV Educativa, Ver. Elói Guimarães,
o que nós vamos ter é uma situação muito curiosa, vamos botar uma televisão
estatal competindo com as empresas privadas de comunicação, o que vai
diretamente ao contrário da defesa que V. Exa fez aqui. E aí nós estaremos,
Ver. Elói Guimarães, fortificando duplamente o discurso da situação. Nós
teremos os espaços já comprados das emissoras particulares e que hoje se
multiplicam em todas as emissoras de Porto Alegre, inclusive em horários dos
mais variados possíveis, por exemplo: o Cidade Viva hoje entra de manhã, de
tarde duas vezes, de noite, sempre nos horários nobres, rádio e televisão. E
vamos ter ainda a compra dos espaços institucionais da própria TV Educativa,
que é a TV do Governo do Estado, mas que está hoje administrada pelo mesmo
Partido que administra a Prefeitura de Porto Alegre. Essa situação me preocupa.
A
segunda situação, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é que há quatro anos esta
Casa foi instada a aprovar uma lei a
posteriori do episódio, porque a Prefeitura Municipal em época de campanha
eleitoral havia gasto, empenhado mais dinheiro do que a verba autorizada por
esta Casa para publicidade. Passada a campanha eleitoral, se trouxe à alegação
a esta Casa de que se não votássemos uma suplementação não haveria verba nem
mesmo para os anúncios institucionais. Na verdade nós temos aqui dois comportamentos
que me preocupam, porque por antecipação vamos estar privilegiando um
determinado segmento partidário.
Essa
é a nossa preocupação e o motivo pelo qual nós encaminhamos favoravelmente à
Emenda do Ver. João Dib. Se nós temos apenas metade do ano para utilizar uma
verba, por que não vamos utilizar exatamente a metade dessa verba de um por
cento para meio por cento tão-somente nos seis em que se pode usar?
Mas
o que me preocupa, Ver. Elói Guimarães, é que na linha de raciocínio de V. Exa,
o que na verdade estamos fazendo é o seguinte: vamos privilegiar o canal
estatal e detrimento dos canais particulares que vivem no seu dia-a-dia da
verba publicitária. Eu penso, que de uma certa maneira, contesto o raciocínio
de V. Exa. e estou me valendo, Ver. Elói Guimarães, de notícias publicadas
nesta semana, se não me engano, na “Gazeta Mercantil”, na edição local,
noticiando que a Prefeitura aumentou profundamente o investimento de verba
desses chamados patrocínios culturais na TV Educativa. Deixo bem claro, que não
tenho nada contra investimentos na TV Educativa, ao contrário; penso que ela
deve receber apoio, mas que não deve receber o mesmo apoio, dentro da verba
publicitária, igualando as duas Instituições e, sobretudo, privilegiando a
possibilidade de um discurso unilateral de quem ocupa, neste momento, tanto o
Governo Municipal quanto o Governo Estadual.
Gostaria
de lembrar um episódio de quatro anos atrás, quando a Câmara foi obrigada a
tapar um buraco de um gasto antecipado, absolutamente irregular e ilegal, feito
pela Prefeitura de Porto Alegre, porque empenhou verba superior na publicidade
do que aquela autorizada, preliminarmente, por esta Casa na votação do
orçamento daquele ano.
Ficam
esses dois registros e a clareza de que estamos decidindo, de uma certa
maneira, Ver. Elói Guimarães, a sorte dos nossos próprios partidos em relação à
campanha eleitoral, independente de sermos aliados ou adversários. Tenho a
certeza de que o seu Partido como o meu terão candidaturas, se não à Prefeitura
pelo menos às Câmaras de Vereadores e à nossa Câmara de Porto Alegre. Portanto,
penso que é do nosso interesse que se salvaguarde um equilíbrio de discurso
para todos os partidos que irão concorrer. Parece-me que aumentarmos a verba
publicitária será uma maneira de nós prejudicarmos os nossos próprios Partidos
e aos nossos próprios candidatos.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 02 ao PLE nº 09/99.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
repetidamente, todos os anos, discutimos esse assunto. Cheguei a falar com o
Ver. Pedro Américo Leal, na ocasião, para tentarmos enfrentar essa situação de
uma forma diferente.
O
que mais estarrece os Vereadores é ver de um lado os recursos abundantes que
acabam sendo alocados para a publicidade oficial do Município para que o
Município venda, através dos seus programas, a sua filosofia de atuação, a sua
filosofia de trabalho; e de outro lado, a Câmara dos Vereadores, que é a representação
de todo o conjunto da Cidade de Porto Alegre, que não dispõe dos mínimos
recursos para fazer a divulgação do trabalho que ela faz.
Conversei
com o Ver. Pedro Américo Leal, dizendo que deveria haver um vínculo entre os
recursos colocados à disposição do Executivo e os recursos colocados à
disposição do Legislativo para efeito de divulgação dos trabalhos do
Legislativo. Eu havia dito que tínhamos que colocar uma disposição pela qual o
Executivo não poderia dispor além de cinco vezes mais do que dispõe o
Legislativo que, parece-me, dispõe de duzentos ou trezentos mil reais por ano.
Se o valor de duzentos ou trezentos mil reais por ano tem sido considerado
suficiente - eu penso que não é - para gastos com a divulgação do Legislativo
da Cidade, então o problema seria de fácil resolução, ou seja, simplesmente
multiplicaríamos por cinco, colocando um milhão e meio à disposição do
Executivo, e todos diriam que é muito pouco. Agora o Ver. João Dib está
propondo o percentual de meio por cento, o que representa seis milhões de reais
à disposição do Município para fazer a sua propaganda institucional, oficial e
para fazer, inclusive, aqueles gastos legais que tem que fazer com publicidade,
por imposição da própria Lei, como ocorre aqui no Legislativo, onde somos
obrigados a fazer, por imposição legal, uma série de gastos.
O
valor de seis milhões é entendido como sendo pouco recurso para o Município. O
que vamos dizer da Câmara de Vereadores que tem trezentos mil reais?
Presidente, estou enganado, quando digo que recebemos recursos de trezentos mil
reais para a publicidade? O Presidente afirma que esse é o valor aproximado,
Srs. Vereadores. Se eu tivesse condições de colocar que o Legislativo iria
receber um recurso equivalente a vinte por cento do que o Município vai ter
para fazer a sua divulgação, eu até votaria contra a proposta do Ver. João Dib.
Nesse caso haveria doze milhões, que é a outra proposta à qual não tenho
nenhuma antipatia, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que é de um por cento, e
que dá doze milhões. Nós ficaríamos aqui com dois milhões e quatrocentos, o que
daria para fazer uma bela divulgação dos trabalhos da Câmara, daria para
qualificar muito mais esse nosso programa de televisão, com melhores
equipamentos, com mais câmeras, fazer um jornal para a Câmara e tudo aquilo que
o Executivo faz para vender as suas abobrinhas, nós venderíamos melhor o nosso
trabalho.
Quero
deixar claro que isso não é um problema ideológico, faltou um entrosamento
nesse particular. Temos que aumentar as disponibilidades do Legislativo para
fazer um trabalho no sentido de divulgar e compatibilizar com o recurso que
vamos passar para o Executivo, porque os seis milhões que o Ver. João Dib está
passando agora já são suficientes. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal a Emenda nº 2 ao PLE
nº 09/99, destacada pelo Ver. João Dib. (Após a chamada nominal.) REJEITADA por 13 votos SIM e 17 votos NÃO.
Em
votação a Emenda nº 3 aposta ao PLE nº 09/99, destacada pelo Ver. João Dib e
outros. O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta é
outra das Emendas que foi analisada politicamente, deve ter sido porque o Ver.
João Dib a propôs. Ela já está na Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano.
No
momento em que o País se prepara para ter os nomes genéricos dos remédios,
porque é uma forma de fazer com que eles sejam mais baratos, é inacreditável
que a “Administração Prefeitoral” não aceite esta proposição que fazemos com
singeleza, com tranqüilidade para que os remédios fiquem muito mais baratos em
Porto Alegre, porque sabemos que os remédios formulados nas diferentes
farmácias de formulação são, no mínimo, 50% mais baratos. É claro que as
farmácias de formulação têm os seus lucros, mas talvez a Prefeitura prefira
comprar os rótulos e pagar mais caro.
Leio
no Diário Oficial, diariamente, a procura da Prefeitura por remédios com os
nomes de fantasia.
Espero
que esta Emenda seja aprovada, caso contrário, dei a minha contribuição. Saúde
e paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, pelo Projeto de Resolução
que instituiu o rito especial para o exame do Plano Diretor nesta etapa, a
Comissão que está revisando o Plano teria o prazo até a próxima terça-feira
para concluir os seus trabalhos. Constatamos que é impossível terminar nesse
prazo. O Projeto de Resolução estabelece que casos omissos serão objeto de
deliberação da Presidência. Requeremos, com base nesse dispositivo, que V. Exa.
conceda mais três dias para o encerramento dos trabalhos da Comissão, para que
se possa fazer um trabalho adequado à responsabilidade que nos compete. Muito
obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Esse prazo iria se encerrar dia 17,
próximo vindouro, terça-feira. O Requerimento de V. Exa., naturalmente, está
estribado no acordo com seus pares na Comissão. Como a Comissão detém dezessete
Vereadores, e todas as Bancadas estão nela contempladas, não havendo
discordância, este Presidente não teria nenhum óbice quanto a isso, até porque
presidiu a Comissão e sabe do seu estafante trabalho e que todos esforços estão
sendo realizados para a sistematização final do relatório. Assim, acolhemos o
seu Requerimento. O prazo fica prorrogado para o dia 20 de agosto, sexta-feira,
na próxima semana.
O
Ver. Renato Guimarães está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº
03 ao PLE nº 09/99.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Ver. João Dib, é
importante termos discutido, de um tempo para cá, a questão do laboratório para
medicamentos, mas há todo um entendimento - a partir de um debate feito nesta
Casa - sendo construído com o LAFERGS, no sentido de que o laboratório venha
constituir parceria com os municípios para prestar atendimento na área do
fornecimento de medicamentos.
Existe
a Emenda nº 32, aprovada, que encaminha a parceria com a Fundação Estadual de
Produção e Pesquisa - a FEPPES - para a produção de medicamentos, a serem
adquiridos e distribuídos pelo Município. A Emenda nº 32 é o melhor
encaminhamento. Seria uma forma de desperdício de recurso público construirmos
um outro laboratório, enquanto já temos o laboratório do Estado, que está-se
propondo a fazer parceria com os municípios. O Município de Porto Alegre, a
partir da diretriz que foi constituída no debate da Câmara, já vem construindo
essa relação, comprando medicamentos do LAFERGS. A Prefeitura de Porto Alegre
tem interesse em fazer com que o LAFERGS sustente a produção e distribuição de
medicamentos no Estado. A Emenda aprovada encaminha para isso.
A
Emenda do Ver. João Dib está num outro momento. Num outro momento histórico
também fizemos o debate e concordamos aqui na Casa. Mas hoje, para agilizar o
que está sendo feito e concretizar a Emenda aprovada, a construção da relação
com o LAFERGS com a FEPPES, somos contrários a essa Emenda. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a
palavra para encaminhar a Emenda nº 03 ao PLE nº 09/99.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras e Srs. Vereadores,
porto-alegrenses que acompanham nossos debates, encaminho favoravelmente à
Emenda de autoria do Ver. João Dib que busca instituir na área da saúde um
laboratório em Porto Alegre para possibilitar o fornecimento de medicamentos à
comunidade carente e aos servidores municipais.
Quando
avaliamos essa Emenda temos que considerar, na minha concepção, três questões
básicas: A questão dos preços de medicamentos, neste País, tem sido um dos
maiores entraves do acesso da população ao tratamento de sua saúde. Recentemente,
a Lei dos genéricos, uma longa luta dos profissionais da área da saúde,
conseguiu ser aprovada no Brasil. Se essa Lei virar realidade na vida das
pessoas, rebaixar um pouco o preço dos medicamentos, grande parcela da
população, principalmente aquelas que utilizam medicamentos de uso contínuo, ou
as pessoas da terceira idade, que têm vivido uma angústia enorme com a falta de
condições para comprar os medicamentos, será minimizada.
Tem-se
procurado, nessa área, construir várias alternativas para diminuir o drama das
pessoas que não têm recursos para comprar os medicamentos quando saem das
unidades de saúde. Alguns municípios, inclusive do Rio Grande do Sul, como é o
caso do Município de Osório, - poderia citar dezenas de outros municípios -
municípios pequenos, municípios que têm sérios problemas de arrecadação, têm
conseguido, em nível municipal, dar a sua contribuição para a resolução desta
questão da falta de medicamentos para a população de baixa renda.
A
solução encaminhada, é a produção dos chamados medicamentos alternativos, dos
fitoterápicos, dos medicamentos que não exigem um grande investimento
tecnológico para produzi-los. Exigem, sim, um investimento na área de recursos
humanos, de capacitação, de formação científica, de formação técnica. Isso não
demanda muitos recursos. Nos municípios onde a prefeitura assumiu uma parcela
da responsabilidade, construindo laboratórios para produzir medicamentos,
aumentou muito a população que tem acesso aos medicamentos. É uma ação simples,
é uma ação prática, é uma ação barata, é uma ação humanitária que vários
municípios, inclusive pequenos municípios do interior do Estado, têm utilizado.
Nesse
sentido, parece incompreensível que, na Capital do Estado, na Prefeitura que
tem superávit, que tem recursos, não tenhamos a decisão política e técnica de
construir laboratório para produzir medicamentos de fácil produção que venham a
minimizar o drama das pessoas de baixa renda e que não tem recursos para
comprar remédios. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Elói Guimarães para
encaminhar favorável a Emenda nº 03 ao PLE nº 09/99.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vamos
encaminhar a favor da Emenda João Dib, que visa o quê? Instituir um laboratório
em Porto Alegre. Evidentemente que se trata de uma disposição programática. Ela
mostra o Município, ela tenta instituir uma política no entendimento de que o
Município deverá instalar um laboratório para produzir remédios, medicação para
os funcionários Municipais.
Ora,
é uma Emenda extremamente importante; é até como política de defesa dos setores
fundamentais, nós temos discutido a saúde. A saúde tem na medicação um aspecto
fundante, o aspecto fundamental. Não adianta o médico, o diagnóstico, o próprio
equipamento, o Hospital, se a população não tem condições de comprar remédio. A
questão do remédio, hoje, está no dia-a-dia na Pauta das discussões. Então,
quando vêm uma iniciativa com este propósito, embora uma disposição
programática, é bom que se coloque, pois é um holofote, uma luz, no sentido de
se tratar assuntos com essa conformação, com essa configuração. É uma Emenda em
relação a qual temos que nos colocar a favor.
Haverá
outras alternativas, Ver. Renato Guimarães, V. Exa. me falava, mas a idéia,
veja bem, do Município criar um laboratório para atender os seus funcionários é
extremamente patriótica e nacionalista. É uma Emenda que pode, por determinados
setores, receber uma pressão imensa, porque sabemos que hoje a indústria
farmacêutica está nas garras das multinacionais e toda a iniciativa nacional
que se busca neste sentido tem indiscutivelmente a resistência feroz dos grupos
que dominam este setor fundamental: a saúde em nosso País.
Ver.
João Dib, meus cumprimentos a V. Exa. É uma idéia para ser desenvolvida, uma
idéia para ser discutida. Voto a favor da Emenda de V. Exa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antônio Losada está com a palavra
para encaminhar a votação da emenda nº 03 ao PLE nº 09/99.
O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. A
questão dos medicamentos é de uma seriedade muito grande. Quase que
semanalmente os medicamentos sofrem aumento, causando um prejuízo muito grande
aos trabalhadores e assalariados deste País.
A
Emenda nº 32, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, já contempla esta Emenda em
discussão. Portanto, para nós isso já é matéria vencida.
Acrescento
que, com relação especificamente à Emenda em discussão, já temos uma estrutura
de laboratório no Estado que está sendo revitalizada, não há porque criarmos
uma outra estrutura diante de uma crise econômica tão forte, que atravessa
Município, Estado e União. A Emenda está vencida e perde a razão, inclusive, de
votação. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal a Emenda nº 03, aposta
ao PLE nº 9/99, destacada pelo Ver. João Dib e outros. (Após a chamada
nominal.) REJEITADA, por 13 votos SIM, 16 NÃO.
Em
votação a Emenda nº 05 ao PLE nº 09/99. O Ver. João Dib está com a palavra para
encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fiz
questão de vir à tribuna, mesmo tendo pouco tempo e não seria necessário, mas
quero olhar para os mestres do PT que analisam as coisas no melhor interesse da
Administração e não no interesse da Cidade. Jurei cumprir a Lei Orgânica, como
todos os outros trinta e dois Vereadores, o Prefeito e seus Secretários.
O
artigo 34 da Lei Orgânica é claro quando fala na isonomia dos servidores. A
Prefeitura tem coisas estranhas e inacreditáveis, apenas aqueles que examinam
os números podem chegar às conclusões que eu também chego. Vou, agora - já que
os sérios, os honrados, os que sabem tudo, estão ali - personalizar. Trabalhei
na Prefeitura 34 anos, fui seis vezes Secretário, fui duas vezes Assessor
Engenheiro, que é o nível de Secretário, e a lei diz que há isonomia. Eu por
curiosidade, recentemente, pedi os cinqüenta maiores salários da Prefeitura de
diferentes autarquias e na Administração Centralizada. Ora! eu sou engenheiro
de quadro, eu tenho todos os avanços, eu tenho a gratificação incorporada de
Secretário, eu não sei como é que alguém pode receber, nas mesmas condições que
eu, engenheiro, mais do que eu recebo. Eu não sei.
Portanto,
a isonomia é uma coisa importante. Está escrita na Lei Orgânica, eu não
inventei nada, eu não pedi nada que contrarie a Lei Orgânica, estou apenas
pedindo o que a Lei Orgânica determina, mas os sérios, os honrados, os
competentes, os inteligentes votam politicamente, nunca com justiça, nunca com
o intuito de acertar, apenas foi o Ver. João Dib que assinou! Vote-se contra.
Agora, gostaria que dissessem, quando votam contra, que estou errado por esta
ou por aquela razão.
Querem
os números, hoje o Secretário da Administração marcou comigo um encontro às
oito e trinta; e eu vim, o Secretário chegou às nove horas, e eu já estava no
Plenário. Eu disse que eu queria mostrar para o Secretário o problema do
salário, dai personalizei, não é o meu estilo, sou um homem pobre que vive de
salário, tão-somente do salário, não acumulei riquezas e sinto-me nessa altura
personalizado, agora, lesado pela Prefeitura que não faz isonomia. Protege
alguns, de que forma não sei, mas alguém engenheiro em atividade ganhar 20% a
mais do que eu, aposentado, não mesmo! Não dá para explicar essa conta! Então,
os sérios, os honestos, os honrados do PT talvez consigam explicar por que não
querem a isonomia. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Estão abertas as inscrições para os
encaminhamentos dos Vereadores dos que não são autores da Emenda e nem do
Destaque.
O
Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 5 ao PLE nº
09/99.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, o Vereador João Dib tentou aqui, com a sua inteligência, fazer a
defesa do que era impossível defender. E fez uma tautolologia que beirou apenas
a qualidade da sua inteligência, mas que é absolutamente inverossímil.
Vereador
João Dib, a Emenda proposta por V. Exa. nesse caso encontra barreira e óbice de
natureza política e de natureza constitucional, natureza legal. Nós, ao
contrário de outros Governos, temos conversado, discutido e muitas Emendas que
são propostas neste Legislativo são aceitas na Comissão, são aceitas por
ocasião da votação do Projeto e são aceitas também posteriormente pelo
Prefeito, que não as veta.
O
próprio Vereador João Dib, com a Emenda nº 13, que fez à Lei de Diretrizes
Orçamentárias, teve a aquiescência política, jurídica da nossa Bancada e vai
ter também do nosso Governo, porque é uma Emenda que tinha consistência
principalmente jurídica. O Vereador João Dib não falou aqui na Emenda
Constitucional 19, que é uma Emenda que nós, do Partido dos Trabalhadores,
votamos contra, além de outros partidos, inclusive alguns parlamentares da
própria base do Vereador João Dib - eu sei que o Deputado Jarbas Lima, que
infelizmente não se reelegeu, votou contra a reforma administrativa, Vereador
Pedro Américo Leal, porque discordava dela, porque ela retira direitos dos
trabalhadores com um único objetivo, que é aquele que V. Exa. tem tratado aqui:
de sobrar dinheiro para pagar os especuladores internacionais. Mas,
infelizmente, a Emenda Constitucional 19 passou. E a Emenda Constitucional 19,
Vereador João Dib, alterando o artigo 37 da Constituição Federal e já constando
em seu texto, diz que é vedada a equiparação salarial entre os servidores.
O
Ver. João Dib já usou, aqui, de tautologia e agora faz gestos dizendo que não.
Vou ler para V. Exa. Se essa Constituição não está errada, ou se não tem algum
problema gráfico, ela está valendo. Diz o artigo 37: “Está vedada a vinculação
ou equiparação de quaisquer espécie remuneratórias para efeito de remuneração
do pessoal do serviço público”.
Participamos,
Ver. João Dib, de um projeto que não é a favor da retirada dos direitos dos
trabalhadores, ao contrário, votamos absolutamente contra a esse dispositivo e
a outros dispositivos da Emenda Constitucional nº 19 que retira direitos dos
trabalhadores. No artigo 35, que V. Exa. fala das Disposições Transitórias,
está absolutamente revogado para uma disposição federal.
Portanto,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não tem sentido colocarmos na Lei Orgânica
algo que não tem nada a ver com ela e algo que já está revogado pela
Constituição Federal, pois seria isso uma demonstração de falta de competência
e inteligência que esta Câmara, referência não só no Rio Grande do Sul como no
Brasil, viria dar de forma muito triste.
Ver.
João Dib, V. Exa. dessa vez equivocou-se, e equivocou-se muito. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para encaminhar a Emenda nº 05 ao PLE nº 09/99.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho
encaminhar a favor da Emenda do Ver. João Dib, mas também entendo que a Emenda
Constitucional nº 19, Ver. João Dib, cria problemas. Essa é uma realidade, pois
é uma disposição federal com o porte da Constituição Federal.
O
princípio da isonomia sempre tem que ser defendido, porque a
constitucionalidade, num regime democrático, é a isonomia. Quando falta
isonomia, retiramos democracia. Nós fizemos não aquela democracia que queremos,
ou seja, a democracia da igualdade, da fraternidade, esta é a grande verdade.
Essa reforma administrativa, Ver. João Dib, que é defendida pelos partidos,
inclusive o da V. Exa., é um verdadeiro absurdo. O serviço público que vinha se
desenvolvendo e se profissionalizando está sendo desmontado no Brasil. O ideal
é que resistíssemos, que governos democráticos e populares resistissem a essas
determinações que contrariamos. Negar-se a isonomia é exatamente defender o
neoliberalismo, é a desmontagem do Estado. Desmonta-se o servidor e, em
conseqüência, desmonta-se o Estado. É menos Estado, é diminui-lo.
Portanto,
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu fico com a idéia da isonomia, embora
reconheça dificuldades de porte legal, em face da Constituição Federal, que se
deram e estão se dando com a denominada reforma administrativa. Todavia, também
coloco aqui que as municipalidades, os governos comprometidos com governos
populares e com a democracia deveriam resistir a essas medidas, pois elas são
antidemocráticas e vêm no sentido de destruir, de diminuir o Estado e
comprometer a igualdade que deve ser a base de todas as relações humanas. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 5, destacada pelo
Ver. João Dib e outros, ao PLE nº 09/99. (Após chamada.) APROVADA por 16 votos SIM e12 votos NÃO.
Em
votação a Emenda nº 09 ao PLE nº 09/99, de autoria do Ver. João Dib, destaque
do mesmo Vereador e outros.
O
Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
colocação desta Emenda é porque a Lei Orgânica é clara, precisa e concisa,
quando fala em orçamento global do Município. O Município se compõe do
Executivo, da Administração Centralizada e suas Autarquias, e não é nada
diferente. Não tenho nada contra o PT colocar uma Emenda modificando a Lei
Orgânica, dizendo que 13% deve ser da Administração Centralizada.
Até
pouco tempo atrás, quando o Prefeito encaminhava a sua mensagem do orçamento,
até o dia 30 de setembro, ele dizia: “O orçamento global da Prefeitura.” Não
sei como ele vai mandar este ano.
De
forma que a Comissão de Justiça entende, por unanimidade - e o Ver. Juarez
Pinheiro diz que é um Parecer fraco -, que deva ser 13% do orçamento global. E
a unanimidade é com o nobre Ver. João Motta e o Ver. José Valdir, dois
Vereadores que para mim têm muito peso, muita responsabilidade e muita
seriedade. Mas se o voto dos dois Vereadores não vale nada, também não me faz
diferença nenhuma. Eu vou continuar insistindo: a Prefeitura não gasta na saúde
o que define, o que determina a Lei Orgânica Municipal, a não ser que ela seja
modificada. E não foi modificada. Se tentarem modificar a Lei Orgânica,
explicitando que os 13% devam ser da Administração Centralizada, eu vou
considerar com muito carinho e, provavelmente, até concorde. Mas lei foi feita
para ser cumprida. E nós, legisladores, temos o dever precípuo de exigir o cumprimento
da lei. Por isso esta proposição, eu não a inventei. Esta escrito na Lei
Orgânica. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 09 aposta ao PLE
nº 09/99, destacada pelo Ver. João Dib. (Após a chamada nominal.) REJEITADA por 11 votos SIM; 13 votos NÃO
Em votação a Emenda n º 10 aposta ao PLE nº 09/99 destacada
pelo Ver. João Dib. O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, como
disse nos meus pronunciamentos anteriores, não tenho medo da lei. O Prefeito
faz na sua proposição, no artigo 13, a seguinte redação: “Admissão de
servidores na Administração Pública Municipal será efetivada de acordo com o
que dispõe o artigo 19 da Lei Orgânica Municipal.” Como não tenho medo da lei, sou um homem sério, acrescentei: “E as cartas-contratos
somente serão admitidas nos casos e prazos previstos no inciso IV do artigo 24
da Lei 8666, de 21 de junho de 1993.” Ou seja, em caso de calamidade pública ou
de emergência decretados e o artigo 2º da Lei Municipal 7770, de 19 de janeiro
de 1996, que é de proposição do Sr. Prefeito Municipal.
Agora,
o Prefeito Municipal usa a Lei nº 8666 das licitações para não dar aos
servidores municipais o atendimento da saúde através da Associação dos
Funcionários Municipais E hoje usa o “Cidade Viva” para dizer que vai criar
nesta Casa oitocentos e onze novos cargos. Vale dizer que ele está pretendendo
continuar fazendo cartas- contratos ilegais, absolutamente ilegais, desonestas
como quando assina que o contrato é improrrogável. E tem contrato encerrado no
dia 3l de maio, que já estava renovado no dia 05 de maio. E tem médico com seis
contratos, tem enfermeiro e auxiliar de enfermagem com três, quatro, cinco
contratos, e tem gente aqui esperando para ser contratado porque é concursado.
O Prefeito está dizendo hoje, através do seu programa mentiroso que é o “Cidade
Viva”, que ele está criando oitocentos e onze cargos. Ele não diz que foi
pressionado pela Câmara, mas está dizendo ”mais oitocentos e onze cargos”. Vale
dizer que le está querendo continuar com o malfadado sistema de
cartas-contrato.
O
Governador do Estado, para chamar novos professores, em emergência, encaminhou
Projeto de Lei à Assembléia Legislativa. Agora, o Prefeito de Porto Alegre está
acima da Lei Orgânica, está acima da Legislação Brasileira, ele faz da forma
que ele quer. Esta Casa para ele é quando lhe serve, quando ele nos convida até
para uma reunião em Brasília sem as despesas pagas como ele tem. “Ele nos convida
para uma reunião em Brasília num bonito convite.
Espero
que esta Emenda, que é apenas o que está na lei, seja respeitada.
Cento
e cinqüenta municípios gaúchos decretaram emergência para poder utilizar os
recursos postos à disposição dos Prefeitos, agora o nosso Prefeito está acima,
há 10 anos faz isso. Saúde e paz.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 10 ao PLE nº 09/99.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver.
João Dib, que está aqui por sete legislaturas, esquece que, quando ele vota no
início de cada uma, a Lei Orgânica, ele vota também a Constituição Federal e o
regramento jurídico também. Esquece, esquece porque omite. Ver. João Dib, tenho
V. Exa. como uma das pessoas com que eu tenho melhor relação. Hoje, comigo, V.
Exa. está num dia infeliz. Vou abordar a questão da Lei das Licitações.
Conheço, estudei e trabalhei com esta Lei, V. Exa. está querendo aqui incluir
um dispositivo absolutamente antijurídico, um dispositivo que nada tem com a
Constituição Federal. Demonstra que não trabalhou com esta lei porque, quando
foi nomeado Prefeito, não havia a legislação. A Lei nº 8666 V. Exa. não
conhece, está demonstrado. Por que não conhece? Contratação de pessoal pela Lei
de Licitações é só nos casos de absoluta especialidade, não se pode contratar
pessoal pela Lei de Licitações, ela abre essa exceção como inexigibilidade da
licitação e não como dispensa. Entre os artigos 14 a 20, eu conheço todos,
porque quero dizer que, quando há especialidade, quando não há outra pessoa que
possa executar aquele serviço é possível a contratação. Então, V. Exa. está
querendo incluir na LDO algo que vai absolutamente contra o direito, o que não
é o pior. O pior é o entendimento. Quando nós, Município de Porto Alegre,
entramos na semiplena, fizemos um acordo, assinamos um contrato com o Governo
Federal, Ver. João Dib, e recebemos o mesmo valor de três ou quatro anos atrás,
para prestar um serviço de saúde, e V. Exa., quando faz o debate, omite que
quando um funcionário federal se aposenta ou falece, o Governo Municipal tem
que assumir aquele encargo. V. Exa. não diz aqui que os valores que são
repassados ao Município são os mesmos valores daquela época.
Então,
Ver. João Dib, não é possível que V. Exa., que já foi Prefeito e que é Vereador
há sete legislaturas, vá incluir a Lei de Licitações para a contratação de
pessoal, trazendo uma aberração jurídica e uma desconstituição aos órgãos
técnicos da Casa e aos Vereadores, porque não há nada a ver com a questão de
contratação de pessoal, o que, no serviço público, se dá por concurso público,
como nós estamos fazendo, estando o Projeto aqui nesta Casa. V. Exa. tem que
saber que quando há uma emergência, quando a vida das pessoas está em jogo, o
Município tem, sim, que contratar por emergência, através de carta-contrato. V.
Exa. não diz aqui que quem está sucatando a saúde é o Governo que V. Exa.
defende, é o PPB, que está prestando apoio para a privatização da saúde, e
ainda vem aqui querer fazer demagogia, sendo defensor da questão dos
concursados. Nós não temos PDV; nós fazemos concurso público; nós não demitimos
servidores.
Ver.
João Dib, V. Exa. está aqui a colocar uma excrescência jurídica e demonstra não
conhecer a Lei de Licitações. Não conhece, não conhece e não conhece! Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
encaminhar como autor.
O SR. JOÃO DIB: Senhor Presidente e Srs. Vereadores,
aquele americano que analisava um debate entre dois orientais ficava admirado
que nenhum dos dois levantava a voz. Ele perguntou: “Por que isso?”. Um
terceiro oriental disse: “Quem tem razão não precisa gritar”. E é por isso que
eu tenho a tranqüilidade de me dirigir a meus pares sem levantar a voz, até
porque fui votado para Prefeito de Porto Alegre, uma mágoa para muita gente que
gostaria de ter chegado nas mesmas condições em que cheguei. Eram as
constitucionais da época. A Assembléia Legislativa aprovou o meu nome, e eu,
orgulhosamente, exerci o cargo de Prefeito Municipal, e acho que exerci bem,
porque a população continua-me tratando muito bem. Eu sou apaixonado pela lei,
não tenho medo da lei. Quem cumpre a lei o faz com tranqüilidade. Usar o art.
24, da Lei 8666, como o Executivo usava para contratar os médicos, enfermeiros
e auxiliares de enfermagem, era uma desonestidade. Digo isso com tranqüilidade,
porque ele dizia que era improrrogável, e prorrogava. Mas a Lei é clara,
precisa e concisa: “em caso de emergência ou de calamidade pública”. Cento e
cinqüenta municípios do Rio Grande do Sul decretaram emergência e calamidade
pública em caso de seca. Eu, Prefeito, decretei emergência e calamidade pública
por causa da inundação, para poder usar os recursos de forma diferente daquelas
preceituadas na Lei. A Lei 7770, proposta pelo Prefeito Municipal de Porto
Alegre, diz exatamente a mesma coisa: “em caso de calamidade pública”, “em caso
de emergência”. Calamidade pública sem decreto não existe; emergência sem decreto
não existe. Então, honestidade é usar a Lei com precisão, seriedade,
responsabilidade e competência. Não sou só eu quem diz que a Prefeitura a usa
mal. Há onze anos o Tribunal de Contas diz que a Prefeitura ilegalmente
contrata por carta-contrato!
E
eu não posso entender como é que o Tribunal de Contas diz isso, e a Prefeitura
consegue continuar fazendo. Agora, uma glória, nobre Ver. Juarez Pinheiro: eu,
jurista de bolso, jurista nas horas vagas, tenho uma satisfação. Eu entrei no
Ministério Público contra as cartas-contrato, e a Prefeitura deixou de usar a
Lei 8666 e passou a usar a Lei Municipal 7770. Portanto, nobre Vereador, eu sou
engenheiro, é verdade, mas bom senso continua sobrando nesta pessoa, com a
humildade de sempre. Não sou jurista tão brilhante quanto V. Exa., mas continuo
tendo bom senso. E digo, com tranqüilidade: saúde e paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 10 ao PLE nº 09/99.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Não
queremos, aqui, rememorar o passado, mas, às vezes, nos obrigamos.
Em
nenhum momento, de 89 para cá, entraram, pelas portas de fundo da Prefeitura,
dois mil e quatrocentos funcionários, como antes. Nem nós colocamos, pelas
portas dos fundos, funcionários em outros organismos, como foi a famigerada
EPATUR.
As
cartas-contrato são uma necessidade. O povo doente, o povo gripado, no inverno,
numa cidade que tem um clima úmido, como a nossa, exige responsabilidade.
Então, a carta-contrato é possível. Em nenhum ano, o Tribunal de Contas deu
negativa a qualquer um dos Prefeitos, de 89 para cá. No máximo dos máximos, nós
tivemos pedidos de algumas correções, e há divergências jurídicas. Eu não sou
advogado e nem sou engenheiro, sou um simples professor de inglês, que sabe ler
muito bem o português e sabe que é possível nós utilizarmos o instituto da
carta-contrato.
Nós
deveríamos ter o aplauso, aqui, de vários Vereadores, que, finalmente, nós
teremos a contratação - e eu tenho certeza, com o voto de todos os Srs.
Vereadores - de oitocentos e onze funcionários da saúde, porque é uma
necessidade. Nós estamos preocupados com a Cidade e lastimamos estar
postergando algumas discussões e algumas votações importantes para a Cidade.
Aqui estão pessoas humildes, acompanhando-nos com preocupações sobre o seu
amanhã, sobre o seu emprego. Então, vamos devagar, vamos ser tolerantes, não
vamo-nos alterar. Nós não temos motivos para alterações. Temos visões
diferentes sobre a questão, e nós seremos legalistas, obedeceremos as leis e,
infelizmente, para o Ver. João Dib, temos uma interpretação diferente. Eu sei
que a maioria tem esta interpretação diferente. É isso o que está acontecendo,
meus Senhores, minhas Senhoras. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 10 ao PLE nº 09/99.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não vim
aqui para ser o defensor do Ver. João Dib, mas foi feita uma afirmação aqui,
desta tribuna, que tem que ser corrigida. O Ver. Adeli Sell colocou os
Prefeitos de 1989 para cá como sendo os únicos que não receberam nenhum tipo de
sanção pelo Tribunal de Contas, que receberam apenas recomendações. Se deixarmos
a coisa passar assim, o público que está-nos ouvindo vai pensar que todos os
Prefeitos anteriores foram punidos pelo Tribunal de Contas, e os que assumiram
de 1989 para cá, são aqueles que realmente atuaram dentro da moral, do bem
público, e não é verdade.
O
Tribunal de Contas faz recomendações, e isto acontece com esta Casa, porque as
leis são muitas. Temos aí uma reforma administrativa e os administradores
precisam-se enquadrar a ela, então são feitas recomendações. Acontece que os
Prefeitos anteriores a 1989 não são melhores que os de agora em matéria de
moral e nem os de agora melhores que os anteriores. O Prefeito João Dib, o
Prefeito Collares, o Prefeito Villela, todos Prefeitos que aprendi a conhecer e
a admirar são tão honestos e moralistas como estes de agora. Existe uma falta
cometida por este Prefeito de agora que a Câmara está ajudando a corrigir.
Acredito que a Emenda do Ver. João Dib é boa neste sentido, porque quando V.
Exa. diz que vão ser criados oitocentos e onze cargos, pode passar para a população
o seguinte, Ver. João Dib: vão entrar oitocentas e onze pessoas a mais na
Prefeitura, no campo da saúde, mas também na educação. Não são oitocentas e
onze a mais, porque vêm para substituir as cartas-contrato.
Aquelas
pessoas que vinham aqui na Câmara Municipal pedir para que nós forçássemos o
Executivo a abrir esses cargos, eram oriundas dessas cartas-contrato, só que,
sendo concursadas, elas queriam assumir os seus cargos e o Prefeito Municipal,
com o intuito de beneficiar algumas pessoas ligadas ao seu Partido, estava
prosseguindo com as cartas-contrato. Esse instituto não pode existir
legalmente. Aqueles que entram no serviço público devem fazê-lo de acordo com a
Constituição, ou seja, através de concurso público. Mas o PT não quer assim, ele
quer essa porta aberta para lhe dar possibilidade de chamar os seus através das
cartas-contrato.
Nós
vamos votar favoravelmente à Emenda do Ver. João Dib. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal a Emenda nº 10 aposta
ao PLE nº 9/99, destacada pelo Ver. João Dib. (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 14 votos SIM e 15 votos NÃO.
Em
votação a Emenda nº 11 aposta ao PLE nº 09/99, destacada pelo Ver. João Dib e
por outros Vereadores.
O
Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é a
sétima emenda que apresentei e pode-se ver que todas elas foram apresentadas
tecnicamente, nenhuma delas politicamente. Sou apaixonado pela análise do
orçamento da Prefeitura, pela análise da execução orçamentária da Prefeitura e
tenho constatado o que o Tribunal diz aqui: “abertura de créditos com recursos
não realizados”. O que estou dizendo aqui, agora, eu disse recentemente para o
Prefeito e para o Secretário da Fazenda: todos os anos ninguém consegue
entender como fecham as contas da Prefeitura; agora, todas as semanas são
abertos créditos suplementares à conta de excesso de arrecadação, que eu não
sei se realizam ou não.
Então,
a maneira deste Vereador, que entende que a fiscalização é a coisa mais
importante na vida do legislador, poder fiscalizar, é que o Executivo encaminhe
ao Legislativo até o dia 28 de cada mês, demonstrativo do excesso de
arrecadação realizado no mês anterior. Não há o que esconder, porque segundo
diz o PT tudo é transparência, tudo é vitrine; então, não vejo porque esta
Emenda possa ser rejeitada. Nós temos o direito e o dever, Ver. Adeli Sell, de
conhecer os números do Executivo, porque interessa à população. Nós somos os
fiscais da população. Eu não entendo alguém que vote contrariamente esta
proposição tão singela e tão aritmética. Vamos saber os números da Prefeitura,
deixem eles de escondê-los. Saúde e paz.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal a Emenda nº 11 ao PLE
nº 09/99, destacada pelo Ver. João Dib e outros. (Após a chamada nominal.) REJEITADA por 15 votos SIM, e 16 votos NÃO, com o voto de desempate deste Presidente.
Em votação a Emenda nº 14 aposta ao PLE nº 09/99, destacada
pelo Ver. Eliseu Sabino e outros.
O
Ver. Eliseu Sabino está com a palavra para encaminhar.
O SR. ELISEU SABINO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Nós
apresentamos uma Emenda singela, que traz uma preocupação deste Vereador e dos
demais que conosco assinaram concordando com esta Emenda. Trata-se da criação
de um programa especial de segurança na escola.
As
escolas municipais sofrem constantemente com a falta de segurança, especialmente as escolas infantis, onde
faltam guardas municipais. As drogas estão nas portas das escolas e a violência
preocupa pais, professores, funcionários e alunos. É do nosso entendimento que
haja um programa de segurança; isso é de fundamental importância para as nossas
escolas. Recebemos como resposta do Executivo que a segurança das escolas já
faz parte do programa desenvolvido pelo Governo. É claro que seria inadmissível
entender que um Governo não tivesse um programa de segurança; é importante o
entendimento global dessa preocupação, mas constantemente vemos as nossas
crianças sendo assaltadas próximo à escola, vemos a distribuição de drogas nas
portas das escolas, nós vemos os pais preocupados com seus filhos. Muitas vezes
podemos dizer que se concentra nas escolas públicas e temos aqui a preocupação
de muitos pais.
Como
disse anteriormente, a nossa proposta é
simples. Alguns colegas conversaram comigo com objetivo de mudar o texto
“criação de programa especial para segurança nas escolas”. Eu me mantive na
posição de que há necessidade, sim, de um programa especial de segurança nas
escolas. Nós não somos tão alheios ao que acontece nas escolas com respeito à
segurança, à colocação de guardas municipais. Mas há a necessidade de uma
intensificação e de uma preocupação específica voltada para essa área. Daí a
nossa manifestação solicitando o apoio dos pares para que levem a efeito o item
que deve ser enquadrado no anexo da Educação, que diz: “Criação de Programa
Especial de Segurança nas Escolas.” Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Helena Bonumá está com a palavra
para encaminhar.
A SRA. HELENA BONUMÁ: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores
Vereadores, vou encaminhar favorável à Emenda do Ver. Eliseu Sabino que inclui
a criação de um Programa Especial de Segurança nas Escolas, no item II, da LDO,
na parte da Educação.
A
nossa Bancada tem esta posição em virtude de já praticarmos uma ação semelhante
na Administração Popular. Temos um fórum criado há dois anos, no início desta
Administração, com a coordenação da SMED, que reúne a Coordenação de Direitos
Humanos, a Guarda Municipal, que tem sistematicamente, Ver. Pedro Américo Leal,
ao longo desses dois anos e meio de Governo, debatido com a escolas municipais,
com a comunidade escolar, com a nossa Guarda Municipal, que é quem trata
diretamente, também, da violência nas escolas.
Esse
é um problema que tem crescido de fato na nossa Cidade. Temos ações conjuntas
com a Brigada Militar. Esse fórum tem feito uma discussão preventiva da
violência junto à comunidade. Várias ações já foram feitas nesse sentido.
Inclusive a capacitação dos professores que, muitas vezes, são vitimados também
por essa situação de violência. Tivemos um guarda municipal abatido numa escola
municipal. Essa situação se expressa de fato, e, fruto dessa realidade, tem
sido feito de forma sistemática esse trabalho. Os Vereadores tiveram acesso,
foram convidados, foi um convite público, para o lançamento, este ano, de um
programa específico de tratamento da questão da violência nas escolas, e que
agora é um programa público. Durante dois anos capacitamos os recursos humanos,
os professores, os diretores, os funcionários de escolas, a Guarda Municipal,
funcionários do Governo Municipal que trabalham com essa questão. Durante dois
anos debatemos sistematicamente nesse fórum interno e, agora, no semestre
passado, foi lançado publicamente esse programa, no Auditório da Assembléia
Legislativa, inclusive com uma campanha de divulgação junto a comunidade
escolar.
Então,
Srs. Vereadores, a nossa posição em relação à aceitação da Emenda, em relação à
segurança nas escolas, provém disso, de ser uma preocupação real do Governo, e
temos - sob o ponto-de-vista dos direitos humanos, da educação, do trabalho e
da capacitação da nossa Guarda Municipal - sistematicamente trabalhado com
isso. É a nossa posição em relação à aprovação desta Emenda. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, tem a palavra o Ver.
Elói Guimarães.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Essa
preocupação traduzida pela autora da Emenda, para que se desenvolvam políticas,
programas, no resguardo, na defesa das escolas é extremamente importante. Temos
conversado com diretoras, com professoras, alunos, em algumas escolas, e o que
se pode ver é um verdadeiro sitiamento, a coisa é muito grave. Estamos vivendo
situações gravíssimas. Muitas diretoras e professoras são verdadeiros reféns de
situações que se criam em determinadas áreas, em determinadas escolas, muitas
vezes envolvendo até alunos que estudam naquela escola. Infelizmente, a droga
cercou as escolas. Fico a perguntar muitas vezes, mas onde é que está a
segurança? Onde está a polícia? Isso chega a ser público e notório. Algo
gravíssimo, nessa área tem que estar acontecendo, coisas muito graves, não
tenho dúvidas.
Há
um tumor envolvendo setores institucionais, com determinados setores contrários
à lei, que nos deixa preocupados, porque não é possível que todos saibam, que
todos vejam, menos as autoridades específicas para atenderem esses casos. Essa
iniciativa é extremamente importante, as escolas estão sitiadas, sim, as
professoras muitas vezes e as diretoras, inclusive, em determinadas situações,
não conseguem, vejam bem, estabelecer determinadas normas, porque recebem
ameaças. É uma situação para a qual a Casa, o Município, o Estado e a União têm
que se voltar, porque, realmente, é muito grave.
Cumprimento
o Ver. Eliseu Sabino por chamar atenção para esse assunto, para que se passe a
olhar uma situação tão grave, como vem ocorrendo com as escolas municipais e
escolas estaduais. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda de nº 14, aposta ao
PLE nº 09/99, destacada pelo Ver. Eliseu Sabino. Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA,
por unanimidade.
Em
votação nominal a Emenda nº 16 e respectivo Subemenda nº 01 aposta ao PLE nº
09/99, destacada pelo Ver. Antonio Hohlfeldt e outros Vereadores. O Ver.
Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em
primeiro lugar, quero fazer um histórico desta Emenda.
Há
cerca de seis anos atrás, pela primeira vez o Vereador Airto Ferronato
apresentava Emenda do mesmo teor. Aprovada a Emenda, o Executivo Municipal a
vetava, sob a alegação de que não havia tempo, naquele exercício, para
cumpri-la. Ou seja, porque já havia um calendário em relação ao Orçamento
Participativo, não tinha como adequá-lo à proposta aprovada por esta Casa e
apresentada pelo Vereador Airto Ferronato. A Emenda acabou derrubada, mantido o
Veto, até porque havia ocorrido decurso de prazo em relação ao prazo de votação
e ao prazo da sua aplicabilidade. Se houvesse boa-fé do Município e se houvesse
respeito do Executivo em relação a esta Casa, é evidente que no exercício
seguinte se poderia ter montado o calendário do Orçamento Participativo,
adequando-o à proposta que fora apresentada pelo Vereador Airto Ferronato aqui
nesta Casa. Mas como, ao contrário do discurso que se ouve normalmente do
Executivo Municipal, o que se busca sempre é o confronto, é a oposição, é a
instrumentalização do Orçamento Participativo contra os Vereadores desta Casa,
partindo isso do Executivo e não de nós, da oposição, porque nós não estamos
criando nenhuma oposição ao Orçamento, nós não estamos dizendo que não queremos
que o Orçamento defina projetos, nós queremos que eles sejam enviados a esta
Casa num prazo regulamentar legal, só isso.
Não
se fez essa Emenda, não se fez essa proposta, não se fez essa adequação de
calendário no ano seguinte. E após o afastamento do Vereador Airto Ferronato
desta Casa, eu passei sucessivamente, ao longo de três anos, até o momento, a
apresentar a mesma Emenda. Ano após ano, quando eventualmente se consegue
aprová-la, ela é vetada. E ano após ano, o Executivo insiste em não adequar,
por absoluta má-fé, por absoluta falta de vontade política, por absoluta
vontade de se diminuir esta Casa, teima em não adequar o seu calendário à
possibilidade do calendário proposto por esta Casa.
Neste
sentido, Sr. Presidente, provavelmente perdendo a Emenda, eu quero mais uma vez
deixar registrado aqui que é por esses motivos que nós temos a necessidade da
regulamentação do Orçamento Participativo. Não pelos companheiros do Orçamento,
não pelas lideranças comunitárias da Cidade, mas pela instrumentalização que o
Executivo faz, permanentemente, buscando opor, através do Orçamento
Participativo, buscando diminuir e opor esta Casa.
Então,
queremos insistir na Emenda e nessa discussão, entendemos que não diminui em
nada o Orçamento Participativo, mas entendemos que, se houvesse vontade
política do Executivo, poderia adaptar o calendário do orçamento à proposta de
calendário da Câmara. Infelizmente, ao que parece uma vez mais, vai faltar
vontade e respeito. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 16 ao PLE nº 09/99.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
proposição do Ver. Antonio Hohlfeldt é uma luta antiga desta Casa. Há mais
tempo que queremos a transparência plena do exame da peça orçamentária que nos
permita votar com tranqüilidade, aprovando ou desaprovando, a proposta
encaminhada pelo Executivo. Aliás, isso tem justificado que, nos últimos
orçamentos, tenho votado sistematicamente contra, porque tenho declarado que
voto alguma coisa oculta, pois simplesmente eu vejo números, indicações
genéricas e não vejo claro e específico para onde está sendo canalizado os
recursos da municipalidade.
Então,
não posso deixar de enaltecer essa proposta do Ver. Antonio Hohlfeldt, coerente
com propostas anteriores. Nós já chegamos numa ocasião, não por iniciativa do
Ver. Antonio Hohlfeldt, mas por iniciativa do ex-Vereador Ferronato, de
aprovarmos uma disposição nesse sentido, que acabou sendo vetada e o Veto
derrubado nesta Casa, mas se transformou inócua a proposição na medida em que o
Veto foi propositadamente retardado para que só pudesse ser examinado pela Casa
após ter sido vencido o prazo estabelecido na proposição.
Por
isso, Ver. Antonio Hohlfeldt, não é preciso se ter grandes argumentos para
apoiar a disposição de V. Exa., uma frase liquida com o problema, sintetiza
toda a posição: Estamos votando uma disposição na Lei de Diretrizes
Orçamentárias que tem um objetivo muito claro e adequado, o de dar
visibilidade, transparência e segurança a esta Casa no exame da peça
orçamentária.
O
apoio do PFL é absoluto nesse particular, tanto que o Ver. Gilberto Batista fez
um esforço extraordinário, enfrentou situações muito delicadas para estar
conosco aqui, nesta hora, para dizer sim, queremos transparência, visibilidade
e segurança para o Legislativo de Porto Alegre trabalhar em prol deste
Município. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 16 ao PLE nº 09/99.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, uma das
coisas que mais me alegra na vida é a magnanimidade dos meus semelhantes. A
magnanimidade do Partido dos Trabalhadores hoje me deixa eufórico.
Quando se trata do anexo, quando o Prefeito
não tem a obrigação de cumprir, apenas é como que ele vai programar, se fizer,
terá que fazer daquela maneira, eles vão até a tribuna para elogiar a Emenda do
adversário. Agora, quando se trata de fiscalizar os atos do Prefeito, aí o
texto, os artigos da lei, eles têm todos os argumentos possíveis para não serem
fiscalizados.
Muito
bem colocaram o Ver. Antonio Hohlfeldt e Ver. Reginaldo Pujol que, no passado,
por Emenda do Ver. Airto Ferronato, aprovamos que deveria vir a esta Casa a
relação das obras do Orçamento Participativo para que pudéssemos fiscalizar. O
Prefeito Tarso Genro, à época, vetou. Derrubamos o Veto e ele não cumpriu.
Agora, mais uma vez, tenho a absoluta convicção de que os meus nobres e
queridos colegas do PT, PPS e do PSB vão dar ao Prefeito o escudo necessário
para que ele não seja fiscalizado, bem como, daqui a pouco, um deles vai estar
na tribuna dizendo que é contra a Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt, que, para
esta Casa é essencial para que se possa fiscalizar.
Agora,
os magnânimos, evidentemente, votarão contra. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Motta para
encaminhar a votação da Emenda nº 16 ao PLE nº 09/99.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou
tentar não usar todo o tempo, embora a discussão seja absolutamente importante
e profunda, porque revela, na verdade, o verdadeiro conteúdo sobre a
fiscalização.
Existe
fiscalização e fiscalização. A fiscalização que está prevista,
constitucionalmente, no Brasil, está informada por um princípio antigo, fundado
na filosofia de Montesquieu da separação entre os poderes. Essa fiscalização
permite que o Plano Plurianual, a LDO, o orçamento sejam, de fato,
fiscalizados, inclusive com prerrogativas constitucionais e orgânicas.
Agora,
Plano de Investimentos, Ver. Luiz Braz, pena que o Ver. Reginaldo Pujol não
pode escutar, é uma metodologia de governar. Plano de Investimentos faz parte
da autonomia que o Executivo, num determinado momento, pode exercer a partir do
direito constitucional que o voto universal lhe deu.
Não
podemos, portanto, o Ver. Reginaldo Pujol que foi Governo sabe disto,
determinar por lei, por uma lei do Congresso Nacional, que o Presidente
Fernando Henrique Cardoso deva governar segundo a metodologia “x”. Quem
determina a metodologia, se ele vai ouvir ou não a sociedade, é ele.
Então,
o Plano de Investimentos, na verdade, é uma figura administrativa, não é uma
figura constitucional ou jurídica.
Se,
portanto, cumprirmos com isso que o Ver. Antonio Hohlfeldt propõe, estaremos
inviabilizando essa metodologia, essa é a questão.
Portanto,
por essas razões, somos contrários à Emenda, porque ela inviabiliza o exercício
livre de um dos poderes, do Executivo, no caso, de cumprir com sua função
constitucional, que é governar. Se a finalidade do Ver. Antonio Hohlfeldt é
criar um obstáculo jurídico ou político para o livre exercício do ato de
governo, vamos explicitar as opiniões no debate político. Estamos fazendo,
aqui, a discussão no plano jurídico, e no plano jurídico não existe nenhuma
norma na Constituição, Ver. Pedro Américo Leal, V. Exa. que é zeloso no que diz
respeito ao cumprimento das leis; não existe nenhuma norma na Constituição
Estadual, também não existe nenhuma norma na Lei Orgânica - e desafio os Srs.
Vereadores enunciá-la - que obrigue o Executivo a cumprir essa possível
determinação que o Ver. Antonio Hohlfeldt quer criar a partir de agora. Essa
figura é estranha ao direito de governo, e se nós traduzirmos isso numa
linguagem constitucional, estaremos legislando sobre uma matéria que é
impossível, juridicamente, de ser enquadrada, pelo menos sob o ponto de vista
do que está propondo a Emenda do Vereador.
Por
essas razões somos contrários à Emenda e somos a favor da fiscalização real e
efetiva já prevista nas Constituições Estadual e Federal e na Lei Orgânica
sobre os planos plurianuais, Orçamento e a própria LDO.
Os
planos de investimentos são um direito que cada executivo tem de organizar a
sua metodologia para exercer o princípio de autonomia entre os poderes. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal a Emenda nº 16, aposta
ao PLE nº 09/99, destacada pela Vera. Clênia Maranhão e outros.
O SR.
LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, poderemos encarar como
verificação de votação, uma vez que já havia sido feita a votação,
simbolicamente?
O
SR. PRESIDENTE:
Vereador, quando foi solicitada a votação nominal, eu ainda não havia
proclamado o resultado, por isso não é verificação de votação. (Após a chamada
nominal.) REJEITADA por 14 votos SIM, 16 votos NÃO, considerando-se
prejudicada a Subemenda nº 01 a ela aposta.
Em
votação a Emenda nº 17 ao PLE nº 09/99. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra para encaminhar.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a
Emenda nº 17 de nossa autoria diz, no parágrafo 2º, do artigo 11, que nenhum
novo investimento poderá ocorrer antes que sejam concluídos os projetos
anteriormente aprovados pelo Legislativo. Ou seja, ao contrário do que ocorre
hoje, quando cerca de 30, 40%, inclusive de obras aprovadas pelo Orçamento
Participativo não são realizadas ou não são concluídas pela Administração
Municipal a cada ano, e há obras que se acumulam a três, quatro ou mais anos
depois de aprovadas, sem a sua realização.
O
que estamos propondo é adotar o mesmo critério que a Assembléia Legislativa do
Estado do Rio Grande do Sul adotou no ano passado quando da votação do Projeto
que instituiu os COREDEs, isto é, que nenhum dos investimentos decididos,
votados e aprovados através dos projetos orçamentários e que não tenham sido
executados ou concluídos, possam ser ultrapassados por outros projetos, segundo
a vontade do Executivo. A Assembléia tem isso muito claro hoje, num Projeto de
Lei, que hoje é lei, não por um acaso questionado na Justiça pela Administração
do Estado, que é exatamente a impossibilidade de iniciar novas obras sem ter
concluído aquelas que já haviam sido aprovadas pelo Legislativo, quando, na
maioria das vezes, enviadas pelo próprio Executivo. O que estamos propondo é
exatamente a mesma questão.
Assim
como temos na nossa Lei Orgânica que nenhuma obra pode ser iniciada, em
determinado período, antes do final do mandato do Prefeito, sem que possa ser
terminada, e que nenhuma obra deixe de ser terminada quando um novo prefeito
assume - são dois itens que temos na Lei Orgânica do nosso Município desde 1989
-, o que estamos propondo em relação à Lei de Diretrizes Orçamentárias é
exatamente isso, que nenhuma obra seja iniciada sem que outras obras, já aprovadas,
estejam concluídas ou concretizadas. O que estamos levantando é exatamente uma
questão de respeito a esta Casa e respeito, inclusive, aos integrantes do
Orçamento Participativo. Porque o debate que se cria a cada ano, a expectativa
que se gera a cada ano é de que uma vez aprovada a obra, ela venha a ser
realizada. No entanto, o que vemos, ao contrário da legislação dos COREDEs para
o Estado, repito, é que, depois de aprovadas, o Executivo Municipal, na
verdade, escolhe o que ele quer ou não fazer. Na prática é isso que temos. Aí
surgem óbices técnicos, surgem outras desculpas quaisquer, e uma série dessas
obras vão sendo deixadas para trás.
O
que queremos aqui, definir com clareza, é que se tenha respeito em relação às
decisões aprovadas aqui, e que na maioria dos casos, até porque são oriundas do
Orçamento Participativo, foram decididas pela comunidade. Se tem que fazer
consulta, e se é preciso ouvir a comunidade, que, depois, se respeite essa
mesma comunidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a
palavra para encaminhar a votação do PLE nº 09/99.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
porto-alegrenses que de uma forma consistente permanecem aqui conosco
acompanhando os nossos trabalhos. Ver. Antonio Hohlfeldt, a rigor a sua Emenda
não deveria ser necessária, porque nós, nesta Casa, já aprovamos uma legislação
que procura enfrentar a questão do desperdício, que trabalha a continuidade das
obras iniciadas por um governo, pelo subseqüente. Acontece que em Porto Alegre
estamos há mais de uma década com a continuidade de um mesmo partido no governo
e o problema se agrava. É fundamental essa Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt,
principalmente a partir dos dados que colhemos em uma pesquisa feita pela
Bancada dos Deputados do PMDB, na Assembléia Legislativa do Estado, que
demonstram o não-cumprimento de grande parte das obras que são aprovadas pelo
Orçamento Participativo.
Temos
verificado que, mesmo não tendo o cumprimento das obras que foram definidas
como prioritárias pela parcela da população que participa daquelas reuniões, o
Executivo Municipal continua convocando novas reuniões, continua fazendo novas
promessas, continua aparentemente tomando novas decisões de quem irá cumprir os
calçamentos, de que fará o trabalho de sinalização e da construção das unidades
de saúde. Há, portanto, uma absoluta descontinuidade, porque as obras que não
foram cumpridas estão paralisadas ou sequer foram iniciadas e há uma falsa
concepção da sua continuidade. Há inclusive uma decisão que é enganosa em
relação à população que continua-se reunindo e pensando que as obras serão
implantadas. Ora, se houve uma decisão anterior, se a comunidade priorizou o
serviço daquelas obras, como é que o Executivo, que não cumpriu aquela decisão
da comunidade, faz novas reuniões para que as novas obras sejam elencadas?
O
fato de não haver uma regulamentação, portanto um instrumento de fiscalização
desta Casa sobre as decisões que a comunidade toma naquelas reuniões, isso
deixa o Executivo Municipal, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre sem nenhum
instrumento legal de sua fiscalização. Portanto, a definição que nenhum novo
investimento deverá ocorrer antes da conclusão das obras, é um respeito à
decisão da comunidade e também uma política efetiva de resgate da verdade e de
combate ao desperdício.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Lenora Ulrich está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 17 ao PLE nº 09/99.
A SRA. LENORA ULRICH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
creio que entendi o espirito do assunto a que o Ver. Antonio Hohlfeldt
referiu-se, e com o qual concordamos, e sempre temos concordado ao longo da
nossa história, desde 1989, quando honramos obras de administrações anteriores
que estavam ainda em sua pedra fundamental de lançamento, como os Senhores
devem recordar, das Casas da Criança e outras tantas e outras tantas obras que
já foram encaminhadas por administrações anteriores. Com esse objetivo nós
concordamos, mas a redação que está colocada aqui não diz isso. Essa redação
compromete bastante e essa é a nossa preocupação ao nos dirigirmos aos Srs.
Vereadores.
No
momento em que no parágrafo 2º diz que nenhum novo investimento poderá ocorrer
antes que sejam concluídos os projetos anteriormente aprovados pelo
Legislativo, isso sugere um engessamento absoluto. Os senhores sabem que nós
não trabalhamos apenas com recursos do Município. Muitas vezes, obras de
investimento dependem de financiamentos exteriores e de outros organismos
nacionais, verbas essas sobre as quais o Município não tem a governabilidade
absoluta. O Executivo não tem um controle total, por exemplo, das verbas que
foram necessárias para a Terceira Perimetral, dependiam da COFIECS, de uma
série de mecanismos de financiamentos externos.
Prender
um exercício financeiro à realização de outras obras que dependem de coisas que
não são da governabilidade total do município seria realmente prender, engessar
a possibilidade de inversão de recursos próprios do Município. Portanto, quero
que os senhores reflitam não apenas sobre o espírito do que foi mencionado pelo
Ver. Antonio Hohlfeldt, mas sobre a redação real que aqui está, porque
estaríamo-nos impedindo de fazer novos investimentos, uma vez que eventualmente
não pudéssemos cumprir.
Com
relação ao Orçamento Participativo, volto a afirmar aos Senhores: temos a honra
de dizer - e eu integrei esse Executivo, assim como o Ver. Antonio Hohlfeldt -
que sabemos que todas as obras onde houve a possibilidade de se atender, foi
atendida a grande maioria, não dentro do próprio exercício, talvez, às vezes,
nem no ano seguinte, mas temos absoluta certeza de que aquele “caderninho” do
Orçamento Participativo tem-se transformado na nossa “bíblia” em relação aos
recursos. Portanto, não só cumprimos a meta de atender as obras que, dentro da
nossa gestão, estabelecemos, como cumprimos as metas das gestões anteriores
porque, se não fizéssemos isso, seria desperdício do dinheiro público.
Pedimos
a vocês a compreensão de que não podemos engessar a máquina administrativa, o
Executivo, dessa forma. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Senhor Presidente e Srs. Vereadores, até
em respeito a Ver. Lenora Ulrich, com quem convivi ao longo de tantos anos, por
quem tenho muito respeito, quero retomar essa discussão, porque a Vereadora que
hoje assume a titularidade me honra com a possibilidade desse debate. Quero
dizer à Vereadora que, talvez até pelo afastamento que ela tem da Bancada,
porque ela está lá no Executivo, o que ela levanta, colocado em boa fé, poderia
ter sido plenamente sanado pelo ilustre Ver. Adeli Sell, pelo Líder do PT nesta
Casa, com uma Subemenda ou com uma proposta de negociação com uma outra Emenda.
Como tantas vezes tem acontecido, eu teria aceito, como eu aceitei, no ano
passado, conseqüência para este ano, Veto, que eu derrubaria, a uma Emenda em
torno da APAE. E, quando houve a proposta de negociação, imediatamente aceitei e,
aliás, estou esperando sentado, até hoje, a concretização da negociação em
torno da APAE. Então, da minha parte, sempre há boa vontade. Portanto, se
houver a boa fé do Executivo quanto a isso, poderia ter havido uma Subemenda à
correção da minha redação, para evitar o engessamento.
Permita-me
Vera. Lenora Ulrich, dizer que eu não acredito nesta boa fé. O que eu tenho
claro para mim é que não interessa ao Executivo esse tipo de Emenda, exatamente
porque ele não quer ter a fiscalização do Legislativo. Ele quer poder
trabalhar, segundo as suas maiores simpatias ou segundo as suas menores
cooptações das comunidades. Quem calar a boca, leva; quem berrar mais, não
leva. E vai por aí afora. Começa uma obra, porque tem prioridade que vai
interessar em relação à campanha eleitoral ou porque atende mais o interesse de
determinada comunidade. Aliás, esta discussão não é posta só pela oposição,
vamos deixar bem claro. Eu ouço essa discussão também junto a Vereadores do
próprio Partido dos Trabalhadores. Há pouco tempo, estive numa comunidade e
relatei, aqui, isso: há disputas internas junto a diferentes representantes de
comunidades, junto a diferentes Vereadores do próprio PT. Alguns têm maiores
simpatias do Executivo, outros têm menos; alguns têm maior cobertura, outros
têm menos.
Eu
concordo, Vera. Leonora Ulrich, e não é minha idéia engessar o Executivo de
maneira nenhuma. E acho, até, que a Emenda poderia ter uma outra redação, sem
nenhum problema. Por exemplo, a questão da III Perimetral, que V. Exa. levanta
e que depende de verbas que vêm de empréstimos e que a Prefeitura não manda.
Quero insistir com V. Exa. que, se o Executivo, de fato, faz e aceita fazer,
poderia, através dos seus Vereadores, como tem feito em outras vezes, ter
proposto uma Subemenda, ter proposto uma nova Emenda e nós teríamos chegado a
esse resultado, sem nenhum problema.
Na
verdade, se cai sempre na mesma questão: é Emenda de oposição, é Emenda do
Líder do PSDB, é Emenda que fiscaliza, então, não dá para apoiar, não dá para
aceitar. É isso que nós queremos, realmente, levantar e colocar na discussão,
aqui, e lamentar, porque acho que a transparência é importante e poderia dar
ainda maior credibilidade ao trabalho que o Poder Municipal, o Executivo e o
Legislativo, fazem pela Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Informo que todos os Vereadores presentes
assinaram o documento que os senhores da COOTRAVIPA levarão para Brasília. A
votação do documento na segunda-feira será apenas formal. A nossa anuência está
no documento com a assinatura, que é a nossa absoluta concordância.
Em
votação a Emenda nº 17, aposta ao PLE nº 9/99, destacada pelo Ver. Antonio
Hohlfeldt e outros. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) REJEITADA.
Passamos
à Emenda nº 25, de autoria do Ver. João Carlos Nedel que pediu destaque junto
com outros Vereadores.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 25.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a
presente Emenda visa viabilizar o Crédito Educativo em Porto Alegre.
Bem
sei que a Lei do ilustre Ver. Nereu D’Ávila sofreu contestação por parte do Sr.
Prefeito, quando a encaminhou à Justiça quanto à validade de o Município
investir no Crédito Educativo para estudantes universitários.
Nós
sabemos que a LDB diz que o município deve investir especialmente na Educação
Fundamental e que não poderá investir em outros setores da educação se não
estiver fielmente cumprida a sua missão no Ensino fundamental. Só que a Constituição
nos diz que o município deve investir no mínimo 25% em educação. A esses 25% se
refere à LDB; mas, o nosso Município contempla com 30% para investimentos na
educação. Esses vinte e cinco por cento são obrigatoriamente investidos no
ensino fundamental, e o restante, cinco por cento, a Prefeitura pode investir
no ensino médio - já possui dois colégios de ensino médio - dentro da
legalidade. A diferença dentro dos cinco por cento pode, muito bem, viabilizar
o fundo de crédito educativo que visa a estender os benefícios da educação a
universitários carentes, a pessoas pobres. Portanto, essa Emenda visa,
realmente, a proteger aqueles pobres que querem estudar.
É
um crime contra a educação negar-se a instituir, em âmbito municipal, o Fundo
de Crédito Educativo. Temos verbas legais para isso. Nos últimos anos a
Prefeitura não tem investido nem os vinte e cinco por cento na educação. Está
sobrando verba orçamentária para se investir na educação.
Peço
aos Senhores Vereadores que defendam a educação, aprovando esta emenda. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 25 ao PLE nº 09/99.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver.
João Carlos Nedel colocou muito bem: sistematicamente, o Município não tem
aplicado os 30% determinados pela Lei Orgânica, da sua receita de impostos, na
educação. O Tribunal de Contas, e até em declaração assinada pelo Sr. Prefeito
ele reconhece que em um dos anos foi 21%; noutro, 24,6%; noutro, 23%. O
Tribunal de Contas não se deu conta de que a Lei Orgânica diz que é 30% e não
25%.
O
que o Ver. João Carlos Nedel está propondo, que se dê bolsas para o ensino
superior, através de crédito educativo, é uma coisa que a Prefeitura de Caxias
do Sul, também do PT, já vem fazendo há alguns anos. Não sei se com a chegada
da Administração Petista na Prefeitura de Caxias do Sul eles não interromperam
isso, porque nem sempre o PT deseja auxiliar os que necessitam, e sim aqueles
que eles desejam. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Carlos Alberto
Garcia para encaminhar a votação da Emenda nº 25 ao PLE nº 09/99.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, essa proposta
do Ver. João Carlos Nedel tem sido apresentada inúmeras vezes aqui nesta Casa.
E todas as vezes votamos a favor, porque entendemos que a Legislação fala e é
clara, dizendo que a prioridade do Município é o fundamental. Mas quando ela
coloca que a prioridade é o ensino fundamental, em momento nenhum diz que não
pode ser repassada alguma verba para o ensino superior. E entendemos que esta
proposta que há anos está sendo discutida nesta Casa, ela pode ser constituída,
de maneira simples e singela, mas temos a certeza de que alguns alunos terão
acesso ao ensino superior de uma forma diferenciada. É uma maneira simples, mas
acredito que a cada ano que passe, esperamos que um dia chegue, que não seja
mais vetado, que passe, para realmente se chegar à implementação e possamos ver
no Município de Porto Alegre alguns alunos com o crédito educativo.
Sabemos
das dificuldades dos créditos educativos, seja em nível estadual, seja em nível
federal, as dificuldades, hoje, que os alunos tem para o acesso ao terceiro
grau. Sabemos das dificuldades das escolas públicas do nosso País, em nível de
terceiro grau. O sucatamento que está-se tentando fazer com as universidades
públicas. Portanto, o Poder Público Municipal pode fazer com que alguns alunos,
mesmo que o número seja limitado, possam ter esse acesso ao terceiro grau. Por
isso encaminhamos favoravelmente a essa Emenda do Ver. João Carlos Nedel. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais encaminhamentos, em
votação nominal a Emenda nº 25 ao PLE nº 09/99, destacada pelo Ver. João Carlos
Nedel e outros. (Após chamada nominal.) APROVADA
por 16 votos SIM, 13 NÃO.
Em
votação a Emenda nº 46 ao PLE nº 09/99, destacada pelo Ver. João Carlos Nedel.
O
Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, pelos
anexos, a Emenda pode ser votada favoravelmente. Mas já disse à Liderança
Petista que, como a Emenda anterior, nós poderemos ganhar, mas não levamos.
Então, vou encaminhar favoravelmente e acho que deva ser considerada a
preocupação que tem Porto Alegre com seus turistas. Promoção turística não é
despesa, é investimento, retorna multiplicada muitas vezes. Saúde e paz! Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a prorrogação da Sessão. Os
Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA a prorrogação da Sessão.
Para
encaminhar a votação da Emenda nº 46 ao PLE nº 09/99 tem a palavra o Ver. Elói
Guimarães.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.
Encaminho contra a Emenda do meu amigo, combativo Ver. João Carlos Nedel. Por
quê? Vejam bem, não estamos dando saúde aos nossos funcionários, aos nossos
conterrâneos, aos nossos irmãos. Não há disponibilidade, não há recursos para a
saúde. Evidentemente nós temos toda boa vontade com a saúde do turista. É
claro, por ser de outra pátria não importa, é um ser humano igual a nós, mas a
verdade é que nós não implementamos as nossas necessidades, então, como é que
eu vou votar para que se despenda algum recurso com os turistas?
Presumivelmente o turista é aquele que tem algum recurso. O turista é aquele,
em tese - há casos, evidentemente, de exceção - que tem recursos, e não pode
tomar o lugar do nosso trabalhador que não tem recursos. Então, a lógica do
entendimento é só uma: não podemos - no meu entender, Ver. João Carlos Nedel -
aceitar a presente Emenda.
Quero
dizer aos Srs. Vereadores que não estou aqui votando “faz de conta”, eu quero
que aquilo que voto tenha, pelo menos no meu entender, no meu juízo, uma
conseqüência. Tem que ser um instrumento de transformação.
Quero
dizer ao meu amigo, Ver. João Carlos Nedel, que nós não temos saúde para os
nossos funcionários do Município, nós não damos saúde à nossa população. A
saúde virou o maior caos. Então, se esta Emenda se internacionalizar, o juízo
que esses países vão fazer é de que o Brasil está muito bem de saúde, a ponto
até de propiciar assistência de saúde aos turistas, e partindo daquela premissa
de que o turista é alguém que tem algum recurso.
Então,
nós temos que dar saúde para os nossos conterrâneos, para aquelas pessoas mais
pobres, enfim, dar saúde para o nosso País. Nada contra os turistas. Que venham
os turistas. Se pudermos, no futuro, dar assistência específica aos turistas,
vamos dar. Mas, nas circunstâncias atuais, eu não tenho como acompanhar a
presente Emenda. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Vereador João Carlos Nedel está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 46 ao PLE nº 09/99, como autor.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é triste
quando se faz uma leitura indevida do assunto. Eu vou ler aqui: “Promover
programa de assistência médica específica a turistas estrangeiros durante sua
estada em Porto Alegre”. Eu não falei que seria programa de assistência médica
gratuita. Eu não falei o tipo de assistência. Os Senhores se apressaram. Eu
lamento que a Bancada do PT não tivesse alcance, e nem aqueles que defendem o
turismo aqui em Porto Alegre. Quem é que disse que é gratuito? Gratuito eu
tenho até dificuldade, porque nem aos funcionários municipais a Prefeitura está
assegurando assistência médica. Nós tivemos, há pouco, aqui a presença de
funcionários municipais, porque a Prefeitura quer retirar deles a assistência
médica. Nós tivemos as galerias lotadas.
Esse
programa pode ser um seguro-saúde. A Prefeitura deve investir em turismo, e,
investindo em turismo, há várias formas: ou financeiramente, ou organizar
programas que incentivem o turismo. Ora, se é dito lá fora que a nossa saúde
não funciona, por que a Prefeitura não pode organizar para esses turistas,
desde que seja pago, um programa de assistência médica? Isso é muito
importante.
Então,
a leitura deve ser feita completa, ampla e com visão de futuro e de
inteligência. Pensem bem, Srs. Vereadores! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 46 ao PLE nº 09/99.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, lamentavelmente,
Ver. João Carlos Nedel, vou encaminhar contrariamente a Emenda de V. Exa. V.
Exa. é um homem muito inteligente e tenho apreciado o trabalho que V. Exa. faz
nesta Casa representando o povo de Porto Alegre, mas acredito que todas as
ações de saúde que nós temos e precisamos apoiar devem estar voltadas para as
comunidades mais pobres que estão extremamente desassistidas.
Nós
tivemos oportunidade, como membros da Comissão de Saúde, de visitar postos de
saúde, juntamente com o Ver. Pedro Américo Leal, onde vimos a deficiência
desses postos e que, muitas vezes, nem estão colocados em regiões que precisam
de assistência à saúde. Não posso, então, votar, nesta Lei de Diretrizes
Orçamentárias, uma Emenda, mesmo sendo de alguém como o Ver. João Carlos Nedel,
que venha a querer beneficiar a saúde para os turistas.
E
que não venham dizer aqueles que pertencem a Bancadas Petista, que eu estou
votando contra esta Emenda, porque sou contrário ao Prefeito de nossa Cidade,
que é turista, não é por causa disso.
Eu
estou votando contra esta Emenda, exatamente porque eu acredito que esta
matéria deva ser abordada com toda a seriedade com que ela realmente precisa
ser encarada por todos nós, tanto pelos Vereadores que pertencem à Bancada do
Governo, como pelos Vereadores que pertencem à Bancada de oposição. Eu
realmente não posso privilegiar nenhum programa que vá beneficiar os turistas,
quando o povo de nossa Cidade ainda não tem assistência à saúde que eu
realmente desejaria que ele tivesse.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Em votação a Emenda nº 46 ao PLE nº
09/99, destacada pelo Ver. João Carlos Nedel e outros. Os Srs. vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
Em
votação a Emenda nº 54 ao PLE nº 09/99, destacada pelo Ver. Carlos Alberto
Garcia. O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta
Emenda consta do aumento da aplicação de recursos na educação especial dirigida
aos alunos portadores de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, aos
superdotados e aos talentosos.
Tivemos
o cuidado de colocar esta Emenda desta forma para evitar situações idênticas ao
ano passado, quando o Ver. Antonio Hohlfeldt colocou uma Emenda para a APAE,
foi aprovada, e depois o próprio Vereador concordou que fosse negociada, e ele
hoje manifestou sua preocupação, se a PAE está sendo contemplada ou não.
Então
o que nós queremos é que esse aumento que está sendo proposto dê a liberdade ao
Executivo de sentar com essas entidades para que possa realmente repassar
recursos.
A
Lei Orgânica é clara: 12% do investimento da educação deve ser repassado a esse
segmento.
É
por isso que solicitamos, então, aos nobres pares a aprovação desta Emenda.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 54. Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, por unanimidade
Em
votação a Emenda nº 55 ao PLE nº 09/99. A Ver. Clênia Maranhão está com a
palavra para encaminhar.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a
Emenda de minha autoria não tem um caráter político, mas um caráter de
contribuição com esta Casa no sentido de que possamos acompanhar com maior
lucidez as demandas da população de Porto Alegre.
O
que eu estou sugerindo é que seja incorporado, para avaliação desta Casa, um
demonstrativo das obras demandadas pela comunidade e que isso seja incluído na
proposta orçamentária de forma discriminada, por região, assim como o valor
total alocado da proposta orçamentária,
a agilidade de medida e o tempo de execução, nos fornecendo a situação atual
daquela realidade.
Acredito
que o envio a esta Casa de um demonstrativo dos serviços afins demandados pela
comunidade de Porto Alegre, e sendo incluído na proposta orçamentária de forma
individualizada, por região, assim como as repercussões disso, o número de
habitantes da região a ser beneficiada, poria fim a essa polêmica que se
arrasta e que prejudica Porto Alegre, porque corresponde à falta de dados que
nós temos para uma verdadeira fiscalização daquilo que é a vontade dos
porto-alegrenses, das porto-alegrenses. Acreditamos que a inclusão dos
demonstrativos analíticos dos investimentos e dos serviços afins demandados
pela população é uma medida fundamental na consolidação da transparência dos
serviços, da proposta a ser executada pelo Serviço Público. É ainda fundamental
para nos dar a possibilidade de acompanhamento e de fiscalização por parte da
Câmara Municipal de Porto Alegre em relação à vontade das pessoas que
representamos.
Esta
proposta, se for incorporada, modifica a relação que hoje temos, porque cria os
instrumentos de transparência e fiscalização necessários ao cumprimento efetivo
do nosso trabalho como Vereadores. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra para encaminhar a Emenda nº 55 ao PLE nº 09/99.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, é interessante o conjunto das Emendas destacadas. Elas abrem um
debate importante nesta Casa. No meu ponto de vista, é lamentável que, pelo
histórico que teve o Movimento Democrático Brasileiro, o partido MDB, o hoje
PMDB venha a ser o principal protagonista do que eu considero um atraso no
debate com a sociedade brasileira, com a sociedade de Porto Alegre, que é o
contrapor-se a um processo de constituição das relações entre o Poder Público
Municipal - o Executivo - e os cidadãos desta Cidade.
O
conjunto das Emendas apresentadas compõem uma proposta atrasada, porque elas
engessam, elas trazem um conjunto de atribuições para a proposta orçamentária
discutida no Legislativo, que hoje são elementos de debate nas plenárias e no
Conselho do Orçamento Participativo. É importante que se discuta isto, aqui. E
no momento em que está sendo enviada a peça orçamentária à Câmara Municipal, o
Conselho do Orçamento Participativo continua a discutir as demandas e o Plano
de Investimentos. Portanto, está sendo solicitado à Prefeitura que desrespeite
aquele processo constituído, pois o que está-se pedindo é que ela execute um
ato de desrespeito ao cidadão de Porto Alegre. Porque o cidadão de Porto Alegre
foi chamado para fazer o debate sobre as necessidades, sobre as prioridades da
Cidade, e o Conselho tem um prazo, faz todo um debate nas regiões, apresenta,
destaca as prioridades, as demandas, isso vai para um conselho de
representantes das 16 regiões. Ao mesmo tempo em que estamos trabalhando o
orçamento, aqui, esse Conselho está trabalhando as conseqüências do orçamento,
que é o Plano de Investimentos.
Portanto,
o que está sendo proposto aqui, a proposta anterior de Ver. Antonio Hohlfeldt,
na realidade, é deslegitimar, desrespeitar o Conselho do Orçamento
Participativo, a representação dos moradores da Cidade. Isso, na realidade, não
é um movimento democrático e não se justifica na história da Cidade, não só nos
onze anos de Orçamento Participativo, mas na história da democracia. Esta é a
primeira questão.
A
segunda questão é dizer que, se queremos fiscalizar as demandas, as obras da
Cidade, temos que fazê-lo de forma responsável, Ver. Clênia Maranhão. Aquele
caderno, o conjunto das fotos, o conjunto das chamadas denúncias que o PMDB vem
fazendo em relação às obras do Orçamento Participativo, não é responsável. Por
quê? Porque não diz o motivo da obra
não ter sido realizada. Cito um exemplo: numa foto que me mostraram - ela foi
tirada há dois meses - a obra já está licitada, com a empresa escolhida e no
local trabalhando. No caderno isso consta como obra que não foi feita. Teria
que ser feito um material, no mínimo, informando a verdade, do contrário esse
debate, aqui, não é responsável, porque ele tenta criar para o cidadão de Porto
Alegre a ilusão de que esses onze anos e tudo o que foi feito, que mudou a cara
da Cidade, que inverteu a ordem das prioridades, não é real, que é virtual.
Virtual é o conjunto das mentiras que estão nos jornais, espalhando que existe
um grande atraso nas obras. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 55 ao PLE nº 09/99.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
retomar o debate antes iniciado com a Vera. Lenora Ulrich, porque quero lhe
chamar atenção no sentido de que a proposta da Vera. Clênia Maranhão não gera
nenhum problema administrativo, nenhum problema de enquadramento nem de
calendário. Nada, absolutamente nada, para a Administração. Gera, sim, a
necessidade da responsabilidade em relação às obras cumpridas e não cumpridas.
Aí vem esse argumento do Ver. Renato Guimarães, que me lembrou muito -
desculpe-me, Vereador, pela piada de mau gosto - aquela situação da senhora
meio-grávida.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Renato Guimarães.)
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Ver. Renato Guimarães, eu lhe ouvi e lhe
respeitei, e gostaria que V. Exa. deixasse a molecagem de fora. Molecagem, sim,
porque quebra o Regimento.
Sr.
Presidente eu gostaria que me fosse garantido o tempo.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Renato Guimarães.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Renato Guimarães, eu não posso
cassar a palavra nem retirar termos neste momento. Depois V. Exa. terá meios
para fazê-lo.
Ver.
Antonio Hohlfeldt o seu tempo está assegurado.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Quero retomar o raciocínio, que é
exatamente a situação da senhora meio-grávida. Não há senhora meio-grávida.
A
defesa do Ver. Renato Guimarães é uma defesa absolutamente falsa. Tentar vir
dizer que o livreto que o PMDB editou, com as obras não-realizadas, é falso,
porque agora já tem licitação. Ora, ou a obra está ou não está feita. E a obra
não está feita. Ela pode estar licitada, mas não está feita. Portanto, não há
nenhuma mentira, a informação é absolutamente correta.
E
se o Ver. Renato Guimarães conhece um pouquinho do que é um processo editorial,
por mais rápido que seja, um tempo de levantamento de obras, de coordenação de
dados, de digitação, de envio à gráfica, de editoração, até pode, entre o
primeiro período e o período da publicação, ficar ultrapassado. O livreto
publicado, o relatório editado, que
não é jornal que se faz em 24 horas, é um livro que demandou uma pesquisa bem
mais complexa. Então, isso não é desculpa e não é defesa
Basta
pegar qualquer dos relatórios do Orçamento Participativo, mencionados aqui pela
nobre Vera. Lenora Ulrich, para ver que a própria Administração assume que 30,
40% de algumas obras não foram feitas, por vários motivos. Algumas podem ser
absolutamente aceitas, explicáveis, sem nenhum problema, mas não foram feitas.
E o que nós estamos discutindo, o que está sendo proposto é exatamente que se
faça um acompanhamento permanente da situação dessas obras.
Então,
Vera. Lenora Ulrich, aqui nós não estamos gerando nenhum problema
administrativo, a não ser que, mais uma vez, a Administração se negue à
transparência, à responsabilidade de deixar bem claro o que foi feito e o que
não foi feito. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras.Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu já havia feito uma intervenção anteriormente, mas eu acho que
houve aqui uma tentativa de falseamento da verdade. As minhas Emendas exigem o
envio para a Câmara das decisões que são tomadas pela comunidade e que são
enviadas ao Executivo. Em nenhum momento eu me refiro que deverá haver uma
substituição do debate da comunidade pelo debate da Câmara.
O
que nós queremos, efetivamente, é podermo-nos colocar ao lado da comunidade
para que a sua vontade seja garantida. É essa a questão que estamos referindo
nessas Emendas. Outro tema não está escrito nessas Emendas. O que queremos é
dar à Câmara instrumentos efetivos para o cumprimento da nossa responsabilidade
política. Não queremos mais ser acusados pela população de Porto Alegre de que
não estamos cumprindo o nosso dever e a nossa obrigação de legislador, o que
muitas vezes não podemos fazer por falta de instrumentos para exercer um
efetivo, competente e profundo sistema de fiscalização.
Repito
uma frase do Deputado do PSB, Bernardo de Souza, que está na imprensa de hoje,
que diz que “Democracia nunca é demais”. Se a comunidade fiscaliza e nós também
fiscalizamos, se a sociedade participa e nós também participamos, qual é o
pecado disso? Qual é o reacionarismo disso? Pelo contrário, quanto mais
instrumentos de fiscalização, de democratização, de acompanhamento, melhor. E
quero começar o embate político dizendo que os Vereadores do PT têm,
insistentemente, dito que quando queremos regulamentar o processo de acompanhamento
por parte desta Casa queremos engessá-lo. Mas engessar é prender, é colocar
gesso, é imobilizar, portanto é uma palavra que não corresponde à verdade da
nossa proposta. Queremos é fiscalizar porque é nossa obrigação. Queremos é
contribuir com a comunidade, para que a sua vontade política, a sua decisão,
seja respeitada pelo Executivo. Quem não teme a democracia, não teme a lei.
Quem gosta de democracia, gosta do Legislativo, gosta dos instrumentos legais,
e quer que essa democracia saia da letra morta e entre na vida das pessoas.
Obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para encaminhar a Emenda nº 55.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, todos
podem de fato contar comigo, quando houver uma demonstração clara de que o que
se pretende é termos uma possibilidade maior de acompanhamento do trabalho do
Executivo Municipal ou Estadual; mas eu não posso me colocar à disposição
daqueles que pretendem, de uma maneira ou de outra, colocar empecilhos, jogando
pedras no caminho do Executivo, que, agora, está dirigido por nós, mas que, em
outros momentos, estará sendo dirigido por outros, à guisa de transparência. A
Emenda da Vera. Clênia Maranhão que esgrime esses argumentos da transparência
da democracia é um absurdo, é de ultrapassar qualquer limite, é impressionante!
O
que V. Exa. pretende aqui eu gostaria de saber se existe em algum legislativo
do mundo, em algum executivo do mundo, e alguns Vereadores passaram pelo Executivo
e sabem o que estou dizendo. É sem limite qualquer o que V. Exa. escreveu. E
mais, dentro do processo - e o Ver. Antonio Hohlfeldt diz que aqui não há
questão de prazo e assim por diante -, Ver. Antonio Hohlfeldt, na verdade essa
Emenda estabelece algo pior do que a sua Emenda estabelecia, porque o Projeto
do Orçamento de um ano chega à Casa em 30 de setembro, portanto dois meses, ou
um mês e pouco antes da Emenda que V. Exa. pretendia. Então se nós já dizíamos
que não temos ainda a relação das nossas obras preparadas, um mês antes não
vamos ter essa relação. Além de a Emenda abordar a questão das obras, avança
nos serviços, solicita o número de pessoas que serão beneficiadas. Ora, há um
número enorme de serviços da Prefeitura em que é impossível quantificar o
número de pessoas beneficiadas! Então isso vai num nível de detalhe que chega
perto do absurdo! Por isso eu penso, com muita clareza, que essa Emenda é uma
tentativa de atrapalhar o trabalho do Executivo Municipal e não uma tentativa
de trazer mais clareza para o trabalho desta Câmara. É uma coisa muito
distinta, pelo detalhamento se percebe isso, não haveria como o Executivo
executar.
A
mesma coisa é a Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt que queria que novas obras só
pudessem continuar quando todas as obras estivessem terminadas. O Ver. Antonio
Hohlfeldt acha que todas as obras começam no mesmo dia e têm o mesmo tempo de
execução, e esse Vereador é inteligente, já passou pelo Executivo. É um absurdo
completo - permita-me dizer, Vereador, embora o respeite muito como parlamentar
- mas a proposta era completamente inexeqüível. Terminou uma obra e não se
poderia começar outra, porque as outras daquele orçamento não estariam
terminadas. As obras não começam no mesmo dia, e não terminam no mesmo dia, porque
cada uma delas tem tempo diferente de execução. Essa vem no mesmo sentido: é
uma proposta de tentativa de atrapalhar o trabalho do Executivo Municipal.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal a Emenda nº 55 ao PLE
nº 09/99, destacada pela Vera. Clênia Maranhão e outros. (Após a chamada
nominal.) REJEITADA por 11 votos SIM, 15 votos NÃO.
Em
votação a Emenda nº 56 ao PLE nº 09/99, de autoria da Vera. Clênia Maranhão,
que também solicitou destaque.
A
Vera. Clênia Maranhão está com a palavra, para encaminhar.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. A
Emenda que apresento pode parecer para alguns Vereadores, num primeiro momento,
que não deveria estar incluída neste Projeto que dispõe sobre as diretrizes
orçamentárias para o ano 2.000 e dá outras providências.
Eu
tentei colocar essas Emendas em relação ao Plano Diretor e já conversei com
alguns Vereadores, que achava que esta Emenda não deveria se referir ao corpo
do Plano Diretor, mas, exatamente, no Projeto que define as diretrizes
orçamentárias do Município para o ano 2.000.
Ela
diz exatamente o seguinte: “Nos Projetos de Lei Orçamentária estará contido, no
mínimo, um percentual de 3% sobre as despesas totais para execução das
prioridades do Plano Diretor de Porto Alegre. As prioridades, diretrizes e
metas expressas no PDDUA, o Plano Diretor, serão descritas, com detalhamento de
regiões, bairros, assim como o valor alocado das unidades de medida e uma
previsão do tempo de execução.” Porque, na verdade, o Plano que chegou a esta
Casa corresponde muito mais a um plano de intenções, que aglutina uma série de
projetos, mas não garante que, efetivamente, após a sua aprovação, haja por
parte do Executivo Municipal de Porto Alegre a criação das condições concretas
para a sua execução.
Para
executar um plano é preciso que haja prioridade de recursos e a preocupação é
exatamente a de sanar essa questão, dando a prioridade da alocação de recursos,
para que as decisões que aqui tomarmos, na aprovação do Plano Diretor, venham a
se concretizar e venham a se tornar realidade com a definição de uma parcela
orçamentária para este cumprimento das decisões aqui tomadas.
Acredito
que isso vai viabilizar as decisões que aqui tomarmos e vai ser uma medida de
prevenção para a execução efetiva das decisões que serão tomadas pela Câmara.
Muito obrigado.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 56.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Vera.
Clênia Maranhão, V. Exa. me desculpe, mas lhe pergunto: de onde vêm 3%? Quando
discutimos saúde aqui, temos parâmetros, parâmetros nacionais, estaduais,
municipais. V. Exa. insinua - não disse aqui - mas insinua, como se esta
Administração fosse irresponsável, trambiqueira e que não colocará em ação
aquilo que for decidido no Plano Diretor. Vereadora, V. Exa. tem uma história,
não é sério colocar isso dessa maneira. O que for aprovado aqui, trinta e três
Vereadores fiscalizarão, V. Exa., eu, a Bancada do PT, a Bancada do PMDB. Todos
temos obrigações políticas, éticas e morais. Por que 3%? Será que não
precisaremos de 10%? Por isso é que falamos em engessamento. Todas as suas
Emendas têm o nítido, o claro propósito de colocar parâmetros sem averiguação,
sem base. Nem estou discutindo a legalidade! Não se trata de uma matéria que
tem legalidade para tal, porque essa questão dos valores é uma questão atinente
ao Executivo. Nem vou entrar nessa discussão porque a sua Emenda não é técnica:
a sua Emenda é fundamentalmente política, tem um propósito claro que vem na
esteira de todo o movimento que a Bancada Estadual do PMDB está fazendo, que V.
Exa. teima em reproduzir aqui nesta Casa, quando nós, de forma cordata e
harmoniosa estamos tentando discutir o que é bom para Porto Alegre.
Eu
não consigo entender, Ver. Clênia Maranhão, porque conheço sua história.
Vereadora, a Senhora está entrando num movimento que contradita com a sua
história, com a sua seriedade, com a sua objetividade.
O
Plano Diretor será aqui exaustivamente discutido e examinado. O que será votado
e decidido será encaminhado, porque é assim que se respeitam as leis. Nós
respeitamos as leis. E, nesse sentido, chamo o voto contrário a sua Emenda,
porque o seu propósito não é técnico. Ele é uma disputa política, equivocada,
rebaixada que não condiz com sua história. Desculpe-me, Vereadora, não gostaria
de dizer isso hoje, mas sou obrigado a dizer. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 56.
O SR. JOÃO DIB: Senhor Presidente e Srs. Vereadores, o
nobre e eminente Ver. Adeli Sell deve conhecer muito de história! Conhece tanto
de história, que diz que a Emenda da nobre Ver. Clênia Maranhão não é uma
Emenda técnica; é uma Emenda política. A análise que o Vereador fez das
Emendas, esta sim, era eminentemente política e nada técnica. Se o Vereador,
que falou na história, conhecesse a história do Plano Diretor de Porto Alegre,
saberia que o grande sucesso do Plano foi que, quando foi instituído, em 1961,
juntamente se fez um fundo do Plano Diretor.
O
que a Vera. Clênia Maranhão está fazendo é propor que, no mínimo, três por
cento da receita sejam utilizados na viabilização do Plano Diretor. A Vera.
Clênia Maranhão está repetindo a história do Plano Diretor de Porto Alegre que
é, sem dúvida nenhuma, a mais rica história de plano diretor do Brasil. Oitenta
e cinco anos de História de Plano Diretor! E V. Exa., falando por seu Partido,
evidentemente, diz que a colocação da Vereadora é política e não técnica.
Eu,
que vivi todos os planos diretores da Prefeitura de Porto Alegre, o de 1961, de
1979 e devo viver agora o novo, acho que a Vereadora colocou muito bem,
especialmente, quando ela colocou “no mínimo” e não colocou três por cento.
V.
Exa. também, com a inteligência que o caracteriza, dizia por que três e não
dez? Isso ela não sabia responder, por isso ela colocou “no mínimo três”; mas,
melhor seria se fosse dez.
Voto
com a Vera. Clênia Maranhão. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 56.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
gostaria de agradecer ao Ver. Adeli Sell pela possibilidade do debate político
que, através da sua intervenção, podemos travar nesta tribuna.
Inicialmente,
quero colocar uma questão política, Vereador, dizendo que quando eu faço
Emendas que facilitam a fiscalização do Legislativo sobre as ações do
Executivo, eu estou seguindo a minha história, que é em defesa do parlamento,
da democracia e da transparência do serviço público. Com isso eu não fujo nem
um milímetro daquilo que em minha vida inteira defendi. Não é uma questão
política o conteúdo da Emenda, é uma questão de direito que é estabelecido e
definido para o Parlamento.
Segundo,
se eu faço uma Emenda para garantir a alocação de recursos para as definições
tomadas no Plano Diretor, eu não faço isso para criar uma polêmica política,
Vereador. Eu faço isso para, inclusive, salvaguardar algumas questões que são
fundamentais para a Cidade. Faço para proteger as decisões que o Parlamento vai
tomar; isso não é um crime, pelo contrário.
Gostaria
de lembrar a V. Exa. que é necessária a Emenda, porque vários artigos da Lei
Orgânica, que é uma Lei superior à Lei de Diretrizes Orçamentárias, cujo
Projeto estamos votando, não foram cumpridos pelo Executivo Municipal. Posso
citar, como exemplo, a saúde, a previdência. Portanto, há necessidade, sim.
Segundo,
V. Exa. deu a entender que, no seu discurso, eu teria inventado o número três
por cento. Não. Vou explicar os motivos técnicos que me levaram à definição de,
no mínimo, três por cento. Cheguei a esta conclusão consultando várias pessoas.
Lembro V. Exa. de que se trabalha do ponto de vista da pesquisa pública, o qual
é um índice razoável para demonstração de opinião.
Digo,
também, a V. Exa. que o orçamento desta Casa é de 3,5%. Seria, exatamente, uma
coisa que se aproxima desta questão.
Por
último, dizer que 3% é um número muito usado do ponto de vista da sociologia,
quando se refere à demonstração mínima de uma representação.
Lembro
V. Exa. de que a minha Emenda especifica no mínimo 3%, para dar obrigatoriedade
ao Executivo de ter um limite mínimo. O Executivo, de repente, poderá
estabelecer 0,1%, 0,5% e, evidentemente, isso seria insuficiente. É portanto
uma referência baseada em outras experiências, numa posição técnica que foi
aqui defendida e não teve nenhum caracter político de criar problema com o
Executivo. Muito obrigada.
(Não
revisto perla oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 56, ao PLE nº
09/99, destacada pela Vera. Clênia Maranhão e outros Vereadores. Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
Emenda
nº 57 ao PLE 9/99 da Vereadora Clênia Maranhão, destacada por V. Exa. e também
outros senhores Vereadores.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Acontece que a Emenda nº 58 também se
refere ao mesmo tema. Gostaria de saber se poderia ser encaminhada em bloco.
Consulto a V. Exa. e à Diretoria Legislativa.
O SR. PRESIDENTE: Vereadora Clênia Maranhão, a Emenda nº 58
que retira a conta de reserva é da Emenda nº 57? Poderiam ser votadas em bloco?
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Podem ser votadas em bloco.
O SR. PRESIDENTE: A própria autora concorda, uma refere-se
a outra. Então, em votação as Emendas nºs 57 e 58 ao PLE nº 09/99. Com a
palavra a Vereadora Clênia Maranhão para encaminhar.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores. Solicito atenção ao Plenário, sei que estamos cansados, trabalhamos
muito.
A
Emenda nº 57 se refere ao artigo 8º do Projeto do Executivo, que trata das
diretrizes orçamentárias para o ano 2000. Vou ler, porque é importante para
compreendermos o que estamos discutindo. O artigo diz exatamente o seguinte: “o
orçamento da Administração direta para 2000 conterá necessariamente dotação
orçamentária sob o código 9.0001, reserva de contingência, no valor
correspondente, no mínimo, a 4% sobre a despesa total”. Isso significa dizer
que poderá ser até 100%; no mínimo 4%, poderá ser 5, 6, 7, 8, 1.000. Há um erro
proposital ou um erro de elaboração que coloca a Câmara numa situação
absolutamente injustificável. Acredito que seja uma questão grave, eu procurei
corrigir, colocando a elasticidade de no mínimo 4% e não a indicação da
finalidade que nos leva a um limite de 100%. Nessa condição, perderíamos a possibilidade de
acompanhamento, de fiscalização. A sugestão que fazemos é que, no orçamento da
Administração Direta para o ano 2000, a reserva de contingência em valor
correspondente até 4%, sob as despesas do total destinado exclusivamente para
despesas com pessoal. As despesas com pessoal servem para deixar em aberto, a
fim de fazer com o que o funcionalismo possa ter reajustes de acordo com a
necessidade e com o aumento da inflação e com as disponibilidades do Município.
Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais encaminhamentos,
colocamos em votação as Emendas nºs 57 e 58 ao PLE nº 09/99, destacadas pela
Vera. Clênia Maranhão e outros. Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) REJEITADAS.
Em
votação a Emenda nº 59, aposta ao PLE nº 09/99, destacada pela Vera. Clênia
Maranhão. O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
Emenda da nobre Vera. Clênia Maranhão, que propõe 10% de cada dotação
orçamentária, relativa à matéria de consumo, serviço de terceiro e encargos,
até o limite de 10%, é extremamente oportuna, e acho oportuno lembrar um fato
ocorrido nesta casa: na única Emenda popular apresentada a uma proposta
orçamentária do Município e aprovada pela Câmara, a UAMPA diminuiu uma pequena
parcela de recursos para publicidade no gabinete do Prefeito. Foi aprovada. O
Prefeito não votou, mas aumentou a parcela de publicidade naquela rubrica em
13.200%. Deixaram tirar uma pequena parcela e ele multiplicou a parcela
restante por 132. Portanto, a medida proposta pela Vereadora é sensata, no
mínimo. Considero uma proposta inteligente e que nos ajuda a fiscalizar melhor.
Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos. Em
votação a Emenda nº 59, aposta ao PLE nº 9/99, destacada pela Vera. Clênia Maranhão.
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
Em
votação a Emenda nº 60 ao PLE nº 09/99, destacada pela Ver. Clênia Maranhão.
Para encaminhar tem a palavra a Vera. Clênia Maranhão.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. O
objetivo dessa Emenda é exatamente permitir um acompanhamento mais solidário
por parte do Legislativo no que diz respeito às operações de crédito. Todos
sabemos que as operações de crédito por antecipação da receita têm que ser pagas
no exercício e, portanto, são onerosas. Normalmente são feitas em taxas de
mercado e são usadas, em geral, com parcimônia, no sentido de atender alguma
excepcionalidade, de atender situações de calamidade pública, de emergência
decretada. Além disso, a Câmara deve estar solidária nesses processos, porque
são ações importantes a serem tomadas pelo Executivo. Seja qual for o princípio
que leva o Executivo a tomar esses empréstimos é importante esse
acompanhamento, e é importante a autorização da Câmara, porque também isso é
fundamental para o processo de transparência nas definições públicas.
Esse
é o sentido da Emenda que determina que para a realização, em qualquer mês, do
exercício de operações de crédito por antecipação de receita haja garantia de
um limite necessário a 5% do total da dotação inicial, corrigida segundo esses
critérios que aqui estamos determinando. Essa é a idéia da Emenda, criar essa
responsabilidade solidária do Legislativo com o Executivo e também fazer com
que essa definição, que é uma definição importante do Executivo, seja
respaldada, também contando com uma co-responsabilidade da Câmara Municipal.
Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 60 ao PLE nº
09/99, destacada pela Vera. Clênia Maranhão. Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
Em
votação a Emenda nº 61 ao PLE nº 09/99, destacada pela Vera. Clênia Maranhão.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA a Emenda nº 61.
Em
votação a Emenda nº 62 ao PLE nº 09/99, de autoria da Vereadora Clênia
Maranhão, que também destacou a Emenda, junto com outros Vereadores. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
Em
votação a Emenda nº 63 ao PLE nº 09/99, de autoria da Vereadora Clênia
Maranhão, que também destacou a Emenda junto com outros Vereadores. A Vereadora
Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar a Emenda como autora.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, é apenas uma rápida
colocação para justificar e para explicar aos Vereadores essa Emenda. Não sei
se o Executivo estava muito atarefado, se teve problema na redação do texto,
mas a ementa do Projeto de Lei que o Executivo mandou para a Câmara sobre as
Diretrizes Orçamentárias para o ano 2000 estava errada. Foi para corrigir, para
contribuir, para que nós não votássemos um Projeto dessa importância com a
ementa errada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal a Emenda nº 63 ao PLE
nº 09/99. (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 10 votos SIM, 16 votos NÃO.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Quero, publicamente, entregar um
Requerimento de minha autoria, solicitando apoio da Mesa Diretora no sentido de
que seja colocado, à disposição dos Vereadores, transporte e a cobertura da
Assessoria de Imprensa da Casa para que possamos fazer as visitas de
fiscalização em relação às denúncias de que não estão sendo cumpridas as obras
do Orçamento Participativo. Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE: Nós recebemos o Requerimento da Vera.
Clênia Maranhão, nos termos por ela anunciados. Havíamos dito que
providenciaríamos o exame do pedido.
O SR. ADELI SELL: Gostaríamos que o Requerimento fosse
apreciado pela Mesa Diretora. Nós, depois, também teremos outro Requerimento.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 15h11min.)
* * * * *